A companhia Ná Figueiredo

A empresa do Ná Figueiredo criou, em Belém (PA), marca identificada com estilo de vida, inovou no marketing e se tornou referência em sua região. “A gente ainda era artesão e buscavamos um nome para colocar na camisa. Na época, eu desenhava e assinava Ná Figueiredo. Então, os próprios clientes determinaram o nome: a camiseta do Na! Diziam: eu vou na banca do Ná; a camisa do Ná… A marca surge aí.”, diz o empresário.

Em 30 anos, a banca do Ná se transformou em confecção e loja que vende moda casual, discos e livros. Além disso, tem espaço para shows de artistas locais e apoia espetáculos de teatro e dança. A marca Ná Figueiredo hoje faz parte da cena cultural da capital paraense, e com isso aparece com frequencia na mídia. “Como a gente está muito envolvido com cultura, percebemos que o nosso gancho, a nossa mídia espontânea era a cultura, o marketing cultural.”

Desde o começo, a marca Ná Figueiredo é identificada com um estilo de vida libertário. O negócio surgiu nos anos 70, quando o Ná estampou, em uma camiseta, desenho e frase de amor para a sua, então, namorada, a Clóris Figueiredo – hoje sua esposa e sócia. Ao usar o presente na universidade, ela recebeu um monte de encomendas. “A criação das camisetas e o texto formavam uma imagem diferente das que tinham no mercado.”, explica a empreendedora.

O camiseteria surge no tempo da resistência à ditadura e da cultura alternativa. As blusas que eles vendiam incorporavam o valor simbólico da liberdade de expressão. Além disso, os compradores ainda podiam escolher o formato da camiseta em que a estampa estaria impressa.

A partir daí a sacada do negócio foi aproveitar as oportunidades externas. Apostaram na cultura local e também em temáticas universais, como ecologia, e regionais para estampar em seus produtos. Tudo isso agregou valor à marca, resultando na criação de uma identidade forte. Isso é uma tremenda inovação de marketing.