Barcelona X Rio De Janeiro

BARCELONA

Ricardo Bofill tem sua casa e seu escritório no mesmo lugar. Barcelona, sua cidade natal, foi um local projetado por combinações de bairros e pessoas diferentes, distintos de outros diversos locais da Europa. A cidade é individualista, contra à cultura e com uma certa liberdade para se fazer o que quiser.

O monumento de Barcelona, a Sagrada Família de Gaudi, por exemplo, essencializa a própria cidade, pois Gaudi foi um artista que impressionava a todos; suas obras não obtinham imitações de janelas ou colunas, cada peça tinha sua característica e seu diferencial. Gaudi morreu e deixou a obra inacabada, e, dentre umas das características da cidade, é que ela está sempre em constante evolução.

A obra é como se fosse um quebra cabeça, ela vai se encaixando com o passar dos séculos. Segundo o arquiteto a cidade não se enquadra aos sonhos modernistas, pois há grande influência árabe nas igrejas góticas.

A principal característica de Barcelona é a diversidade, com formas variadas e cheias de invenções. Ramblas da Catalunha funciona 24 horas por dia com muitas pessoas passeando pelo local, desde de manhã até a noite; possui um calçadão, uma espécie de rua teatral, onde há quem caminhe a passeio, esteja sentado observando o movimento ou, até mesmo, descansado; há quem está indo para o trabalho, e todos esses passeiam sem pressa pelo ambiente. A localização se dá do porto até a montanha, assim como a maioria das ruas; essa rua onde os pedestres circulam, passava um rio por baixo, logo este foi canalizado para que tivesse disposição de calçadas largas e amplas no meio e ruas nas laterais pois os carros tinham menos importância.

Outra pontual característica está quando Bofill cita a mistura de ambientes na cidade, periferia e bairros pobres possuem universidades, instituições e museus para a convivência das distintas classes sociais. Ou seja, essa mesclagem serve para evitar o gueto.

Cerda, o inventor do termo urbanista, em 1848 fez o primeiro plano de Barcelona, que funcionava como uma trajetória de quadriculados: conjuntos de casas + pequenas praças; dessa maneira ele forma um plano uniforme em grande totalidade de Barcelona, dando inteligência e muita igualdade social para o projeto. No interior dos conjuntos predominam uma tipologia com repetições de casas – art nouveau.

As esquinas são cortadas para dar ideia de circulação, onde se pode ver os carros passarem. Variados tipos de construção, projetadas uma ao lado da outra, por arquitetos diferentes serviam como uma espécie de competição para saber quem poderia fazer mais bonita e melhor, quem era o mais refinado e mais culto.

Cerda fez o plano sempre voltado ao oeste e à leste da pobreza. A última transformação de Barcelona foi a consolidação entre o leste e oeste para melhorar o equilíbrio e ter vista para o mar.

Ricardo Bofill está construindo um novo arranha céu para a cidade e seu projeto do novo aeroporto está prestes a ser levantado

RIO DE JANEIRO

Quando os fundadores do Rio de Janeiro chegaram a baia de Guanabara eles escreveram para Europa dizendo que agora sabiam onde era o paraíso terrestre, pois achavam extraordinária a formação montanhosa, os blocos de praia, de planícies de montanhas, os pássaros, as baias, o mar e a água doce. Assim esses morros quando encontram com o mar, formam planícies ou picos e baías, onde se transforma em um cenário abrupto e bem vertical, de enormes rochedos com vegetação.

Elizabeth explica que a baía de Guanabara se formou a partir de dois fortes para se proteger dos invasores. Assim que Dom João veio para cá, o rei de Portugal, ele resolveu criar infraestrutura para desenvolver a cidade. E, por volta de 1925, o urbanista Frances, Agache, veio fazer o plano do centro. As calçadas possuem grandes pórticos para fazer sombra.

Já em 1936 Le Corbusier, quando o arquiteto