Ciencias Sociais
Artigo: Ciencias Sociais. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 15/10/2013 • 5.547 Palavras (23 Páginas) • 457 Visualizações
Universidade Anhanguera Uniderp
Relatório Sobre a Temática Das Ciências Sociais e Suas Representações na Sociedade.
• Curso: Administração
• Disciplina: Ciências Sociais
• Unidade: Pólo Pelotas
• Prof. EAD: Helenrose Aparecida S Pedroso Coelho
• Ano/Semestre: 2012 1°semestre
• Nome dos autores:
17 novembro/2012
Sumario
• Introdução
• Significado de Cultura
• O Indivíduo e a Socialização
• Trabalho, Consumo e Sociedade.
• Divergências Sociais
• Exploração Do Meio Ambiente
• Considerações Finais
• Referências Bibliográficas
INTRODUÇÃO.
Neste trabalho, veremos que enquanto ciência, a sociologia tem o objetivo de sistematizar o estudo dos fenômenos sociais em busca de resolução aos problemas sociais. Os sociólogos buscam compreender as diferentes interações entre as pessoas para que possam estabelecer relações de causa e efeito dos diferentes fenômenos sociais e assim indicar para as organizações públicas e privadas maneiras de atender às necessidades dos indivíduos, buscar os seus direitos, estabelecer os seus deveres ou o que quer que seja para a humanidade como um todo avance em busca de melhor qualidade de vida.
SIGNIFICADOS DE CULTURA.
O ser humano dentre as espécies que habitam o planeta é o que tem maior facilidade de se adaptar a novos ambientes e situações dos mais diversos aspectos e com esta facilidade de adaptação, tem uma continua absorção de conhecimentos, maneiras, hábitos e pensamento.
E com o decorrer do tempo estas aquisições vão se consolidando e tornando-se mais efetivas e naturais. Ainda que a maioria das maneiras e hábitos seja herdada ou ensinada, pelos pais, a grande evolução deste se dá com o passar do tempo e com conhecimento adquirido através da convivência em sociedade e grupos sociais dos quais tem suas regras e normas, onde cada integrante deve seguir e cumpri-las para que se possa ter um bom convívio na sociedade e em grupo.
Com a associação de hábitos e tradições de grupos ou etnias de diferentes continentes a humanidade desenvolve suas culturas conforme cada região ou tradição dos grupos a qual pertence, mesmo que cada um com suas características próprias ou individuais tem algumas que são universais, dentre elas podemos destacar o sinal de positivo com o dedo polegar, confirmações de sim ou de não com a cabeça e ainda o sinal de ok que e feito com a mão semi- fechada. A utilização destes gestos e sinais e de utilização normais e aceitáveis em qualquer membro de grupos ou de sociedades que fazem parte da cultura brasileira.
O desenvolvimento de hábitos, gestos e sinais pelos grupos fez com que se criem diversos tipos de culturas pela humanidade, sendo que dentro de um único país pode-se distinguir vários tipos de cultura, assim como sentidos diferentes para este assunto, podendo defini-lo como: cultura na linguagem Latina, entre os romanos tinha o sentido de agricultura, cultura em filosofia é explicada como conjunto de manifestações humanas que contrastam com a natureza ou comportamento natural e cultura também e definida em ciências sociais como um conjunto de ideias, comportamentos, símbolos e práticas sociais, aprendidos de geração em geração através da vida em sociedade.
Dentre as definições de cultura que foram relatadas anteriormente a que mais nós interessamos no momento é a cultura com definição dada pelas ciências sociais, pois é ela que melhor define o sentido de cultura para o ser humano, por se tratar de conhecimentos e valores que são adquiridos diariamente e com o passar do tempo. A cultura de uma sociedade ou de um grupo pode ser identificada pelos seus valores, crenças, normas, regras, idiomas e etc.
O INDIVIDUO E A SOCIALIZAÇÃO.
A história do homem é tão antiga quanto à criação da sociedade, antes mesmo de saber se comunicar o homem que habitava o planeta já vivia em sociedade, mesmo que sem saber disto ele já tinha comunidades especificas, porém com atitudes e rituais primitivos assim como animais.
O homem ou ser humano não foi concebido para viver isoladamente sem ter convivência com outros de sua espécie, para isto o organismo biológico do homem fez uma correlação com o ambiente fazendo com que o homem se abrisse para o mundo de tal forma que se adaptasse em qualquer território.
