CIÊNCIA POLÍTICA Aula 2
Artigo: CIÊNCIA POLÍTICA Aula 2. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: raquelabranches • 9/3/2015 • 2.585 Palavras (11 Páginas) • 713 Visualizações
CIÊNCIA POLÍTICA - CCJ0107
Título
DISCURSO POLÍTICO - CONTINUAÇÃO
Número de Aulas por Semana
Número de Semana de Aula
2
Tema
DISCURSO POLÍTICO - CONTINUAÇÃO
Objetivos
• Analisar as estratégias usadas pelos sujeitos políticos em seus discursos.
• Compreender o conceito e as estruturas da Retórica Política.
Estrutura do Conteúdo
1. As estratégias do discurso político.
Discutir o conceito de retórica, e demonstrar como se opera e estrutura a oratória e a argumentação política. Vale lembrar que tais questões estão devidamente desenvolvidas no material de apoio do aluno, como também no texto da coletânea de exercícios.
1.1. A retórica política.
A retórica é uma dinâmica de comunicação dos atores políticos, ou seja, a razão ideológica de identificação imaginária da ?verdade? política. Os atores do campo político fazem parte das diversas cenas de vozes comunicantes de um enredo permeado pelo desafio retórico do reconhecimento social, isto é, o consenso, a rejeição ou a adesão. Suas ações realizam vários eventos: audiências públicas, debates, reuniões, e hoje principalmente, a ocupação do espaço midiático. Precisam de filiações, estabelecendo organizações, que se sustentam pelo mesmo sistema de crença político articuladora de ritos e mitos pela via dos procedimentos retóricos.
A retórica além de ser a arte da persuasão pelo discurso; é também a teoria e o ensinamento dos recursos verbais ? da linguagem escrita ou oral ? que tornam um discurso persuasivo para seu receptor. Segundo Aristóteles, a função da retórica não seria ?somente persuadir, mas ver o que cada caso comporta de persuasivo? (Retórica, I,2,135 a-b).
2. As estratégias do discurso político.
Apresentar como se articula e se dá a persuasão dos discursos políticos. Vale lembrar que tais questões estão devidamente desenvolvidas no material de apoio do aluno.
2.1. A Persuasão Política.
?Sendo a política um domínio de prática social em que se enfrentam relações de força simbólicas para a conquista e a gestão de um poder, ela só pode ser exercida na condição mínima de ser fundada sobre uma legitimidade adquirida e atribuída. Mas isso não é suficiente, pois o sujeito político deve também se mostrar crível e persuadir o maior número de indivíduos de que ele partilha certos valores. É o que coloca a instância política na perspectiva de ter que articular opiniões a fim de estabelecer um consenso. Ela deve, portanto, fazer prova da persuasão para desempenhar esse duplo papel de representante e de fiador do bem-estar social. O político encontra-se em dupla posição, pois, por um lado, deve convencer todos da pertinência de seu projeto político e, por outro, deve fazer o maior número de cidadãos aderirem a esses valores. Ele deve inscrever seu projeto na ?longevidade de uma ordem social?, que depende dos valores transcendentais fundados historicamente. Ao mesmo tempo, ele deve se inscrever na volátil regulação das relações entre o povo e seus representantes. O político deve, portanto, construir para si uma dupla identidade discursiva; uma que corresponda ao conceito político, enquanto lugar de constituição de um pensamento sobre a vida dos homens em sociedade; outra que corresponda à prática política, lugar das estratégias da gestão do poder: o primeiro constitui o que anteriormente chamamos de posicionamento ideológico do sujeito do discurso; a segunda constrói a posição do sujeito no processo comunicativo. Nessas condições, compreende-se que o que caracteriza essa identidade discursiva seja um Eu-nós, uma identidade do singular-coletivo. O político, em sua singularidade, fala para todos como portador de valores transcendentais: ele é a voz de todos na sua voz, ao mesmo tempo em que se dirige a todos como se fosse apenas o porta-voz de um Terceiro, enunciador de um ideal social. Ele estabelece uma espécie de pacto de aliança entre estes três tipos de voz ? a voz do Terceiro, a voz do Eu, a voz do Tu-todos ? que terminam por se fundir em um corpo social abstrato, frequentemente expresso por um Nós que desempenha o papel de guia (?Nós não podemos aceitar que sejam ultrajados os direito legítimos do indivíduo?). Nesse aspecto, as instâncias dos discursos político e religioso têm qualquer coisa em comum: o representante de uma instituição de poder e o representante de uma instituição religiosa supostamente ocupam uma posição intermediária entre uma voz-terceira da ordem do sagrado (voz de um deus social ou de um deus divino) e o povo (povo da Terra ou povo de Deus). Em contrapartida, vêem-se no que diferem, apesar do que dizem alguns, as instâncias política e publicitária. As duas são provedoras de um sonho (coletivo ou individual), mas a primeira está associada ao destinatário-cidadão e constrói o sonho (um ideal social) com ele, e uma espécie de pacto aliança (?Nós, juntos, construiremos uma sociedade mais justa?), enquanto a segunda permanece exterior ao destinatário-consumidor ao qual ela oferece um sonho supostamente desejado por ele (singularidade do desejo): o destinatário-consumidor é o agente de uma busca pessoal (ser belo, sedutor, diferente ou estar na moda) e de forma alguma coletiva. É preciso, portanto, que o político saiba inspirar confiança, admiração, isto é, que saiba aderir à imagem ideal do chefe que se encontra no imaginário coletivo dos sentimentos e das emoções. Muitos pensadores o afirmaram e alguns grandes homens o colocaram e prática: a gestão das paixões é a arte da boa política. À condição de que o exercício desse parecer, levado ao extremo e mascarando um desejo de poder pessoal, não conduza aos piores desvios fascistas ou populistas. Efetivamente, quando essa gestão das paixões conduz à submissão total e cega do povo (ou de uma maioria), isto é, quando este último confunde um, intercessor, com outro, soberano, ele não dispõe mais de nenhum julgamento livre, não exerce mais nenhum controle e segue o chefe cegamente em uma fusão (às vezes, uma fúria)
...