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Administração - Evolução, Situação Atual E Perspectivas

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Por:   •  23/11/2013  •  5.904 Palavras (24 Páginas)  •  314 Visualizações

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Administração – evolução, situação atual e perspectivas [*]

Luiz Tatto**

I – Introdução

O ensino de Administração e, a sua prática no mundo das organizações sempre esteve associado aidéia-força de melhorar o desempenho através do treinamento sistemático.

Nada mais simples de entender e nada mais complexo para ser colocado em prática efetiva.

Simples, porque as organizações – grandes ou pequenas, públicas ou privadas, lucrativas ou não lucrativas – são na essência associações de pessoas, agindo predominantemente de acordo com suas experiências, percepções e motivações, que carecem por isso de uma certa identidade de propósitos e intenções para que seus esforços produzam resultados previsíveis e desejáveis. O que pode ser obtido através de treinamento, nas suas mais variadas formas.

Complexo, no entanto, porque é meio vaga a idéia do que seja uma organização eficiente, dotado das características positivas, resultantes de consenso e aprovação.

Adicionalmente, é necessário considerar que as profissões como forma operacional de atuação no contexto de uma sociedade, aparecem e se desenvolvem em consequência de sua utilidade social. O Administrador é ou, deve ser para as organizações, o que representa o Médico para a saúde de cada um de nós.

Nesse particular, qual seria o respaldo e a proposta profissional da Administração? Qual o grau de internalização pela sociedade brasileira em particular e outras em escala global que passarão a incorporar novas demandas face a novos e complexos cenários emergentes? De valores como eficiência, inovação, ética, racionalidade na aplicação de recursos e na obtenção de resultados que formam a base valorativa da Administração? Qual a importância e a receptividade dadas, em nossa sociedade, ao Administrador como especialista na promoção daqueles valores maximizantes de recursos naturais, humanos e especializados?

Essas questões e indagações encerram, a um só tempo, as dificuldades e o destaque da Administração, como uma das mais importantes áreas de estudos que foi no final do século passado recente e neste novo século e milênio que se inicia. Tanto, pelo número cada vez maior de pessoas, em todos os países, que com a Administração vem se envolvendo, como pelo rítmo crescente e constante com que se vai descobrindo e constatando que, em qualquer forma de associação humana, só existe um talento capaz de transformar propostas em fatos concretos, países e regiões subdesenvolvidas em sociedades afluentes, ideais de liberdade, em instituições permanentes: o talento de natureza empreendedora e gerencial próprio do administrador.

É natural, portanto que, a preocupação com o ensino de Administração tenha aparecido muito cedo na história de quase todos os países. Embora, cada um tenha cumprido uma evolução própria, até alcançar as soluções compatíveis com suas necessidades. Algumas soluções mundialmente conhecidas, seguidas e celebradas.

As Três Eras da Administração do Século XX

Era Clássica

1900 – 1950 . Inicio da Industrialização

. Estabilidade

. Pouca mudança

. Previsibilidade

. Regularidade e certeza . Administração Científica

. Teoria Clássica

. Relações Humanas

. Teoria da Burocracia

Era Neoclássica

1950 – 1990 . Desenvolvimento Industrial

. Aumento da mudança

. Fim da previsibilidade

. Necessidade de inovação . Teoria Neoclássica

. Teoria Estruturalista

. Teoria Comportamental

. Teoria de Sistemas

. Teoria da Contingência

Era da Informação

Após 1990 . Tecnologia da Informação

. Globalização

. Ênfase nos serviços

. Aceleração da mudança

. Imprevisibilidade

. Instabilidade e incerteza Ênfase na:

Produtividade

Qualidade

Competitividade

Cliente

Globalização

Fonte: Chiavenato, I. 2.000:657

II – O Ensino da Administração no Brasil

No Brasil, as preocupações com o ensino de Administração chegaram muito tarde. Muitos autores indicam que a instalação de cursos de Administração no Brasil é contemporânea à instalação da grande empresa multinacional (a partir da década de 1940). Realmente, há uma coincidência histórica no período de ocorrência desses eventos. Por exemplo, é da época da implantação da grande empresa multinacional no país que datam experiências como “a contribuição pioneira do Pe. Sabóia de Medeiros, ao criar em São Paulo, ao final da década de 1940, a Escola Superior de Administração de Negócios (ESAN)”. Mais ou menos a mesma época a iniciativa de Armando Salles de Oliveira, ao criar o Instituto de Organização Racional do Trabalho (IDORT). Em 1946, a criação do Instituto de Administração da USP. Hoje, seguramente, um dos principais centros sul-americanos, junto com a COPPEAD/UFRJ; EAESP/FGV e PPGA/UFRGS, de vanguarda na área do estudo, desenvolvimento e disseminação da ciência administrativa.

Em 1952, a criação da Escola de Administração Pública (EBAP), no Rio de Janeiro e, em 1954, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP), ambas pertencentes a Fundação Getúlio Vargas (FGV) com o apoio da ONU e outros organismos dos USA. Assim, se dos USA nos veio o problema – a necessidade do ensino da administração – também nos chegaram as medidas tendentes à resolve-lo. Buscou-se junto aos USA, todo o conjunto de informações que possibilitassem a formação da categoria necessária. Trouxeram-se professores americanos, produziram-se

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