Acidentes do trabalho com material biológico em profissionais de saúde de hospitais públicos do Distrito Federal, Brasil, 2002/2003

Acidentes do trabalho com material biológico em profissionais de saúde de hospitais públicos do Distrito Federal, Brasil, 2002/2003

Introdução:

Muitos estudos sobre acidentes de trabalho com risco de contaminação do vírus da imunodeficiência humana (HIV) foram realizados em vários países, em maior proporção nos Estados Unidos, porém, no Brasil pouco se produz de estudos epidemiológicos. Agrava-se mais ainda, que comunicação do acidente de trabalho pode não ser obrigatório, portanto, não se torna uma situação prevista que a torne acidente de trabalho, muito menos, se caracteriza a transmissão. Muitos hospitais procuram estabelecer formas de registrar esses acidentes, porém, falta normalização e divulgação junto aos profissionais de saúde. Além disso, necessita-se de precauções imediatas, como quimioprofilaxia.

Metódos:

Foram escolhidos pelo portes dos hospitais. Sendo o primeiro, um hospital de grande porte com mais de 300 leitos. O segundo, por dois hospitais de médio porte, um com mais de 100 leitos e outro com menos de 300 leitos. Entretanto o terceiro, havia menos de 100 leitos. Sendo que quatro são da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal e duas são organizações militares.Em cada unidade foram entrevistados o mínimo de 15,0 % dos profissionais de saúde. A técnica de entrevista foi por meio do roteiro semi-estruturado.

Resultados:

Somando-se os seis hospitais possuíam 6.179 trabalhadores, sendo que 3.466 são profissionais de saúde, e somente, 570 profissionais de saúde foram avaliados.

*223, dizem ter sofridos acidentes com material biológico;

*Houve predominância feminina em todas categorias de profissionais da saúde;

*A maioria concentra-se na faixa etária de 20 a 39 anos;

*O tempo de serviço apresenta uma média de 10 a 8 anos;

*Foi registrado 44,1 no coeficiente de acidentabilidade de trabalho em relação um hospital de pequeno porte;

*Cirugiões dentistas relataram mais acidentes com material biológico;

*Há predominância do sexo masculino no coeficiente de acidentabilidade no trabalho, entre a maioria, sendo atendente de enfermagem;

*No tempo de serviço há vulnerabilidade na faixa de 11 a 15 anos;

Discussão:

O estudo sugere a aplicação de medidas de biossegurança, como a organização de dados e educação continuada que implica na qualidade e prevenção de acidentes.

Conclusões:

O porte do hospital inverteu-se ao acidentes de trabalho, sendo contaminados mais homens do que mulheres, e categoria mais contaminada foi o cirugião- dentista, e que portanto, o treinamento sobre biossegurança não implicou na diminuição da contaminação, e mais agravante, foi que os contaminados afirmavam conhecer as normas. O que revela urgência na mudança dos treinamentos dos profissionais da sáude.