A fácil adaptação do homem em territórios faz com que ele se sobressaia sobre as outras espécies, e com esta fácil adaptação e a instintiva organização de sua espécie fez com que o homem em conjunto, tenha produzido um ambiente humano e desta forma se diferenciando das outras espécies. Desta forma o homem está entrelaçado com a sua sociedade, então podemos dizer que "o homo sapiens é sempre, e na mesma medida, homo socius". Com esta associação podemos dizer sem duvida alguma que o homem foi concebido para viver em sociedade.
A vivencia em sociedade se dá primeiramente em família e este é o principal agente socializador do individuo, tendo posteriormente a escola como a primeira grande organização social após a família, os grupos de "status", os meios de comunicações, os grupos de referências vieram após estes dois primeiros, sem deixar de serem tão importantes quanto os anteriores eles irão socializar o indivíduo com suas informações, hábitos, normas e regras.
Nas organizações e aglomerações existe um mecanismo de sistema que é definido como controle social, onde a institucionalização definida e recíproca de hábitos por tipos e características de seus componentes, ou seja, indivíduos com característica de A iram realizar atividades do tipo A e indivíduos com características de B iram realizar atividades do tipo B, porém ambas podem conviver entre si, fazendo com que as diferenças sejam exteriorizadas e aceitas por ambas.
O indivíduo que vive em sociedade ou em grupo social deve e é regido por leis e normas que definem como se portar e agir, de maneira tal que quando não cumpridas tais normas ou leis estão expostos a responder pelos seus atos.
Com o desenvolver do conhecimento e do convívio em sociedade o indivíduo está em uma posição (status) perante a sociedade onde vive, e com esse status que ocupa, podemos defini-lo como ator social, é este ator social com todo seu intelecto e vivencia em grupo que irá definir como será sua vivencia em sociedade, sabendo que seus atos e atitudes iram definir o quanto ele é e será importante na sociedade quanto indivíduo que é.
A chamada Realidade social pode ser entendida como a dimensão do real que envolve as pessoas e suas subjetividades. Fica mais fácil falar disso em oposição à realidade material. Ou seja, a realidade material é composta pelas coisas físicas: coisas palpáveis, mensuráveis, que são dadas pela natureza ou produzidas e transformadas pelos homens. A realidade social, por outro lado, não existe fisicamente, ela é produzida a partir de relações humanas, de relações sociais, de interações constantes que estabelecemos entre nós.
Segundo Berger, à medida que interagimos uns com os outros, a realidade vai sendo continuamente interpretada pelos diferentes atores sociais. Como atores sociais que somos, interagimos socialmente e partilhamos significados com outros indivíduos, especialmente por meio do contato mais imediato que travamos com as pessoas em nosso cotidiano. A este contato Berger chama de interação face a face. A interação face a face é aquela em que a subjetividade do outro nos é mais acessível e percebida como real, esta se dá através de nossa convivência e comunicação diária.
À medida que os indivíduos se afastam da situação face a face, as interações se tornam progressivamente anônimas. Passam a referir-se a tipos cada vez mais genéricos e estereotipados, pois se refere às relações que travamos com os nossos meros contemporâneos aqueles com os quais apenas compartilhamos um mesmo tempo e espaço e que se reveste de um alto grau de anonimato, por não envolver emoções, subjetividades e sentimentos.
Assim, construímos a realidade social por meio das interações sociais que estabelecemos através da nossa história diária, com nossos próximos e com os anônimos. Nesta história, criamos rotinas, as quais se tornam supostamente naturais e certas para os indivíduos. Ocorre que muitas ações acabam sendo executadas numa espécie de piloto-automático social, num baixo nível de atenção.
À medida que se repetem e ganham historicidade, as práticas cotidianas, as rotinas diárias, os padrões de comportamento, como que se cristalizam é experimentado pelos indivíduos como se possuíssem realidade própria, como se fossem exteriores a eles e existissem para além de suas ações.
Desse modo, como consequência, a realidade social apresenta um caráter coercitivo sobre os indivíduos. À medida que uma nova geração é socializada, o mundo social se apresenta a ela como natural, e desde crianças, aprendem que é assim que as coisas são. O mundo social é desse modo, legitimado, reconhecido como certo.
