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Biossegurança Em Biotérios

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Por:   •  1/5/2014  •  2.548 Palavras (11 Páginas)  •  436 Visualizações

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Biossegurança em Biotérios

INTRODUÇÃO

Ter segurança significa poder confiar. Assim, para se trabalhar com segurança e evitar acidentes, devemser observadas e respeitadas as regras e os procedimentos de trabalho formulados para eliminar práticas perigosase evitar riscos desnecessários.

Os animais de laboratório representam um risco para quem os maneja, pois, mesmo que nãoexperimentalmente infectados, podem estar carreando agentes patogênicos, inclusive zoonóticos. Dessa forma,o risco de se adquirir infecções em biotérios nos quais as doenças infecciosas estão sendo estudadas, isto é, eminfectórios, é muito grande.

Desse modo, um rígido controle nos protocolos experimentais deve ser associado a estritos procedimentosde segurança e não somente os técnicos devem ter consciência dos perigos existentes, alguns dos quais específicospara cada área, mas também os pesquisadores e o pessoal de apoio que têm acesso ao biotério.

Os estudos de longa duração em animais estão associados, freqüentemente, a estudos de carcinogênese,oncogênese viral, teratogênese, avaliação de compostos potencialmente tóxicos e r adioisótopos, entre outros.

Por esse motivo, a manipulação e administração de drogas, o contato com tecidos animais, inclusive soro, bemcomo alguns dos componentes das madeiras, cuja maravalha se usa para as ‘camas’ dos animais, constituem motivo de preocupação para aqueles que trabalham com animais de laboratório.

O AMBIENTE DE TRABALHO

Em biotérios, existe uma variedade muito grande de salas para animais, envolvendo salas para criação eprodução, para manutenção, para cirurgias, quarentena ou ainda para manipulação de animais em experimentação, que podem estar expostos a materiais carcinogênicos, infecciosos ou alérgicos.

Alguns odores animais são agressivos para os seres humanos. Grande parte deles é produzida peladecomposição bacteriana dos excrementos, porém não se deve usar produtos que os mascarem, poispodem ser nocivos aos animais. Esses odores podem ser controlados por procedimentos de limpeza eventilação adequados.

Quando se analisa o ambiente, deve-se testar tanto o macro quanto o microambiente (gaiolas dos animais),pois podem ser muito diferentes. O mais comum e mais sério dos contaminantes ambientais dos biotérios é o amoníaco (NH3 do amoníaco é influenciada por muitos fatores, como: ventilação, umidade relativa, desenho das gaiolas,número e sexo dos animais nas mesmas, estado sanitário dos animais, alimentação etc.), que se forma pela ação das bactérias (urease positiva) sobre os excrementos. A concentração.

ANIMAIS DE LABORATÓRIO

Nas salas de cirurgia e de inoculação de animais de laboratório é comum o uso de anestésicos voláteis;entre eles, o éter é o mais utilizado em nosso meio. Esse composto, além de produzir sintomas como dor de cabeça, cansaço e irritabilidade, pode apresentar peróxidos altamente explosivos que já foram responsáveis por graves acidentes nos laboratórios onde se realizavam experiências em animais. Para outros anestésicos voláteis também usados e que constituem riscos potenciais para a saúde, devem ser introduzidas medidas preventivas nas salas de cirurgia, para minimizar a exposição a esses tipos de anestésicos.

Normalmente, os técnicos são responsáveis por duas ou mais diferentes espécies animais e em alguns casos até por cães e primatas não-humanos. Dessa forma, o desempenho de qualquer atividade em um biotério pressupõe um treinamento específico, no qual o técnico será informado sobre todos os riscos a que está sujeito, bem como as maneiras de se proteger e evitá-los.

Os infectórios estão classificados em grupos de risco, segundo o tipo de atividade desenvolvida, no que se refere à biossegurança animal. Assim, definem-se as instalações e as práticas aplicáveis para trabalhar com animais infectados com agentes patogênicos, correspondentes aos níveis de biossegurança 1 a 4.

Quadro 1 – Níveis de biossegurança recomendados no uso de animais infectados NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA PRÁTICAS E TÉCNICAS EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA INSTALAÇÕES

Baixo risco – não causa Manejo-padrão para _________ Básicas doença ao homem ou ao colônias convencionais.

Animal.

Moderado risco individual Uso obrigatório de jaleco Barreira parcial (guichê de e comunitário – causa e luvas; descontaminação desinfecção); uso de dispositivo doença ao homem ou ao dos dejetos infectados e das de proteção para o pessoal Básicas animal. gaiolas dos animais antes da (máscara, respiradouro etc.) para higienização; acesso limitado e a manipulação de agentes ou sinalização para alerta de riscos. animais infectados que produzem aerossóis.

Elevado risco individual e Práticas do nível 2, mais Os do nível 2, porém, devem ser baixo risco comunitário – uniforme especial e acesso usados para todos os tipos de Alta causa doença grave ao controlado. manipulações com animais segurança homem ou ao animal. infectados.

Elevado risco individual e Prática do nível 3 mais troca de Barreiras máximas, isto é, comunitário – causa roupa de rua por uniforme nível 3 de segurança biológica doença incurável ao especial em vestiário; ducha na ou barreira parcial em Segurança homem ou ao animal. saída; descontaminação de todos combinação com: proteção máxima os dejetos antes de sua retirada total do corpo com uma peça do infectório. única dotada de ventilação e pressão positiva, gaiolas dotadas de filtros, estantes com fluxo laminar etc.

PROTEÇÃO DA SAÚDE

Como é do conhecimento de todos, doenças podem ser transmitidas do homem para os animais e vice-versa (zoonoses). Essa transmissão pode ser evitada por monitoramento cuidadoso da saúde dos animais e dos técnicos.

A higiene pessoal constitui uma importante barreira contra infecções. O hábito de lavar as mãos antes e após manipular qualquer animal reduz o risco de disseminar doenças, bem como o de auto-infecção. Para facilitar esses procedimentos, cada sala de animal deveria ser provida de uma pia, sabão e toalha de papel.

Fumar, comer ou beber não deve ser permitido em qualquer sala de animal ou em outra área em que existam microorganismos patogênicos ou que tenham sido manipulados recentemente. Da mesma forma,pessoas com ferimentos abertos não devem ter permissão

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