Aterro Sanitário

1. Projeto

“Projeto de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos Urbanos de Santa Maria/RS”

O crescimento populacional e consequentemente uma maior produção de resíduos sólidos tem se tornado foco de estudos e busca de soluções para tratamento e disposição final desses rejeitos.

A disposição em locais inadequados e de forma incorreta desses materiais provoca impactos ambientais e sociais significativos, pois além de trazer problemas aos meios físicos, aquáticos e bióticos, também é responsável pela disseminação de doenças.

Uma vez acondicionados em aterros, os resíduos sólidos podem comprometer a qualidade do solo, da água e do ar, por serem fontes de compostos orgânicos voláteis, pesticidas, solventes e metais pesados, entre outros.

O projeto de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos Urbanos de Santa Maria/RS foi dimensionado para receber resíduos domiciliares coletados, que compreendem os resíduos domésticos, comercial (com características similares aos domésticos), público e da atividade de varrição.

Os resíduos recebidos no aterro são classificados conforme a NBR 10004/2005 como Resíduos Classe II – Não Perigosos, que são aqueles que não se enquadram na Classe I (Perigosos).

A área destinada ao aterro antigamente recebia os resíduos de classe II, sem nenhum tipo de tratamento e disposição adequada, porém, conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – Lei n° 12.305, de 2 de agosto de 2010, todos os lixões deverão ser extintos, visando, entre outros aspectos, à proteção da saúde pública e da qualidade ambiental e à disposição final ambientalmente correta. Diante disso, a necessidade de regularização por parte dos municípios, visando à gestão integrada e ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos.

2. Definições

a) Degradação ambiental

Degradação ambiental é a perda ou deterioração dos processos, funções ou componentes ambientais, ou seja, alterações na qualidade ambiental.

A degradação pode ser percebida em diferentes graus. Dependendo do grau de perturbação, o ambiente pode recuperar-se espontaneamente, mas a partir de certo nível de degradação, a recuperação espontânea pode ser impossível ou somente se dar em longo prazo.

Analisando a Figura 1.4 pode-se perceber que quanto maior a atividade humana sobre o ambiente maior será a degradação naquele sistema. Caso o sistema não receba uma ação de modificação este pode não alterar seu quadro de degradação espontaneamente por si só. Isso se aplica ao projeto proposto, onde caso não haja intervenção no lixão, este sempre continuará sendo um ambiente degradado e insustentável. Por outro lado se houver uma ação corretiva este pode recuperar-se e tornar-se potencialmente sustentável.

b) Impacto ambiental

Impacto ambiental pode ser definido como o ato de identificar as consequências que uma determinada ação feita no presente ou uma ação proposta. Ou seja, visa antever as possíveis consequências de uma decisão. Porém, não pretende-se antecipar uma ação futura, mas sim tenta-se medir as alterações detectadas e, caso seja necessário, valora-se economicamente as consequentes perdas.

Conforme a Fig 1.6, para se analisar o impacto ambiental de dado empreendimento deve-se realizar um diagnóstico da situação passada, bem como, um prognóstico das ações tomadas que influenciaram a situação futura da implantação do empreendimento. É necessário na parte de diagnóstico analisar como vem se comportando o impacto ambiental ao longo do tempo. Já o prognóstico é uma suposição, ou seja, leva-se em consideração a hipótese de implantação do projeto ou não implantação, e como o impacto gerado irá se comportar ao longo do tempo.

c) Aspectos ambientais

Aspecto ambiental pode ser entendido como o mecanismo através do qual uma ação humana causa impacto ambiental.

As atividades demonstram as causas, o impacto ambiental são as consequências, enquanto que o aspecto ambiental são os processos pelos quais ocorrem as consequências. Exemplos desta cadeia de relações são dadas a seguir:

Atividade – Aspecto – Impacto Ambiental

• Produção de alimentos – consumo de nutrientes – empobrecimento do solo

• Criação de gado – produção de metano – diminuição da qualidade do ar

• Uso de máquinas agrícolas – compactação do solo – diminuição da infiltração de água no solo

• Lavagem de carro – lançamento de água com óleo – diminuição da qualidade da água

• Construção civil – produção de resíduos – deterioração do ambiente natural

• Pavimentação – diminuição da permeabilidade do solo – aumento das cheias

• Plantação de eucaliptos – remoção da floresta nativa – redução da biodiversidade

d) Processos ambientais

Pode-se entender como processo ambiental toda e qualquer alteração em um meio, seja natural ou pelo homem. Sendo uma das maneiras de estudar os impactos ambientais é entender como as ações humanas afetam os processos naturais. Exemplo como solo descoberto, dificulta a absorção/infiltração das águas pluvias, que ao invés de infiltrar até os lençóis subterrâneos, grande parte dessa água escoa superficialmente podendo causar erosões e essas tornarem-se voçorocas sem o cuidado