Como resultado desse processo de construção da realidade social, perde-se a percepção de que o mundo social é resultado de interações humanas, dando origem a um paradoxo: os indivíduos experimentam o mundo que eles próprios constroem como se fosse um mundo dado a eles e não criado por eles. Assim, tornamo-nos prisioneiros de nossa própria obra.
Portanto, cabe a nós todos, lançando mão de uma perspectiva sociológica, retomarmos as rédeas da vida social, recuperando a percepção de que o mundo em que vivemos é produto nosso, desde a linguagem que utilizamos aos valores que reproduzimos ou questionamos, somos todos, os responsáveis pela construção da chamada realidade sociais.
Existem, todavia limites objetivos para aumento da jornada de trabalho e se aumentada demais produz não apenas a atrofia da força de trabalho, a qual é roubada de suas condições normais, morais e físicas, de desenvolvimento e atividade, como também produzem a exaustão prematura e o aniquilamento da própria força de trabalho. O capital que depende da força de trabalho como fonte de valor, atua assim contra seus próprios interesses. Ao mesmo tempo, o impiedoso aumento da jornada engendra a resistência organizada de suas vítimas. O papel cumprido pela ação coletiva dos trabalhadores para forçarem os capitalistas britânicos a aceitar a lei das fabricas limitando as horas de trabalho e assim a regulamentação da jornada de trabalho apresenta-se na história da produção capitalista como uma luta ao redor dos limites da jornada de trabalho uma luta entre o capitalista coletivo, isto é, a classe dos capitalistas, e o trabalhador coletivo, ou a classe trabalhadora.
Para nós, traço importante para se pensar o modelo de trabalho e de consumo cuja crítica e proposta são, por exemplo, a economicidade, a competitividade e a idolatria de certo desenvolvimento, temas que dominam os discursos típicos empresariais e do interesse dos grandes capitais em geral. Esses temas têm hoje uma força tal que chega a ser dotada de evidência, baseada em pressupostos assumidos indefinidamente pela sociedade e reafirmados dia a dia, muitas vezes sem qualquer reflexão acerca de alternativas, pela mídia, pelos governos e pelo senso comum. Tais discursos, ainda que irrefletidos, vêm se impondo e se sobrepondo ao discurso e ao espaço de muitos outros sistemas sociais e atividades humanas, tais como o domínio artístico, ambiental, religioso, do lazer, da saúde, da diversidade cultural, etc.
TRABALHO, CONSUMO E SOCIEDADE.
O filme “A classe operaria vai ao paraíso”, do diretor Élio Petri feito em 1971, retrata um período em que o fordismo já começa sua fase de decadências, mostrando o retorno da insatisfação do operário italiano (retorno da luta de classes e da falta de disciplina) por meio dos sindicatos, a atuação dos estudantes, e a situação desse trabalhador tanto dentro ambiente do trabalho como fora.
Já na primeira cena do filme em que o protagonista acorda como som de seu despertador ao mesmo tempo em que sonhava com o barulho da sirene da fabrica que trabalha a BAN, pode-se perceber a rotina em que o trabalhador do sistema fordista vive chegando ao ponto, por causa da constante sequência automatizada de operações padronizadas (como diz Theodor Adorno em seu texto “A Indústria Cultural”) esse trabalhador continua se comportando como se ainda estivesse na fábrica. Lulu quando está dormindo passa a realizar com as mãos os mesmos movimentos que usa ao trabalhar na máquina da fabrica.
Na cena seguinte do filme, quando Lulu continua sua rotina matinal passa por uma sequência de objetos supérfluos, como um balão em forma de pato, bichos de pelúcia, bonecos. Isso mostra a posição dos trabalhadores como já de consumidores modernos. Em diversas outras cenas do filme se faz a referência do consumo impulsivo que se dá pelo consumidor moderno, como quando Lulu está sozinho em sua casa após perder seu emprego e começa a averiguar os seus bens com intensão de vendê-los, passa então a dizer o valor da compra desses objetos, o preço que pode arrecadar ao vende e as horas de trabalho que necessitou para compra-los. Por serem, na maioria das vezes, objetos sem utilidades, a não ser decorativa, a diferença do preço pelo que foi pago ao que se venderia é alto, mostrando assim os efeitos da necessidade criada pela publicidade que faz esse consumidor ter desejo de obter produtos que antigamente eram restritos a elite econômica e agora acessível aos trabalhadores ainda que não apresentem uma real utilidade (como é dito no texto de Gilles Lipovestky “A felicidade paradoxal”). Outras cenas que mostram esse consumismo são, por exemplo, quando Lídia mulher que vive com Lulu após uma discussão com ele e o grupo da união (sindicalistas e estudantes), deixa o apartamento e leva consegue seus casacos de pele e a televisão da casa. Além disso, ela constantemente durante o filme usa perucas, unhas postiças, como diz Lulu chamando-a de “carne em conserva” em que tudo era falso. Lídia também mantinha uma sala que permanecia intocada e reclamava com Lulu quando ele entrava lá para ver televisão, pois iria desarrumar o local, a sala deveria permanecer sempre intacta como uma vitrine.
