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Bureau of Economic Analysis dos EUA

Seminário: Bureau of Economic Analysis dos EUA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  1/6/2014  •  Seminário  •  1.038 Palavras (5 Páginas)  •  291 Visualizações

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Em 31 de julho, o Birô de Análises Econômicas (BEA, na sigla em inglês) dos EUA vai reescrever a história em grande escala, revisando o tamanho e composição do Produto Interno Bruto (PIB) do país de forma retroativa até o primeiro ano de registro, em 1929.

A maior mudança vai ser a reclassificação - mais precisamente, a ascensão - da pesquisa e desenvolvimento. O setor não será mais tratado como mera despesa, como contas de luz ou de alimentação nos refeitórios para funcionários. Vai passar a ser categorizado nos livros contábeis do governo como um investimento, equivalente a construir uma fábrica ou escavar uma mina.

Em outra vitória para a propriedade intelectual, pela primeira vez obras de arte originais, como filmes, músicas e livros, vão começar a ser tratadas como ativos de vida longa.

É uma ótima ideia, ainda que tardia. O BEA sabe de cor tudo sobre a economia do século XX. Pode dizer as tendências da renda pessoal em Anchorage, no Alasca, ou a produção anual de produtos plásticos e de borracha em todo o país. Agora, o órgão concentrará mais atenção na pesquisa e desenvolvimento - a força vital da economia do século XXI - e incluirá uma conta experimental, até então só complementar, no cerne do cálculo do PIB.

O PIB é o principal parâmetro da macroeconomia - a soma de todos os bens e serviços produzidos em um país. O setor de pesquisa e desenvolvimento das empresas nunca foi incluído nesse total. Era considerado uma despesa, um "insumo intermediário", que corroía o lucro.

Investimentos intangíveis, como a pesquisa e desenvolvimento e a criação de obras artísticas originais, vinham sendo tratados como a "matéria escura" dos físicos: influente, mas invisível.

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Ben Bernanke, tocou no assunto em discurso em 2011. "Teremos mais chances de promover atividades inovadoras, se pudermos mensurá-las de forma mais eficiente e documentar seu papel no crescimento econômico."

O impacto da revisão será imediato. O PIB terá um impulso em torno a 2,7% quando o governo começar a contar a pesquisa e desenvolvimento e a criação artística como investimentos. Os Estados do Novo México e de Maryland terão as maiores elevações.

O índice de crescimento futuro provavelmente também será maior. Com o setor de pesquisa e desenvolvimento tratado como investimento, o crescimento da economia entre 1959 e 2007 teria sido de 3,39% ao ano, em vez de 3,32%, segundo estimativas do BEA.

Os investimentos intangíveis estão longe de ser um nova modismo. Em 1908, o economista e sociólogo Thorstein Veblen usou a frase para englobar tudo, desde a publicidade até o design. Um século antes do lançamento do iPad, ele escreveu sobre empresas que dão a seus produtos "um acabamento mais elegante para conseguir uma venda mais rápida, além do que contribuiria para sua utilidade bruta". Nos anos 30 e 40, o economista Joseph Schumpeter fez dos intangíveis parte central de sua teoria de que as economias cresciam por meio da inovação. As empresas, observou, inovam para diferenciar seus produtos, para poder cobrar preços maiores.

A teoria econômica mostrou estar à frente da prática contábil. O primeiro estágio de reconhecimento dos intangíveis foi a reclassificação, em 1999, dos softwares como um investimento. Foi algo apropriado, já que uma grande instalação de softwares pode durar mais do que o mais sólido dos equipamentos de uma fábrica. A segunda fase faz parte de uma mudança acertada por meio de um grupo de trabalho da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2008. Austrália e Canadá já fizeram a mudança e a Europa a promoverá em 2014.

Os EUA geram uma parcela desproporcional de sua riqueza a partir de itens como patentes, direitos autorais, designs, criações culturais e processos administrativos de empresas. Para ver a economia intangível em números, basta avaliar o balanço patrimonial da Apple: propriedades, fábricas, equipamentos e as formas tradicionais de

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