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Biodigestores Para Dejetos

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Por:   •  2/10/2013  •  1.331 Palavras (6 Páginas)  •  464 Visualizações

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Manejo de dejetos de Caprinos e Ovinos

O manejo inadequado dos dejetos é outro grave impasse atuando frequentemente como vetor de doenças e contaminando a água e o solo. Os problemas epidemiológicos constatados no meio rural estão relacionados com os agentes causadores de infecções dentro das propriedades; portanto, a prevenção dos fatores que contribuem para sua ocorrência protege os animais contra o risco de infecções e o público, contra zoonoses ou outros riscos sanitários provocados pelo lançamento de resíduos no ambiente (Oliveira, 1997).

A biodigestão anaeróbia consiste na fermentação com ausência de oxigênio de dejetos animais, plantas e lixo (doméstico e urbano) através de bactérias anaeróbias que sintetizam a matéria orgânica transformando-a em metano e dióxido de carbono, principais componentes do biogás (Castro & Cortez, 1998).

A utilização de biodigestores contribui para integração e sustentabilidade das atividades agropecuárias aproveitando o dejeto ao qual, normalmente, é dado pouco ou mesmo nenhum valor comercial, convertendo-o em duas grandes fontes de desenvolvimento: em energia e adubo. Para cocção, o biogás é o combustível mais limpo de todos, seguido do GLP e querosene em fogão pressurizado, conforme a escada energética (Sanga, 2004). O biogás e o biofertilizante permitem aumento da produção agrícola e a transformação dos produtos tradicionais rurais, agregando valor, organizando a produção, aumentando a conservação dos produtos e melhorando a logística de comercialização para os agricultores familiares.

A produção animal moderna apresenta grande potencial poluente, incrementando a excreção de elementos impactantes (principalmente fósforo e nitrogênio), e emissão de gases nocivos, que além de maus odores trazem problemas de saúde às pessoas e animais e colaboram para o aquecimento global da Terra. Existem vários destinos para a grande quantidade de resíduos gerada no meio rural, os quais visam não apenas controlar a poluição do meio, mas também podem promover retorno econômico com a adequada disposição do resíduo, seja para o aproveitamento no próprio setor como forma de energia, fertilizante ou alimento alternativo para animais, ou ainda na comercialização. O direcionamento para cada uma dessas situações depende de uma série de fatores, sendo que o manejo adotado, quando bem conduzido, permite o aproveitamento quase que integral dos dejetos dentro das condições estabelecidas em cada propriedade, podendo-se tomar dois caminhos: o da reciclagem (energética e/ou orgânica e de nutrientes), ou do tratamento. Considera-se que ao fazer reciclagem se tem como meta a conversão do resíduo em algo útil economicamente e, ao se adotar apenas o tratamento o que se busca é colocá-lo em condições de disposição no ambiente, com o menor impacto possível.

O crescimento da caprinocultura e ovinocultura nos últimos tem se dado nos países em desenvolvimento, com aumento do número de animais e melhoria dos índices zootécnicos. Em muitas situações a criação dos animais deixou de ocorrer em caráter de subsistência, a exemplo dos sistemas que eram empregados no Nordeste brasileiro, para assumir posição mais tecnificada e rentável.

As quantidades de dejetos produzidas por ovinos e caprinos são dependentes de inúmeros fatores, entre eles, consumo e qualidade dos alimentos oferecidos, idade e estágio fisiológico, entre outros. Desta forma AMORIM (2002) verificou que as quantidades excretadas podem variar de 130,9 a 379,0g de massa seca de fezes ao dia, em animais da raça Saanen com idade de 2 a 12 meses. JARDIM (1977) estimou que uma cabra adulta produz 600 kg de dejetos ao ano, em média. MALAVOLTA (1967) efetuou um comparativo de produção de dejetos, para tanto considerou 1000 kg de peso corporal como base e verificou produções de 6,60 toneladas de dejetos ao ano, por ovino, enquanto ENSMINGER et al. (1990) citou produções de 13,1 toneladas de dejetos ao ano para a mesma espécie. Neste sentido ARCARO JR. (1996) verificou

produções de 702 g de MS ao dia, considerando 100 kg de PV, o que resultaria em 2,56 toneladas de MS/ tonelada animal. Segundo AGRAZ (1989) os dejetos produzidos por caprinos podem conter até 3,0 e 2,0 % de N e P, respectivamente, o que representaria excelente fonte de nutrientes em substrato para a digestão anaeróbia ou a compostagem e vermicompostagem, pois além das concentrações de nutrientes otimizarem a atividade dos microrganismos, poderiam retornar ao solo de maneira não

Prejudicial e mais assimilável pelas plantas.

As quantidades de nutrientes excretadas nas fezes foram avaliadas por AMORIM (2002) e a autora verificou que houve acréscimo das concentrações de nutrientes nas fezes, na mesma medida em que os animais se aproximaram da fase adulta e foram alimentados com maiores quantidades de concentrado, em restrição ao volumoso. A composição química média dos dejetos de ovinos, segundo alguns autores e em diferentes condições de alimentação e manejo, foi estimada nas seguintes concentrações: 1,73; 0,45 e 1,14% de N, P e K, respectivamente, quantidades superiores aos teores encontrados em vacas de leite, novilhos de corte e cavalos.

Considerando-se os plantéis brasileiros de ovinos e caprinos no ano de 2004 (ANUALPEC, 2004) contando com 14,73 e 10,03 milhões de animais, respectivamente e, produções médias de dejetos de 600 kg ao ano/animal, se estimam que durante este período foram produzidos 88,39 e 60,19 milhões de toneladas de dejetos por ovinos e caprinos, respectivamente.

Biodigestores para Ovinos e Caprinos

Objetivo:

Aproveitamento dos dejetos de caprinos e ovinos na geração de energia renovável

Processo:

O processo de biodigestão anaeróbia é depende da ação de bactérias, ocorrendo em três fases: hidrólise ou redução do tamanho das moléculas; produção de ácidos orgânicos e a produção de metano. O metano é o principal componente do biogás e não tem cheiro, cor, ou sabor, mas os outros gases presentes conferem-lhe ligeiro odor de ovo podre ou alho. O peso do metano é pouco mais que a metade do peso do ar. O poder calorífico do biogás é de 5000 a 6500 kcal/m3, equivalente a: 0,55 L de óleo diesel, 0,45 L de gás de cozinha, ou 1,5 kg de lenha.

O manejo do biodigestor é bem simples:

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