Análise Do Filme: Taare Zameen Par (Como Estrelas Na Terra)
Trabalho Escolar: Análise Do Filme: Taare Zameen Par (Como Estrelas Na Terra). Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: vanessantana • 18/10/2013 • 1.705 Palavras (7 Páginas) • 2.216 Visualizações
UNASP – CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA – SP
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL E CLÍNICA
Trabalho solicitado pela Profa. Esp. Andréia de Oliveira da disciplina Dificuldades de Aprendizagem e de Conduta, como requisito avaliativo do Curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia Institucional e Clínica.
Vanessa Santana Queroz Bhering
São Paulo
2013
Análise do filme: Taare Zameen Par (Como Estrelas na Terra)
O filme retrata a história de Ishaan Awasthi, um garoto de 9 anos, que tem sérias dificuldades na aprendizagem escolar, assim como dificuldades em realizar tarefas cotidianas. Ishaan repetiu uma vez o terceiro período (no sistema educacional indiano), tanto pelo mau desempenho escolar, na leitura, escrita e nas operações matemáticas, como por problemas relacionados à indisciplina, que o deixam constantemente de castigo e suspenso das aulas.
Quando a professora solicita a participação dos alunos na aula, pedindo para lerem o trecho de um texto, Ishaan diz que não consegue ler porque as letras estão dançando em sua frente. A partir da insistência e impaciência da professora, que ordena que ele leia as letras dançarinas, entendendo que se trata de uma atitude desrespeitosa do garoto, o mesmo começa a fazer barulhos com a boca, uma confusão de sons que sinaliza as letras bagunçadas entre si, que não geram palavra e significado algum.
Apesar de frequentar regularmente a escola e ser acompanhado pelos pais em casa, não é capaz de decodificar letras em sons com precisão, falha ao escrever espelhando letras e as percebe em movimento quando tenta ler, há omissões, inversões, trocas de letras e números, assim como as dificuldades para realizar cálculos, na psicomotricidade fina e no autocuidado, em atividades como amarrar o cadarço e abotoar a camisa, por exemplo.
Ishaan não consegue acompanhar as aulas nem focar sua atenção, mantendo-se distraído, além de ficar aliviado quando expulso da sala de aula. Ao mesmo tempo, demonstra grande interesse pela arte, por brincadeiras e por atividades que envolvem a fantasia e imaginação, tendo dificuldades acentuadas em lidar com a forma sistematizada de ensino, na qual a atividade dominante passa ser o estudo, que o relaciona com a realidade.
Por apresentar tais déficits cognitivos, Ishaan passa a perceber as tarefas acadêmicas como aversivas e desenvolve constantemente estratégias de fuga e esquiva das mesmas. Recorre ao mundo imaginativo, dispersa-se facilmente na escola e esconde dos pais o boletim escolar.
A família de Ishaan, de início, não sabe como lidar com o problema. Por falta de informações, bem como pela ausência de acompanhamento e orientação escolar adequados, interpretam as dificuldades escolares apresentadas pelo garoto como decorrentes de preguiça e falta de interesse. Fazem uso de disciplina rígida com castigos físicos e ofensas. Enquanto a mãe tende a ser mais afetiva, o pai parece não perceber que Ishaan sofre com suas dificuldades e que seus comportamentos opositores refletem a necessidade de que haja um olhar mais compreensivo para sua situação. No nível social, nota-se uma grande preocupação principalmente por parte do pai em relação ao sucesso profissional na fase adulta. Este é um homem de negócios que valoriza a conquista pelo primeiro lugar, o mérito individual e a competitividade acadêmica. Por outro lado, Ishaan apresenta grandes habilidades para desenhos e artes, sendo esta uma carreira pouco convencional para os padrões do pai. Portanto, numa sociedade que se propõe inclusiva, os valores e concepções de sucesso precisam ser repensados considerando as potencialidades e limitações que todas as pessoas apresentam.
Cansado de receber reclamações e notas baixas de seu filho caçula, o pai de Ishaan acreditava que o problema do garoto era a falta de disciplina, a falta de vontade em dedicar-se aos estudos e que isso poderia ser resolvido mandando-o para um internato. Após serem chamados na escola para falar com a diretora, o pai do garoto decide levá-lo a um colégio interno que costuma usar como marketing institucional explicar aos pais que são os melhores domadores de cavalos selvagens. Ishaan é entregue e própria sorte, abandonado intelectual e emocionalmente, tido como preguiçoso, relapso, desorganizado.
O ambiente escolar no qual Ishaan esta inserido é conservador e autoritário, tanto no primeiro como no segundo colégio. Numa das cenas iniciais em sala de aula a professora lhe solicita fazer leitura em voz alta. Ao simular o comportamento de ler emitindo sons não compreensíveis sem hipóteses de correspondência letra-som Ishaan torna-se alvo de chacota para os colegas (vítima de bullying) e de ofensa para a professora (estigmatizado), pois é desta maneira que ela interpreta sua atitude. Em nenhum momento os professores e a equipe pedagógica questionam a eficácia de seus métodos de ensino e se estes são os mais adequados para Ishaan, uma vez que ele falha sistematicamente em ler e escrever. A tendência adotada foi a de culpabilizar o garoto por suas dificuldades.
Os professores por dificuldade de lidar com o diferente, ignoravam , estigmatizavam o aluno, afastando-o cada vez mais contexto de aprendizagem, fazendo com que o mesmo se sentisse cada vez mais isolado. Não tinham uma prática pedagógica reflexiva, porque infelizmente lançavam mão de métodos de ensino arcaico como reprodução dos conteúdos ensinados, castigos físicos e psicológicos que só reforçavam o sentimento de inferioridade do aluno, e também não havia um interesse em buscar e investigar o que realmente dificultava a aprendizagem de Ishaan.
Na nova escola, em regime de internato, o garoto encontra ainda mais dificuldades. Sente falta de seus pais e do irmão mais velho, se deprime e perde ainda mais a motivação para aprender. A nova sala de aula leva o menino a continuar acreditando em uma vida de rejeição e insegurança. As palavras continuam a dançar em sua frente. A leitura e a escrita permanecem sendo seu desafio. Quando é pedido para Ishaan explicar a mensagem de um poema com leitura feita em sala de aula e o garoto explica o real sentido da mensagem, sendo desconsiderado pelo professor e mais uma vez motivo de risos entre os colegas, sendo reconhecido por seu amigo
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