Auto Estima

AUTO -ESTIMA LIGADA A ESTÉTICA

Algumas pessoas se perguntam: Do ponto de vista espiritual, é errado fazer cirurgia plástica? Talvez o mais grave seja julgar uma pessoa que deseja fazer. Temos que respeitar a decisão de cada um, pois afinal, cada um no seu nível de consciência.

Se uma pessoa acha que é importante esse tipo de exagero estético, ela pode faze-lo.

Porém, chegará um dia que ela vai perceber o quanto isso é fútil e efêmero. Fazemos tanta coisa para preservar a estética e nem imaginamos o quanto isso não tem qualquer valor.

De qualquer forma, quem acredita que a estética conduz à felicidade, deve vivenciar isso intensamente, pois se reprimir por culpa ou hipocrisia religiosa, não vai obter o aprendizado. Muitas vezes é melhor mergulhar num conjunto de valores e atitudes para que se perceba mais facilmente o quão irrelevantes e vazios eles são.

Mas é preciso separar as coisas para que não haja confusão. Uma coisa são os cuidados com o corpo físico no sentido da saúde, outra bem diferente é a obsessão com o embelezamento. Podemos cuidar de nós esteticamente acreditando que estamos cuidando do nosso corpo. Mas tratar bem o corpo é cuidar da saúde e não da beleza.

Podemos tentar incrementar o corpo físico em algumas situações sociais. Muitas vezes, a sociedade nos exige isso. Mas o erro está em apegar-se a essa forma estética, acreditando que ela preenche nossa vida em vários aspectos. O problema nao é vestir a máscara, mas identificar-se com ela acreditando que nós somos nossa vestimenta momentânea.

É certo que tudo na vida passa, tudo é transitório, assim, quem se aprisionar no transitório morrerá. Quem elevar-se além dos limites do mundo, encontrará a imortalidade.

Na verdade, fazer uma cirurgia para melhorar a auto-estima é uma ilusão. Talvez as pessoas busquem tanto a cirurgia plástica para encontrar uma coisa que eles não vão conseguir dessa forma.

A auto-estima é um processo psicológico. Beleza física não tem nada a ver com auto-estima. Auto-estima não é vaidade, embora a mídia queira passar essa ideia. É você gostar de você mesmo, é você se amar. Para ir mais fundo, a auto-estima verdadeira não consiste em buscar a perfeição do corpo físico no sentido estético, mas sim em aceitar quem somos da forma que somos. A auto-estima consiste basicamente na auto-aceitação. Aceitar-se não significa o conformismo em relação aos nossos limites, mas sim na aceitação da realidade dos nossos limites, sem escondê-los ou ocultá-los por detrás de formas físicas bem trabalhadas numa clínica de estética ou com a ajuda de quilos de maquiagem.

Os meios de comunicação querem nos fazer acreditar que a autoestima é proporcional ao nosso cuidado com a beleza física. Se realmente fosse verdade que a auto-estima está diretamente ligada a estética, nenhuma mulher bonita iria sofrer de baixa auto-estima. Uma das coisas que mais se vê nos dias de hoje são mulheres lindas achando que são feias; mulheres magras achando que estão gordas; e pessoas com bastante potencial se julgando impotentes.

A beleza física não pode dar uma coisa que é de domínio psicológico. A beleza física não vai fazer você amar a si mesmo(a). No máximo, vai alimentar o seu ego, seu orgulho e sua vaidade pessoal e contribuir para o encobrimento das suas inseguranças, seus medos, suas angústias e seu sofrimento. É muito mais aconselhável procurar um terapeuta para rever essas pendências emocionais e psíquicas do que tentar enfeitar nossos problemas.

Mas é isso mesmo que a mídia quer que acreditemos. Assim, continuamos gastando um dinheirão com produtos de beleza, com escova progressiva disso e daquilo, com uma nova hidratação, com maquiagem, com plásticas, com lipo-aspiração, pois afinal, temos que cuidar de nossa auto-estima, temos que nos gostar. Tudo isso é ilusão.

Podemos tentar