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COMO SE FAZ ANÁLISE DE CONJUNTURA

Por:   •  24/4/2015  •  Resenha  •  1.559 Palavras (7 Páginas)  •  299 Visualizações

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COMO SE FAZ ANÁLISE DE CONJUNTURA

Resumo

O autor começa o livro chamando atenção para acompanhar o desenrolar dos acontecimentos políticos, e destaca em evidencia que não basta estar com a leitura dos jornais para entender o que está acontecendo, mas, é necessário identificar os atores, os jogos de interesses que existem por trás de cada acontecimento. Nesta obra, o autor apresenta alguns métodos para analisar a realidade política e perceber sua conjuntura. Destaca de maneira bastante clara sobre o que é conjuntura e como é feita a sua análise e percebemos que em vários momentos de nossas vidas somos submetidos a tomar decisões onde levamos em conta vários fatores para se chegar a uma conclusão satisfatória, como por exemplo, os riscos, as possibilidades e as reações de determinados grupos ou pessoas. Para o autor, o que influencia uma análise de conjuntura é o interesse, a necessidade e/ou a curiosidade sobre algo que não foi devidamente esclarecido.

No primeiro capítulo Betinho destaca algumas categorias para análise da conjuntura sendo elas: acontecimentos; cenários; autores; relação de força e articulações entre “estrutura e conjuntura”.

a) Acontecimentos: só pode ser considerado como acontecimento aquilo que for relevante para um país, grupo, classe social ou pessoa, tais como greves, eleições e descobertas científicas. Para uma análise de conjuntura é necessário distinguir fatos de acontecimentos e posteriormente a importância do acontecimento, considerando que o grau de importância é relativo à ótica de quem o vê. Identificar os acontecimentos em determinado período ou local, é fundamental para se analisar uma conjuntura.

b) Cenário, o cenário é uma categoria bastante importante, pois é o local onde as lutas acontecem e influenciam muito no seu desenvolvimento. As particularidades de cada cenário podem interferir no desempenho da luta. Para o governo é muito mais fácil manipular uma luta popular dentro do parlamento, onde o seu poder é mais abrangente, do que nas ruas onde a população tem sua hegemonia.

c) Atores, todo aquele que representa é considerado um ator, ou seja, o indivíduo que representa algo relevante e propositivo para a sociedade é um ator social, não necessariamente um indivíduo, mas também um grupo, uma classe, uma categoria, instituições, partidos e mecanismos de divulgação em geral, podem ser considerados como atores sociais.

d) Relação de forças os grupos sociais estão interligados uns com os outros. Essas ligações são caracterizadas como relações de forças e podem ser de subordinação, domínio, cooperação ou igualdade. Para que se haja uma na análise de conjuntura adequada, é necessário que se tenha uma percepção clara dos tipos de relações de forças existentes entre os grupos levando em conta que essas relações são mutáveis de acordo com cada situação ou momento.

e) Análise de fatos, eventos tendo como pano de fundo as “estruturas”, ou articulação entre estrutura e conjuntura Todos os acontecimentos que formam uma conjuntura são provenientes de relações sociais, econômicas e políticas que se consolidaram no passado.

Quando ligamos os dados, os acontecimentos e os atores estão relacionando a conjuntura à estrutura. É importante entender a causa, a lógica e o propósito dos acontecimentos para que se entenda a lógica e se chegue a uma possível solução de uma forma mais contundente, atentando-se para novos sinais e assim procurar soluções inéditas. Existem dois modos de se ler a conjuntura, a partir do ponto de vista do poder dominante ou a partir do ponto de vista dos movimentos populares e classes subordinadas. Geralmente as análises de conjuntura são executadas pela classe dominante e tem como objetivo reorganizar alguns elementos da realidade que de alguma forma não se adaptam aos seus interesses, transformando-se assim em análises conservadoras, funcionalistas e sistêmicas. Quando partimos do ponto de vista das classes populares, estamos analisando fatos concretos e historicamente comprovados. “... toda análise de conjuntura só adquire sentido quando é usada como um elemento de transformação da realidade.” P. 16.

De modo geral, o objetivo da análise de conjuntura é intervir na política com uma visão transformadora e ações estratégicas que possibilitem a integração e participação de diversas forças sociais no sistema que rege a sociedade e buscar o surgimento de novas possibilidades rompendo, se necessário, com práticas funcionalistas que beneficiam apenas algumas classes selecionadas.

No segundo capítulo Betinho fala que os sistemas do capital mundial se constituem no plano de fundo do processo econômico social e político que se desenvolve em nosso país. É necessário entendermos esse sistema como um elemento que interfere na nossa realidade e em nosso processo histórico. É importante estar inserido e atualizado sobre as diversas instâncias do capital mundial e local. Essas transnacionais muitas vezes não levam em conta a realidade nacional na qual estão implantando seu método de trabalho, não levam em conta a lógica de acumulação definida por um país. No Brasil, o capital transnacional é um dos principais atores na economia política, sendo “amarrados” pela dívida externa, sendo necessário nacionalizar o Estado.

No terceiro capitulo Betinho destaca a força que o sistema político transnacional possui. No sistema de poder transnacional o Estado passa por uma série de transformações políticas e de modo geral se caracteriza por seu caráter centralizado, desnacionalizado, tecnocrático e repressivo sob diferentes formas. No Brasil, o capital transacional é um dos principais atores na economia política, sendo “amarrados” pela dívida externa, sendo necessário nacionalizar o Estado. A questão central disso tudo fica para a legitimidade do Estado, na realidade, o poder do mesmo fica concentrado nas mãos do poder Executivo Federal, é uma coação, entre os que estão no topo da pirâmide social. O Estado é um “divorciado” do país, desaparece a divisão tradicional executivo, legislativo e judiciário. Na relação de forças, a mídia se encontra como uma grande aliada ao poder, ela tem o poder de reconstruir o “real”, a informação é uma ferramenta

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