Em seu trabalho, Lulu todos os dias chega à BAN junto aos outros operários e aos grupos que estavam protestando o ritmo do trabalho, os salários, a exploração dos trabalhadores, dizendo aos trabalhadores para se juntarem nessa luta em que haveria a “aliança revolucionária entre trabalhadores e estudantes”. Em seguida ele entra na fabrica após toda essa gritaria junto à sirene tocando, e lá dentro é recebido com uma gravação que busca incentivá-los ao bom desempenho no trabalho e diz aos trabalhadores como devem tratar a máquina “respeita-las, cuida-las”. Apesar de constantemente os operários serem orientados ao que fazer, eles aparentemente não dão ouvidos nem aos grupos revolucionários nem a gravação como mostra no filme um dos trabalhadores cuspindo na máquina em forma de protesto. Aparecem então à figura da administração científica no filme, homens de jalecos branco e azul (divididos de forma hierárquica) que contabilizam o tempo de produção a partir do operário-padrão que no filme era Lulu. Como diz no texto de Robert Castel “A Sociedade Salarial”: “Com a organização científica do trabalho o trabalhador é fixado não por uma coerção externa, mas pelo encadeamento das operações técnicas cuja cronometragem definiu rigorosamente a duração. Assim eliminando a margem de iniciativa e de liberdade conseguia preservar. Mais ainda, as tarefas parceladas tornando-se simples e repetitivas, uma qualificação sofisticada polivalente é inútil”, ou seja, tornando o trabalhador em um mero executor e quem deve planejar “pensar” é o administrador científico. A partir disso, no filme, pode-se destacar a fala de Lulu quando diz “este trabalho pode ser feito até por um macaco.”.
Ao longo do filme podem ser notadas diversas cenas em que a família de Lulu assiste televisão, ele e o filho de Lídia discutem sobre futebol, todavia ao assistirem não aparentam prestar atenção, é simplesmente uma fuga da realidade cansativa submetido pelo trabalho exaustivo que executa todos os dias. Esse e um exemplo do produto da indústria cultural, que a partir do texto “A Indústria Cultural” de T. Adorno (já citado anteriormente) pode-se se entender como os efeitos produzidos por essa indústria cultural capturam a atenção do telespectador, pois estes já estão prontos não exigem a atenção nem o esforço para a compreensão por parte de quem assiste. Para garantir essa facilidade de assimilação são produzidos produtos cuja estrutura sempre se repete, se baseiam numa fórmula (um conjunto de clichês) de modo a tornar as pessoas completamente passivas cujas reações são desencadeadas de fora para dentro. O controle que a indústria cultural exerce sobre as consciências da esfera do consumo tem o mesmo funcionamento (mecanismo de dominação) que ocorre na esfera do trabalho: o das sequências automatizadas de operações padronizadas. Ou seja, não há a fuga da realidade do trabalho, ele está sempre influenciado as mesmas técnicas de dominação propiciando uma maior passividade e subordinação desde.
