ANÁLISE GEOLÓGICA/GEOTÉCNICA DA IMPLANTAÇÃO DO EMISSÁRIO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DA CIDADE DE VITÓRIA DO JARI - AP

ANÁLISE GEOLÓGICA/GEOTÉCNICA DA IMPLANTAÇÃO DO EMISSÁRIO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DA CIDADE DE VITÓRIA DO JARI - AP

TÉCNICO RESPONSÁVEL:

MARIA ELEONORA DE SOUZA CUNHA

GEÓLOGA

CREA/ CONFEA 0300663501

Macapá

2008

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1-         INTRODUÇÃO

        Encontra-se entre as prioridades de extrema importância em uma administração municipal, a de se ter um sistema de esgotamento sanitário configurado com rede coletora atendendo 100% das residências, emissários e interceptores devidamente executados e sistema de tratamento para as águas residuárias domésticas. O planejamento e a construção de um sistema de esgotamento sanitário eficiente em uma cidade, seja ela de pequeno, médio ou grande porte é um desafio para os administradores, porém um desafio necessário e urgente que aponta para estatísticas de grande impacto social, já que em curto espaço de tempo se alcançam índices favoráveis, principalmente com relação à melhoria da qualidade de vida da população atendida.

A grande maioria das cidades conta atualmente com rede coletora de esgoto implantada em quase toda a extensão de sua área urbana, prescindindo no entanto de obras que se referem ao transporte e tratamento do esgoto doméstico. Este fato aponta para situações de grave agressão ao meio ambiente, pois mananciais que cruzam estas cidades são atingidos diretamente por vários pontos de descarga de esgoto bruto, causando, além dos danos diretos ao corpo d´agua, às vezes, sérios focos de proliferação de doenças. Atualmente, sistemas de esgotamento sanitário para atendimento de áreas urbanas devem possuir efetivo planejamento e monitoramento, tendo sua sustentabilidade na forma eficiente e econômica como são implantados, já que as obras a serem realizadas devem possibilitar expansão urbana e o desenvolvimento. Ressalte-se ainda que um dos objetivos principais a serem atingidos é evitar que a interferência do homem com a geração de despejos domésticos ou industriais, possa contribuir na introdução de compostos na água dos rios e córregos, afetando a sua qualidade.

Este trabalho é uma análise com uma visão geológica/geotécnica da implantação do Emissário Final  para disposição final dos efluentes da Estação de Tratamento de Esgoto (E.T.E)  do Sistema de Esgotamento Sanitário da cidade de Vitória do Jarí, Estado do Amapá, a qual prevê a construção de 01 (um) emissário com extensão de 2,2 km desde a E.T.E até o rio Jarí, percorrendo uma área de planície de inundação do rio, com solo muito argiloso, sobre a qual trata este trabalho, para que sejam tomadas as providencias cabíveis visando evitar transtornos e prejuízos  futuros.

2-         METODOLOGIA

        Na área definida para o Emissário Final, após observação do local, e sendo constatado que é uma área de planície de inundação com solo constituído de argila, foram realizadas sondagens em 04 (quatro) furos, até uma profundidade de 5,0m, para caracterização do subsolo e altura do lençol freático.

3-         CARACTERISTICAS DO EMISSÁRIO FINAL

        De acordo com o projeto do Sistema de Esgotamento Sanitário da Prefeitura Municipal de Vitória do Jarí, de junho de 2006, esta tubulação funcionará por gravidade, e deverá ser em manilhas de concreto DN 500, com extensão de 2.200m  até o Rio Jarí.

4-         CARACTERISTICAS DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO EMISSÁRIO FINAL

        A área destinada ao Emissário Final encontra-se em área aluvial, na planície de inundação do rio Jarí, sujeita aos efeitos das inundações periódicas conseqüentes tanto dos elevados índices pluviométricos locais quanto do represamento devido a maré.

        Conforme sondagem realizada, o material encontrado até uma profundidade de 5,0m é composto essencialmente de argila escura, rica em húmus; argila cinza, maciça; e argila cinza esbranquiçada, maciça. O lençol freático está em torno de 1,0 (um) metro de profundidade.

 O material encontrado caracteriza um solo do tipo argiloso a muito argiloso, que sofre influencia muito forte da umidade, contraindo-se quando seco e expandindo-se quando úmido, caracterizando um comportamento bastante dependente da sazonalidade. No caso de Vitória do Jarí, a área destinada ao Emissário Final situada na planície de inundação do rio Jarí, faz com que o solo argiloso esteja sujeito a variação de umidade, e conseqüentemente, a variações volumétricas, que são capazes de provocar danos estruturais a qualquer edificação em contato direto com ele. Além disso, a presença da água na área devido às enchentes causará um empuxo sobre o duto que poderá, também, causar danos estruturais ao sistema.  

3-         CONSIDERAÇÕES  SOBRE A IMPLANTAÇÃO DO EMISSÁRIO FINAL

Para a implantação de tubulação de um emissário final de sistema de esgotamento sanitário, é importante que o terreno tenha uma boa consolidação geológica, o que não acontece com terrenos alagados que necessitam de reforço nas estruturas das unidades para garantir a segurança do material.  Além disso, o efluente da E.T.E , mesmo na fase final, ainda apresenta concentrações de matéria orgânica, de sólidos e de microorganismos que podem comprometer a qualidade da água do rio receptor. Deste modo, baseando-se nos dados anteriormente apresentados, são feitas as seguintes considerações: