Alvenaria

1. INTRODUÇÃO

A alvenaria é um dos sistemas construtivos mais antigos, sendo considerado um sistema milenar. A construção de estruturas utilizando diversos materiais pode ser observada em diversas obras remanescentes. O Templo de Salomão foi construído a partir de blocos sólidos, ou seja, blocos de pedra, de pedreiras graníticas ou outros tipos de rocha. Na Babilônia foram utilizados tijolos de barro seco. Os egípcios utilizavam alvenaria de pedra. No Brasil, a alvenaria com tijolos foi difundida pela colonização portuguesa. Na construção de igrejas e obras militares foram utilizados blocos de pedra. Também, ainda muito utilizado no Brasil a alvenaria de taipa, por ser uma solução econômica e rápida. Nas últimas décadas ocorreu uma evolução na construção civil no país, sendo utilizadas rochas sílicas-calcárica e o cimento na fabricação de tijolos.

2. DEFINIÇÃO

A Alvenaria é a construção de estruturas, ou paredes, utilizando unidades justapostas. A alvenaria é toda obra constituída de pedras naturais, tijolos ou blocos de concreto, ligados ou não por meio de argamassas. A principal função de uma alvenaria é de estabelecer a separação entre ambientes. A alvenaria deve oferecer condições de resistência, durabilidade e impermeabilidade.

Funções e características da Alvenaria:

 Resistência à umidade e aos movimentos térmicos;

 Resistência à pressão do vento;

 Isolamento térmico e acústico;

 Resistência à infiltração de água pluvial;

 Controle da migração de vapor de água e regulagem da condensação;

 Base ou substrato para revestimentos em geral;

 Segurança para usuários e ocupantes;

 Adequar e dividir ambientes.

Podemos classificar as alvenarias em estrutural e de vedação. A alvenaria de vedação trata-se do fechamento de ambientes. A alvenaria estrutural, ou auto portante, as paredes da edificação são responsáveis por absorver todas as cargas (próprio peso, laje, cobertura e carga) além de proporcionar vedação. Ou seja, a alvenaria estrutural proporciona uma estrutura de concreto armado e o fechamento de alvenaria.

A alvenaria estrutural deve satisfazer às seguintes condições:

 Ser isolante térmico;

 Ser isolante acústico;

 Deve resistir a impactos;

 Não ser combustível;

 Ser resistente.

3. MATERIAIS

As alvenarias de tijolos constituem entre nós a estrutura, esqueleto dos edifícios, quer empregada isoladamente quer em combinação com o concreto armado. A alvenaria poderá ser feita utilizando-se os seguintes materiais: tijolo de barro cozido; bloco de concreto; concreto celular; tijolo de vidro; e pedras naturais.

3.1. Tijolo de Barro Cozido

Os tijolos de barro cozido podem ter encontrados em diversas formas, tamanhos e peso. Alguns tipos de tijolo de barro cozido são: comum, laminado, refratário, furado (quatro furos, seis furos e oito furos) e o baiano.

3.1.1. Tijolo Comum

O tijolo comum tem como matéria-prima principal a argila, misturada com um pouco de terra arenosa. A argila, depois de selecionada é misturada com um pouco de água até formar uma pasta. Dessa pasta, os tijolos são moldados em formas e colocados para secar no sol –nesse estado são chamados de adobes – e então são cozidos em fornos com temperatura entre 900 e 1100 °C. Os tijolos mais próximos do fogo adquirem uma resistência maior do que os mais afastados. A cor do tijolo varia com a qualidade da argila usada; porém a mais encontrada é o vermelho-amarelado. Através da sonoridade pode-se distinguir o grau de cozimento, pois o tijolo bem cozido produz um som peculiar ou metálico, quando batido com a colher. Quebrando-se o tijolo, ao verificar-se o seu interior, notar-se que o meio ainda se apresenta barrento, é sinal de que o tijolo está mal cozido. O bom tijolo tem uma superfície porosa e áspera e suas arestas são vivas e duras, e, quando quebrado, apresenta saliências e reentrâncias. A absorção da água pelo tijolo deve estar por volta de 1/15 do seu peso. O seu peso varia entre 2 a 3 kg. O tijolo comum é cortado conforme o tamanho necessário para amarração. Os cortes mais comumente usados são feitos perpendicularmente ao comprimento e chamam-se meio-tijolo, um quarto e três quartos.

Os tijolos são aplicados em paredes, pilares, muros em geral, pisos secundários, fundações diretas, ornatos e etc. Existem tijolos em diversas dimensões. As medidas dos tijolos devem obedecer aos requisitos: facilidade de manuseio pelo pedreiro (formato e peso); atender a regra de Frisch; ter altura que na operação de secagem não provoque retração excessiva da argila e consequentemente fissuramento e deformação do tijolo.

O tijolo tem baixo custo, custando em média R$ 0,40 a unidade. Entretanto, o tijolo comum consome mais tempo durante o processo de assentamento.

Figura 1. Tijolo Comum

3.1.2. Tijolo Laminado

O tijolo laminado é semelhante ao tijolo comum, tendo massa mais homogênea e compacta, bem cozido, duro, de faces planas e arestas vivas. Possui 21 furos cilíndricos, normais às faces maiores, com dimensões de 24,0 x 11,5 x 5,25 cm.

Recomenda-se a aplicação desse tijolo no caso de alvenaria aparente, em substituição à litocerâmica. Em alvenarias destinadas a receber revestimentos não se recomenda a aplicação, porque a sua superfície lisa oferece dificuldades à aderência da argamassa.

O tijolo laminado custa mais que o tijolo comum, em média R$ 1,50 a unidade. São muito mais duros que o tijolo comum, essa característica os torna mais difíceis para a abertura de rasgos nas paredes para embutir os encanamentos de água e conduítes, assim como seu corte no assentamento. Outro inconveniente desse tijolo é o consumo exagerado de massa para o seu assentamento, onde os furos absorvem o excesso de argamassa.

Figura 2. Tijolo Laminado