O foco de Lulu em seu trabalho se deve a basicamente aos benefícios, dinheiro, que ele ganha quando produz o máximo possível. Para tal, ele deve permanecer focado (como ele próprio diz no filme) e esse foco se dá ao pensar na bunda de sua companheira de trabalho “uma peça, uma bunda, uma peça, uma bunda...”. Enquanto Lulu segue com seu melhor desempenho seus colegas seguem destruindo as instalações da fabrica como protesto, é somente quando Lulu sofre um acidente, perdendo seu dedo, muda seu comportamento. Primeiramente vai visitar seu filho, com quem aparentemente não mantém uma relação, em seguida vai visitar um amigo, ex-operário, que está internado num hospício chamado Militina. Os dois conversam e Lulu pergunta como é o lugar em que o amigo está Militina por sua vez passa a comparar o hospício à fábrica e por fim pergunta como ele descobriu que estava ficando louco, Militina responde que são os outros que decidem quando se está louco, mas que começou a suspeitar quando passou a organizar as coisas em uma só direção “em fila como soldados” momento em que sonhava que ainda estava na fabrica, algo que Lulu também faz ao longo do filme. Militina questionava aquilo que fazia na fabrica pra que serviam as peças que produzia e num surto atacou o engenheiro provavelmente por isso foi preso, em seguida diz “É que um homem tem direito de saber o que faz e para que sirva”. A expropriação do controle do trabalho por parte do trabalhador que levou os trabalhadores a pararem de pensar sobre o que fazem de modo que o executor, operário segue essa norma até se sobrecarregar tanto seu corpo como sua mente, podendo chegar ao ponto de Militina que quando questiona sobre seu trabalho foge a norma e pela sobrecarga mental surta. É então que Militina diz “Nós ficamos loucos porque temos pouco, e os ricos ficam loucos porque tem demais”, e ele ainda faz uma referência ao destino da humanidade, pois o mundo está cheio de hospitais, cemitérios, prisões, manicômios, fabricas – locais que Foucault denominou de instituições de sequestro, e sua função é de exercer controle sobre a sociedade – e por causa disso o cérebro (a sanidade) pouco a pouco se perde. No fim da conversa, Militina se despede de Lulu dizendo que ele tenha uma boa estadia e vai em direção à saída repetindo “à greve, à greve...” é só após vários segundos que Lulu percebe que quem deveria estar saindo era ele, vai atrás de Militina que responde “É verdade. Perdoe-me, sempre me engano.”. A cena faz questionar qual dos dois deveria estar no hospício, ou qual deles está mais fora da realidade, o Militina que enlouqueceu ou Lulu que é um alienado.
Quando volta ao trabalho Lulu já não tem o mesmo foco, e sua produtividade baixou por isso é levado ao psicólogo da fabrica que tenta associar a perda de seu dedo à impotência. Lulu passa a não ser mais tratado como o operário-padrão. Decide, então, a se juntar aos protestos que estavam ocorrendo. Ocorre a reunião dos sindicatos na fabrica com diferentes propostas pela unidade sindical (em que se juntaram sindicatos e estudantes). Apesar dessa união as propostas eram claramente diferentes no sentido de como se daria o protesto, do modo como à esquerda reformista queria (negociação) ou do modo como à esquerda revolucionaria queria (greve total, para a transformação dos padrões) e é a partir do discurso de Lulu que se decidem pela greve, todos unidos (independente de como se chamam, senhores operários, trabalhadores, companheiros). Já os estudantes que ao mesmo tempo em que incitam os protestos, também por não fazerem parte dessa realidade não se importam com os danos causados aos trabalhadores que se submetem as greves, como acontece com Lulu, ao perder o emprego depois da confusão causada por conta dos protestos contra a fábrica, e vai recorrer aos estudantes que simplesmente não fazem nada por ele naquele momento que diz “queremos um discurso de classe e você (Lulu) quer um discurso pessoal”.
Após uns dias, os membros que estavam engajados no protesto com Lulu reaparecem em sua casa para contar o progresso feito, eles conseguiram que Lulu pudesse voltar ao trabalho entre outras melhorias, é então que perguntam se ele está contente, Lulu parece desorientado e quando responde que sim não demonstra menor emoção. Quando Lulu retorna ao trabalho, agora sobre o sistema de linha de montagem fordista, está cantando, conversando com os colegas e contando sobre seu sonho em que eles têm que cruzar o muro para chegar ao outro lado, onde está o paraíso e o modo para cruzar o muro é derrubá-lo destruído. Essa é uma referência que o diretor faz sobre o modo como os trabalhadores deveriam conquistar sua felicidade (chegar ao paraíso), que para tal é necessário acabar com o controle capitalista que explora e aliena o trabalhador, o modo que deve ser feito é o da luta.
DIVERGÊNCIAS SOCIAIS
O objetivo desta etapa da ATPS é a reflexão pelos integrantes do grupo sobre situações cotidianas de desigualdade social. Para isso foram assistidos os documentários indicados na atividade (Bumbando e Ilha das Flores) e definidos quatro imagens que demonstrem as divergências sociais para que finalmente se faça um texto-crítico reflexivo sobre a problematização apresentada.
