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A violência como um problema científico

Seminário: A violência como um problema científico. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  15/11/2013  •  Seminário  •  379 Palavras (2 Páginas)  •  221 Visualizações

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2. A VIOLÊNCIA COMO PROBLEMA CIENTÍFICO

A violência na escola surgiu como tema com uma significativa vitalidade na agenda científica a partir dos anos 1970, marcada pela preponderância de propostas teóricas inspiradas no conceito de bullying. Esta presença fez-se notar pelo aumento crescente das investigações sobre o fenómeno e pela constituição de um campo de especialistas (Brown e Munn, 2008). Desenvolveram-se diferentes abordagens, pautadas pela crescente controvérsia acerca do carácter individual e patológico frequentemente atribuídos aos comportamentos violentos (Bansel, et. al., 2009).

A desocultação dos processos sociais associados à violência (Casella, 2002; Korbin, 2003; Visser, 2006; Braun, Maguire e Ball, 2011) alertou os investigadores para os enviesamentos analíticos produzidos pela descontextualização dos comportamentos individuais (Fuchs, 2008). Neste âmbito, a pesquisa adquire uma maior amplitude analítica, considerando o "estudo dos atores em contexto" (Torres e Palhares, 2010: 158). Ou seja, a análise desta problemática passa a considerar como centrais tanto os quadros culturais em que a violência se produz (socialização entre pares e comunitária) como os contextos normativos e organizacionais em que os atores educativos desenvolvem diferentes formas de ação. (Sebastião, 2009; Sebastião, Campos e Merlini, 2012a; Sebastião, 2013). Estas abordagens desenvolveram-se impulsionadas pela maior procura de conhecimento sobre a violência na escola e pelas diversas tentativas de a definir.

Um dos contributos centrais no desenvolvimento do debate científico sobre a violência na escola foi a proposta de bullying de Dan Olweus em 1973. O facto desta pesquisa partir da Psicologia marcou a evolução da produção científica, com a predominância do conceito de bullying por várias décadas (Smith et al., 2002). Olweus começou por classificar o bullying como comportamento individual, distinguindo-o de mobbing (comportamento coletivo) (Smith, 2013). De uma forma genérica, o bullying caracteriza-se pelo assédio ou intimidação repetida entre alunos, implicando uma intenção deliberada de provocar dano a um colega por parte do aluno ou do grupo de alunos, caracterizado pelo desequilíbrio de forças, a existência de atos repetitivos e uma situação de dominação e anulação da vítima.

Desenvolveram-se entretanto outras definições como a de “comportamentos de risco” e de “comportamento antissocial” e o bullying passa a ser considerado uma forma particular do comportamento agressivo (Smith, et. al., 2002). A noção de comportamento de risco, promovida pela Organização Mundial de Saúde, inclui categorias baseadas nas ofensas sofridas ou nos danos infligidos, cujos custos

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