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Biografia de Karl Orff

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Por:   •  3/6/2014  •  Bibliografia  •  1.815 Palavras (8 Páginas)  •  341 Visualizações

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Introdução

O presente trabalho surge na sequência da nossa prática com crianças e da vontade que temos em aprofundar metodologias que privilegiem a utilização de uma experiência vivencial, do corpo e dos instrumentos. Pretende também mostrar a pedagogia Orff e a sua aplicação no contexto actual.

Segundo Carl Orff, a experiência vivencial é muito importante. Ele usou a música como ferramenta educacional. Trabalhou tanto a melodia como o ritmo através das palavras.

A simplicidade dos instrumentos utilizados por Orff permite uma fácil utilização por parte das crianças.

A sua metodologia, cativou alguns seguidores, tais como: Jos Wuytack, de quem foi discípulo e amigo; Pierre Van Hauwe, dos quais têm impulsionado a utilização da metodologia através de cursos leccionados anualmente.

“A fundamentação dos princípios Orff, resume-se no agir, reagir, integrar e colaborar. Nesta fundamentação reside um conjunto de elementos que presidem á orientação de toda a sua metodologia-rítmo, melodia, criatividade, jogo, improvisação e instrumental. A partir da experiênciação destes elementos, a criança cresce e desenvolve a sua aprendizagem musical de uma forma viva e atraente, partindo do seu próprio mundo e das suas próprias vivências” (Martins, 1995, citado por Maria do Rosário Sousa).

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2. Biografia de Carl Orff

Já se passaram 96 anos do nascimento de um dos principais representantes da música alemã de nosso século.

A 10 de Julho de 1895, nascia em Munich, vindo a falecer na sua cidade natal a 29 de Março de 1982, com quase 87 anos.

Hoje, há quase 10 anos da sua morte, a sua música continua a cada dia mais viva. O seu percurso começou aos 5 anos, quando iniciou os seus estudos de violoncelo e piano. Mas a sua marca somente começa a surgir após 1931, quando resolve colocar em prática uma ideia brilhante, que se denominou de "SCHULWERK", ou seja, o desenvolvimento de um método de educação musical, fundamentado no ritmo, na expressão corporal e na dança. Partindo desta concepção, Orff desenvolveu um instrumental específico, a fim de impulsionar o desenvolvimento musical dos alunos. Este método teve tanta repercussão, que hoje já se encontra traduzido em 14 idiomas, envolvendo a música de diversos países, transformando-o assim num método universal em todos os sentidos.

A partir de 1936, Orff dedica-se à composição das grandes obras, onde obtiveram enorme repercussão, chamando a atenção dos principais directores, coreógrafos e maestros do mundo. Algumas obras tornaram-se mais conhecidas, como é o caso das óperas: "DIE KLUGE" (A Astuta), traduzida em 9 idiomas e "ANTIGONAE", das cantatas: "CATULLI CARMINA", "TRIUNFO Dl AFRODITE" e a mais popular de todas, "CARMINA BURANA". Estas três cantatas compõem um triplico teatral. Carmina Burana, foi a primeira e a mais popular de suas obras, composta entre 1935 e 1936,

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estreando em Frankfurt a 8 de Junho de 1937, com absoluto sucesso. Reúne textos de diversas canções de "CARMINA BURANA", uma série de poemas profanos escritos por monges alemães, do monastério Bavariano, datados do XIII século, escritos em língua alemã, franceses arcaicos e latim. ORFF escreveu duas versões de "CARMINA BURANA", a principal e a preferida do autor, é escrita para grande orquestra, coro, solistas e coro de meninos, composta em 1936. Para atender a grupos amadores e a cidades onde não haja uma orquestra, sem alteração das partes do coro e solistas, adaptou o acompanhamento para 2 pianos, tímpano e 5 percussionistas. Esta versão diminui um pouco o brilhantismo da obra, que fica por conta dos diversos timbres instrumentais da versão orquestral. Os solistas Soprano, especialmente o Tenor e o Barítono, devem conjugar virtuosismo, leveza e ao mesmo tempo dramaticidade. Por exemplo, a voz de Tenor solo, tem uma única aparição musical no "OLIM LACUS COLUERAM" (uma vez nadei no lago). Este canto fala sobre um cisne que está sendo preparado e assado, para que seja devorado por convivas de uma grande festa. A sua linha melódica extremamente aguda representa o sofrimento e a angústia deste cisne. Em diversas gravações e até em espectáculos a parte do tenor solo é substituída por um contra-tenor. Raros são os tenores que conseguem cantar estes poucos compassos utilizando a voz natural, necessitando utilizar o artifício do Falsete. São apenas seis compassos, em forma estrófica e em movimento lento, mas que exigem muita habilidade e energia do cantor. Os solos do barítono, não são diferentes tecnicamente. Em "ESTUANS INTERIUS" (interiormente estremecido), "EGO SUM ABBAS" (sou o Abade) e no "DIES, NOX ET OMNIA", é exigido do intérprete grande virtuosidade e dramaticidade, o que por vezes parece impossível de conciliar. Estas canções fazem estremecer seus intérpretes, tanto pelas dificuldades técnicas, como pela beleza do texto e música.

Gostaríamos de destacar algumas características da obra e vida de Carl Orff. Ele viveu numa época onde o sistema serial de Schoenberg, Alban Berg e outros, estava em moda, no entanto ele ignora este modismo e desenvolve a sua própria personalidade musical. A sua obra foca modos antigos, utiliza ritmos ostinatos e a sua orquestração é rica em efeitos sonoros sempre emoldurados pelos instrumentos de percussão. A sua originalidade e genialidade, repousam na coerência e equilíbrio

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estrutural, resultando numa grande vibração sonora e grande colorido. CARMINA BURANA é justamente a prova desta genialidade.

A sua obra consegue atingir o grande público, aliás esta era a grande intenção de Orff. Ao elaborar suas estruturas musicais, tinha uma preocupação de criação onde a sua música deveria agir de forma psicológica, mágica e porque não dizer, até mística, sobre o público. A sua acção primordial vem do ritmo e não da harmonia, que envolve as suas melodias. A estrutura musical é simples e com características populares. Este trabalho minucioso de elaboração rítmica, harmónica, melódica, contrapontística, dá à sua música um sentido estético equilibrado, envolvente, como reflexo da sua própria personalidade e pureza.

Carmina Burana consegue envolver um grande público, e esta era a grande intenção de Orff. Ao elaborar as estruturas musicais, tinha como preocupação a criação de música que agisse de forma psicológica, por que não dizer até mística

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