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Acessiblidade Para Surdos

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Por:   •  24/11/2013  •  1.467 Palavras (6 Páginas)  •  306 Visualizações

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Introdução

Abordar a temática da vida dos surdos nos últimos 20 anos é uma odisséia e um risco. Odisséia porque nunca, em tão pouco tempo, a visibilidade da heterogeneidade e a diversidade estiveram tão presentes na vida dos brasileiros, risco porque atentamos para a ousadia e possíveis erros de não agradar a todos ou mesmo também, em alguns momentos deixarmos de referendar tamanhos valores na literatura e na ciência.

Estudiosos que voltados ao ensino, à educação, à família e à vida em sociedade dos surdos não poderiam deixar de serem referenciados, são pesquisadores como TEREZINHA NUNES nossa conterrânea e outros pesquisadores: MORENO, BRYANT, BULL, MARSCHAK E VALLEE, SKLIAR, VYGOTSKY, LURIA e LEONTIEV na Europa e na América do Sul. No Brasil, não poderiam ser esquecidos, MÁRCIA GOLDFELD, EULÁLIA FERNANDES, TÂNIA FELIPE, MARIANA STUMPF concluídos seus estudos de doutorado em Porto Alegre, FABIANO cursando o mestrado na UFSC, entre outros.

O “boom” na visibilidade das pessoas surdas, portanto veio a acontecer justamente no final do milênio, entre a década 80 e 2000 se espalhando por todas as esquinas do nosso “brasilzão” e, mais ainda, a partir da publicação recente de lei e decreto, respectivamente, de reconhecimento e regulamentação da Libras – Língua Brasileira de Sinais, que legitimam a luta social pelo respeito às diferenças e a diversidade.

Os mecanismos de acessibilidade, portanto, são recentes e sujeitos a muitas dúvidas e incertezas até porque, uma mudança de paradigma não ocorre por Decreto, a fase de transição é demorada e construída com “trincheiras” que muitas vezes se atropelam pela ânsia do fazer acontecer, além da influência cultural herdada por nossos patrícios de (re-)construção pacífica e cíclica da nossa história.

O grande aspecto positivo desta odisséia é a de proporcionar atividades que levam a reflexão por serem extremamente importantes para a construção de argumentos e fundamentação uma vez que, somos formadores de opinião e esta linha de pesquisa além de ser muito recente, se apresenta com uma diversidade muito peculiar de uma sociedade plural e multicultural, ambiciosa e inquieta, culturalmente rica, mas pobre de leitura e de leitores que sedimentem os saberes vivenciados numa prática mais profícua e duradoura. Uma coisa é certa, o trem da história não passou por aqui sem registrar tamanha façanha de contemplar o surdo falar com todos os seus gestos, amar com todos os seus sentidos, viver com toda a sua alma, sonhar com toda a nossa gente em harmonia societária significativamente em Ser especial como todos nós.

A Diversidade

No cenário escolar não é exclusividade a presença de surdos, existe toda uma diversidade de gêneros, etnias, alunos com dificuldades de aprendizagem e necessidades educacionais especiais desde a hiperatividade, autistas, transtornos e déficits de aprendizagem, crianças superdotadas, com deficiências sensoriais, motoras, mentais, múltiplas deficiências e os surdos que por sua vez não devem mais serem vistos como culturalmente são identificados na sociedade participantes do grupo das “pessoas com deficiência”, fato este, que requer um atendimento clínico, por refletir-se no modelo terapêutico de uma patologia, contudo, trata-se de alguém que possui uma diferença, Apresentam um canal visual-gestual de comunicação.

O estigma de o surdo ser uma pessoa deficiente resolveu, no passado, um problema político ideológico de verticalização e afastamento do “defeito” daquilo que é “perfeito” e “produtivo”. Historicamente veio provocando discriminação, preconceito, conflitos sociais e cognitivos irreparáveis. Este modelo manteve-se alijado da sociedade civil e perdurou durante séculos, a mercê dos ditames políticos que historicamente prestigiaram o poder e a perfeição do belo pelo olhar do mercado, do consumo e do bem capital, como privilégio daquele que melhor produz e mais rapidamente consome para poder ser (re-)aproveitado na frente de produção de qualquer indústria “fabricareira” de produtos humanos. Esta indústria modelar tem nome e endereço certo, tem receita, recursos, produção de massas e ainda é legitimada pelo sistema ideológico vigente, esta indústria chama-se e-s-c-o-l-a.

Das diferentes formas de como lidar com cada uma das especificidades humanas, nas sedes destas diversas “indústrias modelares”, também não se podia esperar pela excelência dos centros formadores, pois nem eles, ou ninguém soube o que fazer ou como proceder com “máquinas defeituosas” que não poderiam mais ser lançadas para reciclagem ou acumuladas aos lixos inorgânicos, se dantes eram lançados em cubículos escuros à própria sorte da vida e mantidos, em alguns casos, pela assistência previdenciária do país, hoje reverberam conhecimento científico, cultura, produção social e acumulam riquezas, pagam impostos, são visíveis.

No tocante ao planejamento e modelos de fabricação produzidos na escola, ainda apresenta-se “maquetipado” por um denominador curricular indiferente aos vislumbres e habilidades que por ventura surgiriam, não do nada, mas de forças interiores que justificam a natureza e a vida no planeta Terra.

A diversidade cultural da população brasileira tem uma característica mais atual e incomum de convivência pacífica, mas não submissa e nem subserviente. O modelo multicultural é uma perspectiva humanizadora e contempla a natureza da humanidade. Assim, oportunizar nos espaços sociais uma leitura de mundo neste direcionamento é antes de tudo valorar a vida em harmonia na sociedade.

As diversas conquistas das pessoas surdas tanto no mercado de trabalho como nas universidades ainda não garantem acesso nem inclusão social para os surdos. Os movimentos sociais ainda permitem-se existir pela desigualdade de direitos e falta de atenção diferenciada que promova a interação social com consciência cidadã.

Modelos de Inclusão Bilíngüe e a Escola

Numa

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