Bainha
Tese: Bainha. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Valdsomart • 22/3/2014 • Tese • 4.725 Palavras (19 Páginas) • 365 Visualizações
TEGUMENTO
O tegumento, composto pela pele e seus anexos, glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas, pêlos e unhas, é o maior órgão e constitui 16% do peso corporal. E l e reveste todo o corpo, continuando-se nos lábios e no ânus com as membranas mucosas do sistema digestivo, no nariz com o sistema respiratório, e com os sistemas urogenitals nos locais em que chegam à superfície. Além disso, a pele das pálpebras se continua com o revestimento conjuntival da porção anterior dos olhos. A pele também reveste o meato auditivo externo e cobre a superfície externa da membrana timpânica.
A pele, o maior órgão do corpo, é composta pela epiderme e pela derme subjacente. Além de dar uma cobertura para os tecidos moles subjacentes, a pele realiza muitas outras funções, incluindo: Proteção contra lesões, invasão bacteriana e dessecação, regulação da temperatura do corpo, recepção de sensações contínuas do meio ambiente (ex., tato, temperatura e dor), excreção pelas glândulas sudoríparas, e absorção de radiação ultravioleta (UV) solar para a síntese de vitamina D. A pele é composta por duas camadas: uma externa, a epiderme, e outra, mais profunda, de tecido conjuntivo, a derme. A epiderme é constituída por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, derivado do ectoderma. Situada diretamente abaixo, e entrelaçando seus prolongamentos com os da epiderme, fica a derme, derivada da mesoderma e constituída por tecido conjuntivo denso não modelado. A interface entre a epiderme e a derme apresenta cristas elevadas.
A textura e a espessura da pele, varia nas diferentes regiões do corpo. Por exemplo, a pele da pálpebra é macia, delicada e com pêlos delicados, enquanto, a uma pequena distância, nas sobrancelhas, a pele é mais espessa e possui pêlos grosseiros. A pele da testa produz secreções oleosas; a pele do queixo não produz secreções oleosas, mas forma muitos pêlos.
As palmas das mãos e as solas dos pés são espessas e não possuem pêlos, mas contêm muitas glândulas sudoríparas. Além disso, a superfície das polpas dos dedos e dos artelhos tem cristas e sulcos alternados que formam alças, curvas e vórtices com determinados padrões chamados dermatóglifos (impressões digitais), que se formam ainda no feto e permanecem sem modificações durante toda a vida. Na maior parte do corpo, a espessura da epiderme varia de 0,07 a 0,12 mm, com espessamentos localizados nas palmas das mãos e solas dos pés (onde sua espessura pode variar de 0,8 mm a 1,4 mm, respectivamente). A pele mais espessa das palmasdas mãos e solas dos pés já é evidente no feto, mas o uso, a pressão e a fricção aplicadas, com o tempo, levam a um aumento continuado da espessura da pele destas regiões.
O epitélio estratificado pavimentoso queratinizado da pele é constituído por quatro populações de células:
• Queratinócitos
• Melanócitos
• Células de Langerhans
• Células de Merkel
O estrato granuloso, constituído por três a cinco camadas de queratinócitos achatados, é a camada mais superficial da epiderme, cujas células ainda possuem núcleo. O citoplasma destes queratinócitos contém grânulos de querato-hialina grandes, de formato irregular, grosseiros, basófilos, não envolvidos por uma membrana. Feixes de filamentos de queratina passam por estes grânulos.
A camada mais superficial da pele, o estrato córneo, é constituída por numerosas camadas de células achatadas, queratinizadas, com uma membrana plasmática espessada. Estas células não possuem núcleo nem organelas, mas estão preenchidas com filamentos de queratina contidos dentro de uma matriz amorfa. As células mais distantes da superfície da pele apresentam desmossomos, enquanto as células perto da superfície da pele, denominadas escamas ou células córneas, perdem
os desmossomos e são descarnadas (liberadas).
Os queratinócitos produzem a proteína estrutural, a queratina, que forma filamentos de 10 nm no citoplasma dos queratinócitos. Já foram identificados aproximadamente 10 espécies diferentes de queratina, e quatro destas estão presentes na epiderme. As células do estrato basal sintetizam duas das quatro queratinas, enquanto as células do estrato espinhoso sintetizam as outras duas, que tendem a formar feixes mais grosseiros de filamentos. As células do estrato espinhoso também produzem e depositam no aspecto citoplasmático de seu plasmalema a proteína involucrina. Além disso, as células do estrato espinhoso também formam os grânulos revestidos por membrana, que, posteriormente, liberam seu conteúdo, rico em lipídios, no espaço intercelular formando uma barreira impermeabilizante.
Os melanócitos, derivados da crista neural, estão situados entre as células do estrato basal, apesar de também poderem ser encontrados nas partes superficiais da derme. Os melanócitos são células de redondas a colunares cujos longos prolongamentos ondulantes projetam-se da superfície das células e penetram nos espaços intercelulares do estrato espinhoso.
Apesar de estarem dispersas por toda a epiderme, onde normalmente representam de 2 a 4% da população de células epidérmicas, as células de Langerhans, algumas vezes denominadas células dendríticas por causa de seus numerosos e longos prolongamentos çitoplasmáticos, estão primariamente localizadas no estrato espinhoso. Estas células também podem ser encontradas na derme assim como no epitélio estratificado pavimentoso da cavidade oral, esôfago e vagina. Entretanto, elas são mais freqüentes na epiderme, onde seu número pode chegar a 800 por milímetro quadrado (mm2). Observadas ao microscópio óptico, as células de Langerhans mostram um núcleo denso, citoplasma claro e prolongamentos çitoplasmáticos longos que se irradiam do corpo celular para o espaço intercelular entre os queratinócitos. A microscopia eletrônica mostra que o núcleo é polimorfo; o citoplasma, elétron- transparente, contém poucos mitocôndrios, REG esparso e ausência de filamentos intermediários, mas contém lisossomos, corpos multivesiculares e pequenas vesículas.
As células de Merkel, dispersas entre os queratinócitos do estrato basal da epiderme, são especialmente abundantes na ponta dos dedos e na mucosa oral, e na base dos folículos pilosos. Estas células se diferenciam de células epiteliais da epiderme fetal inicial. Apesar de, geralmente, as células de Merkel serem encontradas
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