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Avenida Paulista

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Por:   •  19/4/2013  •  Resenha  •  792 Palavras (4 Páginas)  •  574 Visualizações

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No próximo domingo (10), quando cerca de 2 milhões de participantes colorirem a Avenida Paulista na 11ª edição da Parada do Orgulho GLBT (gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e transgêneros), não será difícil encontrar na multidão homens e mulheres homossexuais que tenham vivido algum constrangimento ao fazer uma compra ou utilizar serviços na cidade. Pouco habituados a lidar com esse consumidor, empresários e comerciantes preferem, em sua maioria, dispensá-lo a procurar atendê-lo em suas necessidades específicas. "Conheço o caso de uma seguradora que indicou uma concorrente, alegando ser mais barata, só para se livrar de um cliente gay", diz Francisco Fernandes, diretor da American Life, que há um ano lançou um seguro de vida para parceiros do mesmo sexo. Desde então, vendeu cerca de 500 apólices, 47% delas a paulistanos. Iniciativas como essa, voltada exclusivamente aos gays, tornam-se cada vez mais comuns. São empresas dos setores de turismo, imóveis e comércio, entre outros, empenhadas em ser identificadas com o S da sigla GLS, que contempla gays, lésbicas e simpatizantes.

Agência de turismo especializada na turma GLS: pacotes para quem chega e quer sair de São PauloAo adotarem uma atitude "friendly", ou seja, simpática à turma, as grifes vão atrás do chamado "pink money", referência ao alto poder de consumo dos gays há muito detectado nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, esse mercado significaria 18 milhões de homossexuais, ou 10% da população, de acordo com o IBGE. Por enquanto, o interesse pelo dinheiro cor-de-rosa – existem pesquisas que indicam que os homossexuais gastam 30% mais que os heterossexuais – ainda surge timidamente em São Paulo, mas já seduziu, por exemplo, o conservador mercado imobiliário. Em 2002, a construtora Tecnisa passou a treinar seu pessoal para atender a comunidade e três anos depois "assumiu" a tendência com uma publicidade direcionada. Hoje, a venda de apartamentos para casais de homens ou de mulheres representa 12% do seu faturamento. "Por não terem nem filhos nem os gastos de uma família convencional, os gays investem mais no próprio conforto, e a moradia entra nesse pacote", afirma o diretor de marketing da incorporadora, Romeo Busarello. "Não construímos prédios pink, mas modificamos a planta original e fazemos adaptações para eles que não são usuais." Os pedidos vão desde um acabamento mais requintado até a inclusão de hidromassagem no segundo banheiro. De quebra, os compradores recebem assessoria jurídica para o caso de separação durante o período de construção e um ano de seguro de vida.

Carentes dessa atenção do mercado, os homossexuais valorizam atitudes simpáticas, ainda que acanhadas. A loja de presentes Camicado não fez muito mais que orientar seus atendentes a receber com normalidade os clientes gays e dar dicas do que incluir, por exemplo, numa lista de "casamento". "Como não se trata de uma união oficial, essas listas entram no conceito de 'open house', o evento inaugural de uma casa de solteiro ou de parceiros que decidiram morar juntos", afirma Fábio Kow, diretor da rede. Lá, em 2006, cerca de 1 000 das 2 400 listas de open house foram negociadas para gays.

Anúncios de construtora: 12% das vendas para casais homossexuaisEmpresas

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