Commodities

1. CONCEITO DE COMMODITY

A palavra commody é proveniente do inglês e significa mercadoria. Utilizada com mais frequência no seu plural, commodities, são mercadorias que geralmente são extraídas da terra, podendo serem consideradas como matéria prima ou produtos minimamente industrializados.

Segundo ALVARENGA (2010), commodities nada mais são do que produtos de base, homogêneos, de alto consumo, pouca industrialização, produzidos e negociados por várias empresas, com qualidade quase uniforme, como alimentos de origem vegetal ou natural, consumidos em seu estado natural, ou de extração mineral, que podem ser estocados por determinado período de tempo sem perder a qualidade. As commodities são utilizadas em transações comerciais, isto é, em mercados à vista e futuros e negociadas nas bolsas em quantidades padrões.

Podemos citar como os principais tipos de commodities a agrícola que abrange o café, trigo, soja; a mineral que engloba o ouro, petróleo, minério de ferro; a financeira que envolve as moedas de cada nação como o dólar, euro, real; a ambiental que temos como um exemplo a água; a de recursos energéticos na qual a que mais impulsiona o mercado até hoje é a de energia elétrica e a commodities química que podemos citar como exemplo o ácido sulfúrico.

Como produtos in natura, ou seja, vindas do cultivo ou extração, as commodities se tornam mercadorias do nível primário da economia, podendo sofrer em sua produção, transformação.

Sendo consideradas como primeiro setor no nível econômico ou setor de matérias-primas, seu preço interfere no mercado de modo geral, pois aumentando o preço de determinado produto necessário no processo de industrialização de um bem no segundo setor econômico, o preço desta sofrerá um aumento de preço do produto final.

A Commodity é equivalente e trocável por outra igual independente de quem a produz, possuindo grande importância na economia global pelo fato de serem utilizadas em transações comerciais nas bolsas de valores, como exemplo podemos citar no Brasil a BOVESPA (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros).

Sofrem oscilações nas cotações de mercado, seguindo o fluxo financeiro de perdas e ganhos, seja no mercado externo e interno, negociadas nas bolsas de valores por toda parte do mundo, mantendo um nível universal.

Mantendo um nível universal de negociação e com o preço determinado no mercado como um todo, suas mercadorias são negociadas no mercado à vista e no mercado de derivativos.

Mercadorias agrícolas são conhecidas como soft commodities, ou chamados bens cultivados de origem vegetal ou animal consumidas em seu estado natural. Enquanto as mercadorias de extração mineral são conhecidas como hard commodities.

O Brasil está entre os maiores exportadores de commodities do mundo, é o terceiro maior, sendo as principais o minério de ferro, petróleo bruto, carne de frango, café em grão, carne bovina, soja e milho.

As maiores empresas de produção e negociação de commodities no mercado global situadas em nosso país são a Petrobras, pelo petróleo, fontes de incontáveis e produtos industrializados; a Vale pela extração de minério de ferro, que é utilizado em larga escala na industria automobilística.

Por conta da grande importância das commodities em todo os segmentos do mercado econômico global é necessário um grande planejamento logístico para sua produção, negociação, armazenagem e distribuição, podendo qualquer um desses processos que não forem bem sucedidos interferir diretamente no preço final do produto.

Neste aspecto podemos relacionar diretamente como um dos grandes temas de importância na questão da commodities, a questão do transporte no Brasil, que vem originando uma problemática imensa principalmente para a área de logística em todos os segmentos do mercado e criando uma dificuldade maior para o crescimento econômico e desenvolvimento em nosso país.

Dentro do planejamento logístico para o escoamento da produção de commodities, são caracterizados os diversos tipos de transporte para a efetivação deste processo, os chamados modais.

Os principais modais são divididos em transporte rodoviário, em sua maioria feito através de caminhões, transporte ferroviário, transporte aeroviário, transporte hidroviário feito através de balsas e navios, temos ainda o dutoviário, utilizado mais em commodities como o petróleo e o gás natural.

A escolha do tipo de modal a ser utilizado é feita através do levantamento dos custos da empresa para determinado tipo de transporte e do valor desde produto no mercado.

Em nosso país o principal modal utilizado é o rodoviário, no período de seu desenvolvimento urbano, com a vinda das grandes montadoras de automóveis para a região do grande ABC paulista, o país adotou uma política de investimento e construção de uma maior malha rodoviária, grandes estradas foram construídas de norte a sul.

Ainda no regime militar que durou vinte e um anos, a política de investimento no sistema rodoviário continuou, sendo deixado de lado outros meios de transporte, como o principal que citaremos, o sistema ferroviário, este que possui um baixo custo em termos de viabilidade das commodities.

A falta de investimentos neste setor culminou no envelhecimento da malha ferroviária, baixa tecnologia, lentidão, falta de armazéns, administração incompetente e maior custo dos fretes.

Geralmente o transporte rodoviário é utilizado em rotas curtas de distancia, carregando produtos acabados ou semi acabados, tendo como beneficio o serviço de porta a porta, a frequência e disponibilidade dos serviços, a velocidade, a competitividade no mercado de pequenas cargas em relação ao transporte ferroviário.

Segundo KUMAR E RAJAN (2000), transporte é o deslocamento de bens de um ponto a outro, levando-se em consideração as restrições de integridade da carga e de confiabilidade de prazos.

O