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Antropologia, Saúde E Doença: Uma Introdução Ao Conceito De Cultura Aplicado às Ciências Da Saúde

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Por:   •  20/8/2014  •  495 Palavras (2 Páginas)  •  931 Visualizações

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Natal na barca resumo

Fantasia e realidade voltam a se encontrar no conto Natal Na Barca, de 1958, narrativa linear que

tem como tema a força da fé, a existência de milagres, a vida e a morte.

O início do conto “Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca” (p. 74)

faz pensar em outra história que também se passa no Natal, “Missa do galo”, de Machado de Assis, na

qual o narrador começa afirmando “Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há

muitos anos, contava eu dezessete, ela trinta” (Assis, 1997, p. 75). É admirável como os narradores

dessas duas histórias descrevem inúmeros detalhes, mas “não se lembram” ou “não entendem” certos

fatos e atitudes, por pura conveniência.

Os fatos narrados aconteceram no Natal, durante uma viagem de barca. O cenário é lúgubre: “em

redor tudo era silêncio e treva” (p. 74); a embarcação era “desconfortável, tosca” (p. 74), “despojada” e

“sem artifícios” (p. 74); a grade da barca era de “madeira carcomida” (p. 74); o chão era feito de “tábuas

gastas” (p. 74), compactuando com o estado de espírito do narrador-personagem.

Existem quatro passageiros na barca: o narrador, um velho bêbado e uma mulher com o filho

doente, uma criança de quase um ano de idade. A mulher atrai a atenção do narrador.

A seguir, um trecho em focalização interna remete o leitor para uma intertextualidade. “Ali estávamos os

quatro, silenciosos como mortos num antigo barco de mortos deslizando na escuridão. Contudo,

estávamos vivos. E era Natal.” (p. 74) Esta imagem faz pensar na barca conduzida por Caronte que, de

acordo com a mitologia greco-romana, era utilizada para transportar as almas para o reino dos mortos.

O motivo que leva a mulher a estar na barca é a urgência de levar o filho doente ao médico,–“Só sei que

Deus não vai me abandonar.” (p. 75).

Por meio de analepses, o narrador apresenta ao leitor as tragédias pelas quais a mulher passou: a morte

do primeiro filho, o abandono pelo marido.

A mulher passa, então, a sonhar com Deus, mas a presença divina é real, ela sente a mão de

Deus a conduzindo. E, por meio da frase final, o leitor percebe que Deus deu à mulher o conforto que ela

precisava. Tenha sido ou não um sonho, por ter visto que o filho morto estava bem, a mulher consolou-se

e passou a crer fervorosamente.

Apressadamente, tenta fugir, antes que a mãe descubra

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