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A ausência de ética ameaça a humanidade

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Por:   •  21/5/2014  •  Artigo  •  497 Palavras (2 Páginas)  •  232 Visualizações

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LOPES DE SÁ, Antonio. Ética Profissional. São Paulo: Ed. Atlas, 2001.económico, menos poder cul¬tural, menos poder político). A transgressão aos princípios éticos acontece sempre que há desigual¬dades e injustiças na forma de exercer o poder. Ora, isso ainda mais acentua essas desi¬gualdades e injustiças. A falta ou a quebra da ética significa a vitória da injustiça, da desigual¬dade, da indigni¬dade, da discriminação. Os mais prejudicados são os mais pobres, muito espe¬cialmente, os excluí¬dos.

A falta de ética prejudica o trabalhador que tenta a vida; prejudica os iletrados no acesso aos bens eco¬nómicos e culturais; prejudica as pessoas com necessidades especiais (físicas ou men¬tais) a usufruir da vida social; prejudica, com a repressão e a humilhação.

A atitude ética, ao contrário, é inclusiva, tolerante e solidária: não apenas aceita, mas tam¬bém valoriza e reforça a pluralidade e a diversidade, porque plural e diversa é a condição humana. A falta de ética instaura um estado de conflito e de desagregação, pela exclusão. A falta de ética ameaça a humanidade.

Com esta reflexão, analisem a situação que a Junta Freguesia de Palmela 5 - Em que e onde, no Brasil, está mais fazendo falta a ética?

A falta e a quebra da ética ameaça todos os setores e aspectos da vida e da cultura de um país. Mas não há como negar que, na vida política, a falta ou quebra da ética tem o efeito mais destruidor. Isto se dá porque o político deve ser um exemplo para a sociedade. A política é o ponto de equilíbrio de uma nação. Quando a política não realiza sua função, de ser a instância que faz valer a vontade e o interesse coletivo, rompe-se a confiabilidade e o tecido político e social do pais. O mesmo acontece quando a classe política apóia-se no poder público para fazer valer seus interesses privados. A multiplicação de escândalos políticos no Brasil só não é mais grave que uma de suas próprias consequências: a de converter-se em coisa banal, coisa natural e corriqueira, diante da qual os cidadãos sejam levados a concluir: "sempre foi assim, nada pode fazer isso mudar", ou coisa ainda pior: "ele rouba, mas faz". Do outro lado, uma vida política saudável, transparente, representativa, responsável, verdadeiramente democrática, ou seja, ética, tem o poder de alavancar a autoconfiança de um povo e reerguer um pais alquebrado e ameaçado pela desagregação.

A ética é um comportamento social, ninguém é ético num vácuo, ou teoricamente ético. Quem vive numa economia a-ética, sob um governo antiético e numa sociedade imoral acaba só podendo exercer a sua ética em casa, onde ela fica parecendo uma espécie de esquisitice. A grande questão destes tempos degradados é em que medida uma ética pessoal onde não existe ética social é um refúgio, uma resistência ou uma hipocrisia. Já que ninguém mais pode ter a pretensão de ser um exemplo moral sequer para o seu cachorro, quando tudo à sua volta é um exemplo do contrário.

Luis Fernando Veríssimo

LOPES DE SÁ, Antonio. Ética Profissional. São Paulo: Ed. Atlas, 2001.

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