Análise Bibliográfica
Pesquisas Acadêmicas: Análise Bibliográfica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ManoelaLR • 17/11/2013 • 1.003 Palavras (5 Páginas) • 1.358 Visualizações
LA TAILLE, Yves de. (1999) (2002) Vergonha, a ferida mortal. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes. De acordo com o livro de De La Taille publicado em 2002,
o sentimento de vergonha tem origem no fato de eu me fazer objeto do olhar, da escuta, do pensamento dos outros, este olhar do outro, que pode ser real ou imaginário, de um indivíduo ou de um coletivo, guia muitas de nossas ações cotidianas, dependendo da valoração que atribuímos a esse outro.
ANÁLISE O Projeto Educação para Combater a Pobreza tem como objetivos
melhorar a qualidade de vida das crianças que recebem, por exemplo, o Bolsa-
Família, ou qualquer outro programa (Bolsa-Família, PETI...) e que estudam
em escolas públicas dos seguintes municípios: Valparaíso e Cidade Ocidental
(GO), Olinda (PE), Fortaleza (CE) e Salvador (BA).
As autoras e pesquisadoras têm larga experiência em estudos sobre
gênero, violências, escola e família, juventude etc. Miriam Abramovay é
socióloga, pesquisadora e consultora de vários organismos internacionais em
pesquisas e avaliações. Mary Garcia é, também, socióloga, pesquisadora.
Elas, com esse estudo tinham o interesse de explicitar a “multiplicidade das
formas de violência presentes no nosso cotidiano, e que chegam ao ambiente
escolar” (p. 7).
1 http://www.missaocrianca.org.br/novo/quemsomos.htm
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Descrição da obra
O livro Caleidoscópio das violências nas escolas discute a dialética entre
banalização da violência e pânico. Ele retoma a questão da violência nas
escolas e detalha os tipos de violência que ocorrem dentro e em volta dela. As
autoras também analisam os fatores que poderiam melhorar a convivência
escolar.
A violência está presente onde há elevada taxa de desigualdade social,
miséria, ineficiência em segurança etc. Muitas vezes o excesso de informações
sobre violência e/ou o costume de se “hierarquizar certas violências” faz com
que se banalizem essas situações. Esse fato faz com que as pessoas sintam
medo e indignação, achem as violências condenáveis e inaceitáveis, e, ao
mesmo tempo inevitáveis e banais.
O texto faz diferenciações entre os tipos de violências. Dois desses tipos
são a violência dura e a violência simbólica. Bourdieu diz que a violência
simbólica é aquela que acontece por meio de símbolos, principalmente através
da linguagem. Já a violência dura, segundo Chesnais, refere-se às violências
físicas.
A escola, para a nossa sociedade, é um local onde crianças e jovens
aprendem e se socializam; é um meio que mais para frente vai colocá-los
dentro dessa sociedade. Para as pessoas das classes pobres, a educação
representa a única forma de “progredir na vida”. Ela deve ser um lugar
igualitário e democrático, mas na maioria das vezes ao invés de ser um lugar
de inclusão faz o papel oposto.
Essa exclusão dentro da escola acontece principalmente, entre outros
fatores, através do desempenho escolar. Ocorre uma tensão entre os jovens e
o mundo escolar e, segundo Carraro, é o professor que tem o papel de integrar
os jovens à escola, e para isso o educador tem que ouvir o que esses jovens
têm a dizer e levar em conta “seus interesses, possibilidades e aptidões” (p.29).
A escola tem o costume de sempre culpar alguém por seus problemas, e
geralmente culpa os alunos, e essa dinâmica escolar, segundo o texto,
conseguiu convencê-los de que realmente são eles os culpados pela situação
em que se encontra a escola. Como esses jovens acreditam ser os causadores
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dos problemas, eles tem baixa auto-estima, tornam-se indisciplinados e é por aí
que entra a violência.
Uma pesquisa citada pelas autoras (“Violência nas Escolas”, de
ABRAMOVAY e RUA, 2002) aponta que os alunos tem medo de ir à escola
porque temem ser agredidos e humilhados, e dizem que esse medo afeta seus
estudos.
A escola tem perdido seu “lugar de transmissão de saberes” por causa
da situação de vulnerabilidade a violências. Mas esse processo não pode ser
visto como algo que vem apenas de fora para dentro da escola, e sim como
algo que é gerado dentro da escola, pois “a escola pode ser vítima, mas
também é autora de processos violentos” (p.33).
Segundo outro dado da pesquisa citada anteriormente, o porte de
armas, sejam brancas ou de fogo, nas escolas também é grande. Embora os
alunos afirmem que não irão usar, o simples fato de portar
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