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Avaliação Radiográfica

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Por:   •  7/10/2014  •  3.391 Palavras (14 Páginas)  •  245 Visualizações

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ATRASO NO DESENVOLVIMENTO DO SEGUNDO PRÉ-MOLAR SUPERIOR: CONDIÇÃO PARA QUE EXIGE PONDERAÇÃO

Ortodontia – vol. 35- nº 3- julho/ agosto/ setembro – 2002.

Omar Gabriel da Silva Filho*,Rita de Cássia Moura Carvalho Lauris*, Flávio Mauro Ferrari Júnior**, Terumi Okada Osawa*

* Ortodontistas do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo e Professores do Curso de Aperfeiçoamento em Ortodontia Preventiva e Interceptiva da Sociedade de Promoção Social do Fissurado Lábio-Palatal (PROFIS), Bauru-SP.

** Professor do Curso de Aperfeiçoamento em Ortodontia Preventiva e Interceptiva da PROFIS, Bauru-SP

RESUMO

O tema principal deste artigo refere-se ao atraso significativo de pelo menos 4 anos no desenvolvimento e na irrupção de um segundo pré molar superior esquerdo. O texto compila a literatura pertinente e exemplifica o problema expondo o caso clínico de uma paciente portadora de má oclusão de classe II, divisão 1, tratada com aparelho extrabucal em dois estágios distintos: dentadura mista e dentadura permanente. O caso clínico apresentado enfatiza a influência do atraso odontogênico na conduta ortodôntica, quando não existe discrepância suficiente para extrações dentárias. Quando o dente em atraso encontra-se na sua posição normal, a coerência exige o acompanhamento da rizogênese do dente em questão até que se possa adotar uma conduta definitiva. Paralelamente ao atraso no desenvolvimento do dente 25, registrou-se também na referida paciente um distanciamento incomum, porém progressivamente menor, no germe dos segundos molares inferiores em relação aos primeiros molares.

Unitermos: má oclusão, desenvolvimento dos dentes, atraso no desenvolvimento dos dentes.

INTRODUÇÃO: APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO

O que nos revelam as imagens radiográficas expostas nas figuras 1 e 2? Fundamentalmente, duas situações raras, diferentes e provavelmente independentes: 1) a distância que o germe dos segundos molares permanentes inferiores guarda em relação aos primeiros molares inferiores e 2) o atraso no desenvolvimento do segundo pré-molar superior esquerdo.

Qual dessas duas situações poderá interferir no planejamento ortodôntico? Sem dúvida, o comportamento do segundo pré-molar, já que este ocupa a região média do arco dentário. De antemão, a imprevisibilidade da evolução do segundo pré-molar superior sugere cautela e acompanhamento, visto que a má oclusão em questão, uma classe II, divisão 1 com indicação para tratamento com aparelho extrabucal, não exige extração de dentes para sua correção. Embora não seja possível identificar a verdadeira causa do problema, existe um ponto positivo de caráter prático: a posição correta do dente 25, com a superfície oclusal voltada para o plano oclusal, diagnosticada pela radiografias panorâmicas e periapicais (figura 1 a 4). A espera foi recompensada, como atestam as fotografias das figuras 5 a 8. O dente 25, ao final do período de acompanhamento e tratamento, pode ser visto em plena oclusão.

FIGURA 1 – Acompanhamento longitudinal do desenvolvimento da oclusão com radiografias panorâmicas, desde o início do segundo período transitório da dentadura mista, referente ao caso clínico apresentado nas figuras 5 a 8.

FIGURA 2 – Acompanhamento da rizogênese do dente 25 e da mesialização paulatina dos segundos molares inferiores, referente ao caso clínico apresentado nas figuras 5 a 8.

Quanto ao comportamento dos germes dos segundos molares inferiores, há uma tendência de mesialização, o que foi comprovado durante o acompanhamento longitudinal (figuras 1 e 2). Além do mais, esta situação não interfere na mecânica ortodôntica propriamente dita, já que o dente ocupa o extremo distal do arco alveolar. A ausência dos terceiros molares inferiores provavelmente contribuiu para uma mesialização mais lenta destes dentes, sobretudo do dente 47.

As radiografias periapicais demonstram evolução lenta, porém contínua, do dente 25 durante 8 anos de acompanhamento, desde sua formação coronária até seu completo fechamento apical (figuras 3 e 4). Quando o dente 25 encontrava-se na fase final de formação coronária, o seu contralateral (dente 15) já estava alcançando o plano oclusal. A partir de então, a rizogênese lenta impulsionou o dente em direção ao plano oclusal. Após ter alcançado o plano oclusal, no final da fase de irrupção ativa, o dente foi movimentado ortodonticamente à medida que o ápice foi se completando.

As fotografias das figuras 5 a 8 ilustram a situação corriqueira de uma má oclusão de classe II, divisão 1 tratada com aparelho extrabucal e nivelamento superior e inferior, em duas etapas distintas: antes e depois da irrupção do dente 25. O que diferencia esta má oclusão é a influência do atraso no desenvolvimento do dente 25 sobre a conduta ortodôntica. Como o pré-molar encontrava-se bem posicionado no osso alveolar, a conduta adotada foi aguardar a evolução do germe em questão. A infra-oclusão do segundo molar decíduo superior esquerdo acompanhou o atraso no desenvolvimento do dente 25 mas, provavelmente, não deve tê-lo influenciado. A infra-oclusão de dentes decíduos constitui situação relativamente comum, de prognóstico favorável, e parece não interferir na rizogênese do dente permanente correspondente20. O dente 65, anquilosado, foi extraído na época do início da rizogênese do dente 25 (Figura 3C).

FIGURA 3 – Acompanhamento longitudinal do desenvolvimento do germe dentário 25 com radiografias periapicais, referente ao caso clínico apresentado nas figuras 5 a 8.

FIGURA 4 – Acompanhamento longitudinal, com radiografias periapicais, e estágios finais da rizogênese e da movimentação espontânea do germe 25, referente ao caso clínico apresentado as figuras 5 a 8. A movimentação dentária induzida só foi aplicada após a completa irrupção do dente 25 na cavidade bucal.

REVISÃO DE LITERATURA

CUNATI; COLLORD7, em 1973, apresentaram dois casos clínicos com diagnóstico confirmado de retardo no desenvolvimento de segundos pré-molares inferiores. O primeiro caso era de uma menina que, aos 6 anos e 4 meses de idade, apresentava imagem radiográfica compatível com agenesia dos segundos pré-molares

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