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AUGUSTO COMTE

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Por:   •  11/8/2014  •  Projeto de pesquisa  •  3.185 Palavras (13 Páginas)  •  246 Visualizações

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AUGUSTO COMTE

1. INTRODUÇÃO

A Sociologia, desde o seu início, tem se preocupado com tudo o que acontece no interior da sociedade, principalmente com os conflitos entre as Classes Sociais. O seu surgimento aconteceu a partir da necessidade de se realizar uma  reflexão sobre as transformações, crises e antagonismos de classes, experimentados pela então nascente sociedade industrial. Isso vem possibilitar uma nova forma de pensar, que se caracterizou como Positivismo, cuja preocupação básica consistiu na organização e reestruturação da sociedade, buscando a preservação e manutenção da nova ordem capitalista. 

Augusto Comte, criou o que chamou de "religião da humanidade", culto não-teísta, no qual Deus seria substituído por uma humanidade racional e evoluída que atingiria esse estágio "mais elevado" conduzida por "homens mais esclarecidos". Para Comte, a melhor forma de governo era a ditadura republicana - um "governo de salvação nacional exercido no interesse do povo".

2. FORMAÇÃO ACADÊMICA

Comte, apesar de pouca idade, sempre fazia progressos nos estudos, o que causava admiração entre seus professores. A memória era tão prodigiosa que bastava ler uma única vez uma página para repeti-la de cor, até mesmo começando do final para o princípio. E assim seguiu sua formação escolar, sendo que ao findar cada ano, recebia sistematicamente prêmios pelos seus notáveis valores intelectuais: ora de matemática, ora de retórica, quer de latim, quer de humanidades.

Em Outubro de 1814, Augusto Comte com a idade de 16 (dezesseis) anos, ingressou na Escola Politécnica de Paris, escola esta que havia sido fundada em 1794 como fruto da Revolução Francesa e do desenvolvimento da ciência e da técnica resultante da Revolução Industrial. O cálculo infinitesimal, o corte de pedras, a física, a química, a literatura francesa, o desenho, entre outros, empolgavam o estudioso e inteligente aluno. Poinsot, o ilustre geômetra era o professor que mais o entusiasmava. O fator mais marcante para sua ideologia foi o estudo do Esboço: o de um Quadro Histórico dos Progressos do Espírito Humano, de Condorcet (1743 - 1794), ao qual se referiria, mais tarde, como "meu imediato predecessor". A obra de Condorcet traça um quadro do desenvolvimento da humanidade, no qual os descobrimentos e invenções da ciência e da tecnologia desempenham papel preponderante, fazendo o homem caminhar para uma era em que a organização social e política seriam produto das luzes da razão: Essa idéia tornar-se-ia um dos pontos fundamentais da filosofia de Comte.

Após um protesto assinado por todos os alunos na escola Politécnica devido a um manifesto inconveniente de um professor, Comte é excluído do grupo por ser o único a discordar. Tal incidente originou seu licenciamento da escola, e Comte perdeu as esperanças de realizar sua tão sonhada formatura naquela escola. Permaneceu apenas 02 (dois) anos nesta instituição, mas foi o suficiente para que ele indicasse a Politécnica como modelo de educação superior.

Augusto Comte volta para casa em Montpellier, onde passa 04 (quatro) meses freqüentando assiduamente a Escola de Medicina, mas resolve tocar sua vida em Paris, retornando e decidindo desenvolver seus conhecimentos e habilidades por lá.

3. NASCIMENTO – MORTE

Augusto Comte, filho de um fiscal de impostos, nasceu em Montpellier (França) em 19 de Janeiro de 1798 e morreu inesperadamente em 05 de Setembro de 1857, em Paris. Apesar de ter todos os cuidados de seus anjos: Sofia Bliaux, (empregada que Comte adotara como filha devido a suas grandes qualidades morais) e Rosália Boyer (sua piedosa mãe), os últimos anos de sua vida transcorreram-lhe grande solidão e desencanto, pois sobretudo, foi abandonado por Littré (seu mais famoso discípulo) que não concordava com sua idéia de uma nova religião. Augusto Comte deixa sua última Obra ("Síntese Subjetiva" ou "Sistema Universal das Concepções Próprias ao Estado Normal da Humanidade") em execução, mas seu testamento traz normas a serem seguidas por seus sucessores, orientando-lhes a continuidade da Obra. Seu enterro ocorre em 08 de Setembro de 1857, de forma simples, tocante e respeitosa, com pequeno cortejo, vizinhos, alguns convidados e discípulos que se encontravam em Paris.

4. PRINCIPAIS OBRAS

"Curso de Filosofia Positiva" (1830 a 1842 – 06 volumes)

"Discurso sobre o Espírito Positivo" (1844)

"Política Positiva ou Tratado de Sociologia Instituindo a Religião da Humanidade" (1851 a 1854 – 04 volumes)

"Catecismo Positivista ou Exposição Sumária da Religião Universal" (1852 a 1857)

"Lei dos Três Estados" (O progresso do Espírito)

As obras de Comte guardam estreitas relações com os acontecimentos de sua vida. Em 1817, ele conhece Saint-Simon: O Organizador, o Sistema Industrial, e concebe, a partir daí, a criação de uma ciência social e de uma política científica. Ambos eram de temperamentos muito diversos e não conseguiram trabalhar juntos por muito tempo. A separação entre os dois ocorre em 1824, mesmo ano em que Comte casa-se com Caroline Massin. Não tendo mais relações profissionais com Saint-Simon, passa a ganhar a vida dando aulas particulares de matemática.

Dois anos depois, exatamente em Abril de 1826, Comte abre em sua casa, na Rua do Faubourg Montmartre, um Curso do qual resultou uma de suas principais obras, o "Curso de Filosofia Positiva" - rapidamente interrompido por uma depressão nervosa e melancólica - que lhe vale ser internado durante algum tempo no serviço de Esquirol. Retoma o ensino em 1829. A publicação do Curso inicia-se em 1830 e se distribui em 6 volumes até 1842.

Em 1838, as relações com a esposa Caroline Massin pioram sensivelmente até a completa separação em 1842.

Em 1844, Comte publicou o "Discurso sobre o Espírito Positivo", ao mesmo tempo em que perde o posto de examinador de admissão devido a exclusão definitiva da Escola Politécnica. Com a perda de seu meio de sobrevivência, Augusto Comte passa a ser sustentado por amigos e admiradores como o filósofo John Stuart Mill e o dicionarista Littré, seu entusiasmado discípulo. Neste mesmo ano, Comte conhece a mulher que iria transformar sua vida e dar nova orientação ao seu pensamento: Clotilde de Vaux. Mas Clotilde era casada e o relacionamento

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