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Administração - Malthus

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Por:   •  24/9/2014  •  4.043 Palavras (17 Páginas)  •  507 Visualizações

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O economista e demógrafo britânico Thomas Malthus ficou conhecido sobretudo pela teoria segundo a qual o crescimento da população tende sempre a superar a produção de alimentos, o que torna necessário o controle da natalidade.

Thomas Robert Malthus nasceu entre 14 e 17 de fevereiro de 1766, em Rookery, Surrey, Inglaterra. Seu pai era amigo do filósofo David Hume e seguidor ardoroso de Jean-Jacques Rousseau. O jovem Malthus fez seus primeiros estudos na casa paterna e, em 1784, ingressou no Jesus College, de Cambridge, onde se formou quatro anos mais tarde. Ordenou-se sacerdote da Igreja Anglicana em 1797.

Em 1798, Malthus publicou anonimamente seu Essay on Population (Ensaio sobre a população), no qual afirma que a população cresce em progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos aumenta em progressão aritmética. A solução para evitar epidemias, guerras e outras catástrofes provocadas pelo excesso de população, consistiria, segundo ele, na restrição dos programas assistenciais públicos de caráter caritativo e na abstinência sexual dos membros das camadas menos favorecidas da sociedade.

Malthus era um pessimista que considerava a pobreza como um destino ao qual o homem não pode fugir. Sua obra foi ao mesmo tempo criticada e aplaudida. Enquanto alguns setores da sociedade o acusavam de ser cruel, indiferente e até mesmo imoral, economistas de renome apoiavam suas teorias. Na segunda edição da obra, de 1803, Malthus modificou algumas teses mais radicais da primeira edição. Com o tempo, o "malthusianismo" foi incorporado à teoria econômica, atuando como freio de teses mais otimistas. Na segunda metade do século XX, os problemas demográficos mundiais revitalizaram as concepções de Malthus, embora a agricultura intensiva tenha permitido aumentos de produção muito maiores do que os previstos por ele.

A partir de 1805 Malthus tornou-se professor de história e economia política em Haileybury. Eleito membro da Royal Society em 1819, nos anos seguintes recebeu grande número de homenagens e honras acadêmicas. Malthus morreu em Saint Catherine, Somerset, em 23 de dezembro de 1834.

Malthus recomenda, contudo, não esperar essas catástrofes. Seus remédios são os seguintes: negar às populações toda e qualquer assistência (hospitais, asilos, etc.) e aconselhar-lhes a abstinência sexual para diminuir a natalidade.

A origem dessas ideias de Malthus é, em parte, econômica, em parte, religiosa. O pano de fundo dessa primeira forma do malthusianismo é a situação social da Inglaterra no começo do século 19: um forte êxodo rural, de camponeses que se transformaram em operários industriais, causando crescimento rápido das grandes cidades, e uma agricultura de técnica obsoleta, incapaz de alimentar a população inglesa.

Por outro lado, Malthus era um calvinista rígido, considerando a má sorte do gênero humano como consequência irremediável da predestinação que lhe fora reservada pela Providência.

Durante o século 19, as estatísticas não confirmaram as previsões pessimistas de Malthus. Os progressos da agricultura científica (adubos artificiais) a partir das pesquisas de Liebig e a possibilidade de importar de países ultramarinos trigo e carne, em grandes quantidades, melhoraram sensivelmente os níveis de abastecimento e alimentação.

Por outro lado, e apesar do crescimento das grandes cidades, a população não aumentou em progressão geométrica. Com a melhoria da situação das massas, a natalidade decresceu e as classes médias utilizaram meios anticoncepcionais para manter pequeno o número de filhos.

Apesar do pessimismo de suas proposições, Malthus foi um homem gentil e generoso. Ele é considerado o pai da demografia.

OBRAS

Suas obras exerceram influência em vários campos do pensamento e forneceram a chave para as teorias evolucionistas de Darwin e Wallace. Os economistas clássicos como David Ricardo, incorporaram o princípio da população às suas teorias, supondo que a oferta de força de trabalho era inexaurível, sendo limitada apenas pelo fundo de salários.

Para Malthus, assim como para seus discípulos, qualquer melhoria no padrão de vida de grande massa é temporária, pois ela ocasiona um inevitável aumento da população, que acaba impedindo qualquer possibilidade de melhoria. Foi um dos primeiros pesquisadores a tentar analisar dados demográficos e econômicos para justificar sua previsão de incompatibilidade entre o crescimento demográfico e à disponibilidade de recursos. Apesar de ter assumido popularmente que as suas teses deram à Economia a alcunha da ciência lúgubre (dismal science), a frase foi na verdade cunhada pelo historiador Thomas Carlyle em referência a um ensaio contra a escravatura escrito por John Stuart Mill.

Seus dois ensaios estão permeados de conceitos cristãos, não se pode deixar de frisar que cristão de origem protestante como os de mal, salvação e condenação.

Escreveu também: Princípios de economia política (1820) e Definições em economia política (1827).

Em suas obras econômicas, Malthus demonstrou que o nível de atividade em uma economia capitalista depende da demanda efetiva, o que constituía, a seus olhos, uma justificativa para os esbanjamentos praticados pelos ricos. A idéia da importância da demanda efetiva seria depois retomada por Keynes.

Thomas Maltus representa o paradigma de uma visão que ignora ou rebaixa os benefícios da industrialização ou do progresso tecnológico. Ernest Gellner afirma em Pós-modernismo, razão e religião: "Previamente, a Humanidade agrária vivia num mundo Malthusiano no qual a escassez de recursos em geral condenava o homem a apertadas formas sociais autoritárias, à dominação por 'tiranos', 'primos' ou ambos".

Para o autor, a diferença entre as classes sociais era uma conseqüência inevitável. A pobreza e o sofrimento eram o destino para a grande maioria das pessoas.

-"Um ensaio sobre o princípio da população na medida em que afeta o melhoramento futuro da sociedade, com notas sobre as especulações de Mr. Godwin, M. Condorcet e outros escritores" (1798)

-"Um ensaio sobre o princípio da população ou uma visão de seus efeitos passados e presentes na felicidade humana, com uma investigação das nossas expectativas quanto à remoção ou mitigação futura dos males que ocasiona." (1803)

-Princípios de economia política (1820)

-Definições

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