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Aspectos do debate sobre biografias

Artigo: Aspectos do debate sobre biografias. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  28/2/2015  •  Artigo  •  699 Palavras (3 Páginas)  •  463 Visualizações

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debate sobre biografias tem aspectos jurídicos, políticos, éticos e pessoais. Mas tem também pelo menos dois aspectos econômicos. Não que eles sejam mais importantes do que aqueles. Apenas registro sua existência.

Biografias são livros potencialmente muito vendáveis. Primeiro porque são lidas (legíveis) por grande número de leitores - diferentemente da produção literária stricto sensu. E segundo porque despertam curiosidade: tratam da vida e da obra (ou dos feitos) de um personagem que é muito conhecido.

Mas isso não basta. Um produto, para vender muito e gerar muito lucro precisa de exposição, marketing, divulgação, etc. Assim também as biografias. E para ser campeão de vendas (com maximização de ganhos), é desejável (mas difícil de obter) que o produto tenha uma marca, que mova o comprador quase tanto quanto o movem a necessidade e a curiosidade. Como a grife da roupa.

No caso das biografias, qual pode ser esse diferencial? O que faz com que a demanda se dirija não só ao gênero biografia, mas também àquela biografia específica, e ainda gere no comprador orgulho pelas suas posse e leitura? O fato de o biografado ser alguém muito famoso ou polêmico ou importante. E isso não é fácil de obter.

Biografia, então, não é um produto artesanal, fruto apenas do suor e do talento do autor. Ele tem por trás um setor produtivo com muitos atores: indústria, comércio, distribuição, marketing, mídia, merchandising e, lá na pontinha, com 10% do preço de capa (se o autor for comum), ou com uma remuneração expressiva (quando o autor tem renome), o autor.

Não é o autor quem mais ganha em cima do produto (em cima do biografado). Mesmo no caso do autor renomado e bem pago, o retorno é garantido, senão o investimentAo não seria feito. Aliás, a hipótese de autor desconhecido ganhando pouco é improvável: se o biografado é famoso o suficiente para criar marca e sinalizar muitas vendas, o autor vai ser escolhido pela editora. Ou, ao inverso, o autor ultrarrenomado vai poder escolher o biografado, a editora e a remuneração.

O segundo aspecto decorre do primeiro. É mais teórico e mais chato. Tem a ver com externalidades e Teorema de Coase.

Em resumo é o seguinte: se uma ação de A gera para B, ainda que a intenção não seja essa, mais ganhos do que B auferiria sem a produção de A, então B deveria remunerar A. Diz-se dessa situação que A gera externalidade positiva para B.

Havendo direitos de propriedade claros das duas partes, elas, se quiserem, poderão encontrar uma remuneração de equilíbrio. Não para que B não produza, mas para que o que B produz tenha custos e ganhos justos (maiores e menores, respectivamente, do que o que ele está tendo), assim como o que A produz tenha custos e ganhos justos (menores e maiores, respectivamente, do que o que ele está tendo).

No caso das biografias, A é o biografado e B - atenção - não é o autor visto artesanalmente: é o setor produtivo que produz biografias e busca vendê-las em grande escala (às vezes com escolha adequada do autor). Se A é muito famoso, a externalidade para B é muito maior. Não havendo remuneração para A, os ganhos de B serão ainda maiores.

Tudo isso parece muito duro, seco, mercantil. Mas só devem levar em conta esse raciocínio as partes (A e B) que o acharem cabível). Por motivos não mercantis

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