A informatica na educação

 A Informática aplicada a educação

Marco Aurélio Manicai

O presente texto tem como finalidade a análise da utilização da informática na educação brasileira, levando em consideração a preparação dos professores, o ambiente de ensino e o modo como que o uso da tecnologia é empregado no aprendizado.

Inicialmente, podemos verificar como Oliveira (2009) nos repassa a ideia do processo educacional, ondo o ensino não é apenas o mero repasse da informação, ao passo que este exige uma adequação e uma reconstrução daquelas já existentes, das noções já sólidas do aluno. O que ocorre ainda que ritmo deste aprendizado varia aluno a aluno. Ou seja, é necessário que cada um individualmente relacione o novo com toda a bagagem que ele já possui, desafio este que a tecnologia não consegue solucionar prontamente. É necessário um maior entendimento da aprendizagem para que as novas tecnologias possam entusiasmar aquele que passa pelo processo educacional.

O uso apropriado da informática nas escolas pode permitir muitos benefícios aos alunos como: habilidade para novos pensamentos, habilidades de pesquisa, habilidades de lidar com problemas, aumento do intelecto, abertura de oportunidades/possibilidades de obter novas informações e conhecer um novo mundo, ter acesso a várias culturas, conhecer história de populações antigas, etc.

Valente (1993) esclarece que “na educação de forma geral, a informática tem sido utilizada tanto para ensinar sobre computação, o chamado computer literacy, como para ensinar praticamente qualquer assunto por intermédio do computador”. E o que se vê hoje nas escolas é a introdução do ensino da informática com o pretexto da modernidade.

Cada vez mais escolas, sobretudo as particulares, se preocupam em investir em salas de informática, onde os alunos frequentam acompanhados de um monitor ou de um estagiário de um curso superior ligado à disciplina, mas apenas com capacitação no ensino técnico de computação. Assim, ao invés de aprender a utilizar o computador como meio de aprendizagem e de acesso universal ao conhecimento, os alunos são ensinados sem nenhum contexto ou vínculo com as demais disciplinas e sem nenhuma visão pedagógica, uma vez que o profissional que lhes

repassa o conhecimento possui apenas a formação/visão técnica da tecnologia. (ROCHA, 2008).

Ou seja, inicialmente já há um despreparo da formação do profissional professor/tutor do ensino a tecnologia, pois muitas vezes apenas se desloca um dos profissionais que possui um conhecimento básico e apenas técnico de todo o aparato computacional. O aluno acaba por aprender a utilizar o computador, mas não sabe como inseri-lo dentro de suas necessidades educacionais, como uma ferramenta de pesquisa para os estudos e a elaboração dos trabalhos.

Na mesma linha existem espalhadas por aí várias escolas/cursos focados no ensino de Informática, na qual o uso da máquina é o principal objeto de estudo. Deste modo o aluno adquire apenas os conceitos computacionais, como princípios de funcionamento do computador, noções de hardware e software, etc. caracterizando o curso como tecnicistas, para o uso da informática enquanto técnica, habilitando-o somente para utilizar o equipamento, deixando a informática como fim e não como meio de o aluno adquirir mais conhecimento, ou utilizá-la em prol do seu aprendizado nas mais diversas áreas do conhecimento. (ROCHA, 2008).

Ao mesmo tempo em que a escola tem uma missão de formar ela também deforma. O papel exercido pelo professor, educador em alguns momentos e repressor em outros, é cheio de conflitos. A chegada do computador prejudica uma virtude do professor cada vez mais contestada atualmente: que ele sabe e o aluno não sabe. Muitas vezes os alunos sabem usar o computador melhor do que o professor, este último tem que aprender em vez de ensinar, lidar com esta inversão de papeis passa a assumir uma importância grande. (DWYER, 2003).

Acredito que este seja um dos maiores problemas enfrentados atualmente, o fato de que os alunos possuem maior facilidade/conhecimento do uso das ferramentas, uma vez que na atualidade os aparatos tecnológicos já alcançaram a praticamente todas as classes sociais.

Conforme nos traz Moran (2001, p.51)

O primeiro passo é procurar de todas as formas tornar viável o acesso frequente e personalizado de professores e alunos às novas tecnologias [...] O segundo passo é ajudar na familiarização com o computador, com seus aplicativos e com a internet [...] O nível seguinte é auxiliar aos professores na utilização pedagógicas da internet e dos programas multimídia.