Inicialmente vamos analisar os conceitos básicos sobre o tema, para posterior análise crítica.
É sabidamente impossível se constituir uma sociedade de iguais, uma vez que os seres humanos possuem diferenças individuais que se desenvolvem conforme suas habilidades e desta forma avançam para o atendimento de suas necessidades básicas e consequentemente passam a ocupar determinadas posições e a formar camadas sociais hierarquizadas.
A estratificação social é a divisão da sociedade em que as pessoas têm acesso desigual a oportunidades sociais. Todas as sociedades até hoje conhecidas apresentam o fenômeno da hierarquia social, estando divididas em estratos sociais.
Nessas sociedades estratificadas, existem barreiras sociais que tornam difíceis ou impossíveis o acesso a um grupo ou camada social seja em virtude da etnia, da religião, da profissão, da nacionalidade ou raça.
Desta forma, chega-se a desigualdade social que ocorre em virtude dos membros da sociedade possuir quantias diferentes de riquezas, prestígio ou poder.
As imagens indicadas pelo grupo são as seguintes:
A moeda que nós conhecemos é um resultado de uma longa evolução, no inicio da humanidade não havia o uso da moeda na sociedade, praticava-se o escambo uma simples troca de mercadorias sem equivalência de valor, as desigualdades eram menores, se tinham outros valores, Mas com a evolução da humanidade, a moeda se tornou muito importante para todo o ser humano. Mas infelizmente nem todo ser humano tem essa moeda e não se sabe o porquê disso, se é por falta de oportunidade ou por origem. Sabemos que as pessoas sofrem por humilhação e são discriminados, e com isso muitas vezes, afastam-se do convívio social.
O primeiro documentário “Bumbando”, produzido no ano de 2010 no Rio de Janeiro, mostra a relação do dinheiro e da sobrevivência social dos moradores do morro do Bumba. Inicialmente o documentário conta a história do surgimento da moeda até sua utilização e valorização cada vez maior pelo homem: “quanto mais tem mais quer”.
Escolhemos duas imagens que demonstram claramente a divergência social; a primeira uma imagem do morro, com casebres nas encostas, onde ocorrem desmoronamentos, destoando da segunda imagem que é uma grande casa que ostenta a riqueza de alguns na sociedade.
E ao contrario outros seres humanos, que tem muito ou nasce com um poder aquisitivo bem maior, tem mais oportunidade porque quanto mais se tem, mais coisas podem ter e fazer. Embora as diferenças sócias sempre existirem, vivemos um grande processo de globalização em vários níveis, econômico, cultural e social, que traz consigo problemas novos e um deles são o aumento de desemprego, que traz ainda mais a desigualdade social.
Desigualdade social essa que prejudica o cidadão de todas as faixas etárias, principal-mente os jovens de classe de baixa renda, impossibilitados de ascender socialmente pela falta de uma educação de qualidade, de melhores oportunidades no mercado de trabalho e de uma vida sadia e digna.
“A expressão desigualdade social descreve uma condição na qual os membros de uma sociedade possuem quantias diferentes de riqueza, prestigio ou poder. Todas as sociedades são caracterizadas por algum grau de desigualdade social. Podemos afirmar baseados em estudos da historia humana, que igualdade é uma impossibilidade social. Toda sociedade compõe-se de indivíduos onde há diferenças finitas de idade, sexo, força, resistência, velocidade, acuidade visual ou auditiva, inteligência, beleza, e assim por diante. Uma vez que não é possível uma sociedade composta por membros exatamente iguais, quando utilizamos a expressão sociedade igualitária estamos nos referindo à igualdade de oportunidades que devem ter todos os indivíduos dessa sociedade, sem discriminação de nenhuma espécie.” Reinaldo Dias.
Portando o mais importante é promover o direito ao cidadão viver dignamente, tendo real participação da renda de seu país através da educação e de oportunidade no mercado de trabalho e, em situações emergenciais, receber dos governos benefícios sociais complementares até a estabilização de seu nível social e o meio próprio de sustento.
O segundo documentário, “Ilha das Flores” é um drama produzido em 1989 pelo diretor Jorge Furtado, em Porto Alegre/RS, o qual relata a mecânica da sociedade de consumo, acompanhando a trajetória de um simples “tomate”, desde a plantação até seu descarte no lixo de casa, indo posteriormente parar em um depósito de lixo (lixão) na Ilha das Flores. Lá, o lixo é despejado e selecionado para servir de comida aos porcos e o que não é utilizado é disponibilizado para as pessoas carentes da ilha, principalmente crianças.
