RELATO DE UM SURDO
Tese: RELATO DE UM SURDO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: tavivi • 4/4/2013 • Tese • 1.112 Palavras (5 Páginas) • 801 Visualizações
1- RELATO DE UM SURDO
Foi mais ou menos assim...
Nasci em silêncio. Meu choro meus genitores escutavam apenas através das vibrações propagadas pelas ondas sonoras. Nasci,cresci, vivi em um mundo só meu, só de minha família. Nesse mundo a boca servia apenas para comer e, as orelhas para colocar brincos nas meninas e, de enfeite para os meninos. As mãos, nesse mundo,eram e são tudo. Os olhos foram naturalmente transformados nos verdadeiros ouvidos, capazes de escutar o mais silencioso gesto. E assim fui crescendo.
Adorava ver filmes, principalmente os do Chaplin. O mais interessante era que meu pai sempre dizia que eram os filmes clássicos do cinema mudo. Cinema mudo? Não sei por qual motivo era tachado com tal adjetivo. Todos eram mudos, pelo menos para o meu mundo. Contudo tal indagação não fazia a menor mácula das palhaçadas do pequeno gigante Chaplin.Fazia - me feliz vê-lo cair, se levantar e cair outra vez, apertar porcas repetidamente, atravessar as roldanas contorcendo – se nos tempos modernos.
Tempos modernos se foram e cheguei à idade da indagação. Da verdadeira indagação. Época de perguntas incansáveis, incabíveis, infantilmente, inocentemente insensatas. Perguntava por que os pássaros voavam batendo asas e os aviões não, como cabia uma pessoa dentro da TV, como nasciam as crianças, e lógico, o que mais me incomodava, porque tínhamos orelhas? Realmente eram só para colocar brincos? Ele respondia que para nós, da nossa família era para isso, mas para quase todos os outros ele falava uma palavra estranha: escutar a qual nunca tinha meus olhos “escutado”. Não entendia e nem me preocupava entender. Meu mundo era melhor.
Fui crescendo e aos sete anos meu pai disse que iria conhecer o mundo de verdade. Disse que seria ótimo, conheceria crianças, letras, números, escola... Adorei a ideia, e desde aquele momento, não via a hora de chegar à escola.
Os dias passavam tão devagar quanto minha vontade era de chegar ao dia da escola aumentava, coisa de que me arrependeria.
O dia D chegou. Preparei-me como nunca. Feliz estava. Cheguei à escola, um mundo de pequeninos, um mundo nosso. Tudo era lindo, a pátio com desenhos, a salinha com livros coloridos, desenhos nas paredes, porém, de repente, tudo ficou obscuro aos meus pequeninos olhos. Olhei por toda minha volta e dedinhos gritavam aos meus olhos. Gritos desproporcionais aos nossos pequeninos dedos, braços. Eram insultos, deboches, zombarias surdas. Foi a primeira vez que realmente escutei o som da tristeza. Todas as crianças apontavam em minha direção, mexiam com a boca freneticamente uma com as outras. Fiquei sozinho na multidão. Aquele dia foi o dia mais obscuro de minha até então precoce vida.
Voltei para casa decidido a nunca mais colocar meus pés naquele inferno chamado escola. A Felicidade foi transformada em lágrimas.
Ao chegar a casa gritei ao meu sábio pai, com velocidade e força nas pequenas mãos nunca antes executadas, que não voltaria nunca mais naquele lugar.
Foi ai então que descobri o verdadeiro pai. Ele me perguntou com toda calma do mundo: Porque não vai mais?
Expliquei com lagrimas nos olhos, e então, ele me disse: Deverias estar feliz.
No mesmo momento minhas lagrimas foram enxutas por uma onda de indignação.
Ele então indagou: Porque gosta tanto de ver filmes do Chaplin?
Respondi: porque me fazem rir.
Foi ai que veio a cartada final de meu pai: É isso pequena, você é um anjo que Deus mandou para fazer os outros felizes, você e como um Chaplin. Se feliz por fazer os outros felizes.
E desde então nunca mais faltei à escola.
2- História Infantil em Libras
3- Jogos e Brincadeiras
REGRA DO JOGO TWISTER
O Twister é jogado em um tapete de plástico grande colocado no chão da sala ou e ambientes ao ar livre e é como um jogo de tabuleiro. Ele tem quatro linhas de grandes círculos coloridos sobre a mesma com uma cor diferente em cada
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