As imagens retratam claramente a desigualdade encontrada na sociedade gaúcha assim como no restante do mundo, seja em maiores ou menores proporções. A supervalorização do “dinheiro” e do status “social” pelo ser humano está cada vez mais dificultando o alcance da equidade social que é a busca pelo direito das pessoas em contar com os meios de subsistência e com o acesso aos serviços públicos que mantenham a dignidade à vida.
O problema social não são as pessoas com alto poder aquisitivo, grandes moradias ou carros maravilhosos, caso isso tenha sido conquistado por méritos próprios: trabalho, abnegação, oportunidades. Mas o grande número de pessoas em uma mesma cidade, região ou país sem ter as condições mínimas para sua sobrevivência, não havendo ainda perspectiva de melhora da situação encontrada por falta de oportunidades seja de vagas de trabalho, qualificação profissional, ignorância.
Acreditamos também que o ser humano tenha se acostumado com a desigualdade social e fecha os olhos para essa miséria absurda procurando ignorá-la, sejam com crianças ou idosos, homens ou mulheres, ao ponto de tratar melhor os porcos (como na imagem selecionada) do que as próprias pessoas, uma vez que os porcos serão transformados em dinheiro, que na verdade é o realmente importa.
EXPLORAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
Na atualidade, o avanço tecnológico está incontrolável e devastando o meio ambiente; o documentário de Leonardo Cadaval “Pajerama” descreve exatamente isso, um índio, no meio das suas atividades rotineiras se depara com experiências diferenciadas, que o deixam confuso e assustado. O ser humano, procurando sempre a busca pelo novo, acaba nem percebendo que atropela antigas culturas importantes que contam um pouco de suas histórias; as coisas que eram importantes no século passado podem nem ter importância alguma atualmente.
A globalização, o fácil acesso aos meios de comunicação, está dando margem à desigualdade social; todos pensam que todas essas tecnologias facilitam e melhoram a vida das pessoas; mas e quem não tem acesso a todas essas mudanças?
Os empregos virão pra quem tiver acesso à informação, mas infelizmente no país ainda existem muitos sem acesso a computadores, a internet; os idosos e pessoas de baixa renda são os mais prejudicados.
A cultura de cada povo é um aspecto importantíssimo para sua história, valoriza o ser humano e sua diversidade, então o objetivo é seguir crescendo em tecnologia sem esquecer que ela só existe porque veio de um modo de vida, de onde aprendemos o que é bom e ruim, certo ou errado; quando esquecemos nosso passado não temos condições de termos um futuro melhor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No desenvolvimento do presente trabalho observamos a real importância para os futuros administradores, o estudo das Ciências Sociais, para que possamos ter o conhecimento da evolução do comportamento da humanidade e com isso proporcionar uma sociedade mais justa e produtiva.
Concluímos que cada teoria decorreu de um momento político, econômico, social e cultural, que marcou época e que foi importante em seu tempo, sendo que cada uma delas sofreu alterações conforme ocorriam as mudanças comportamentais, culturais e tecnológicas, e desta forma deixaram seu legado para a construção dos conceitos atuais.
Verificamos também, que é importante uma vez que as dificuldades das pessoas são levadas em consideração, não só para critica, mas sim para serem desenvolvidas, gerando uma motivação profissional. Gerando um sentimento de valorização no profissional que produz melhores resultados para organização.
A abordagem sistêmica aplicada às organizações prevê uma mudança de mentalidade, pela qual a capacidade de aprender é o maior recurso que está disponível ao ser humano, e quando transferida para as empresas possibilita avanços e transformações nos ciclos de desenvolvimento.
Assim, esperamos ter atingido os objetivos propostos nesta ATPS que é o de termos entendido os conceitos de individuo, sociedade e cultura. Razões pelas quais as Ciências Sociais tomam novos rumos e a sua característica de evolução contínua.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERGER, Peter; LUCKMANN, Thomas. A construção social da realidade: tratado de Sociologia do conhecimento. Petrópolis: Vozes, 2006.
http://portacurtas.org.br/filme/default.aspx?name=bumbando
http://portacurtas.org.br/filme/default.aspx?name=ilha_das_flores
http://www.portacurtas.com.br/filme/?Name=pajerama
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