Concessionária Hyundai

ARTIGO-VERSÃO 2 Detalhes da Transparência

De início, uma obra de destino comercial pode passar despercebida ao transeunte em meio a tal entorno economicamente pujante de uma das partes mais nobres e luxuosas de São Paulo. Localizada na intersecção da Rua Chucri Zaidan com a Avenida Morumbi,um ponto onde se concentra um público de alta renda, a qual é destinada a obra.

Possui uma linguagem leve, o arquiteto Francisco Spadoni afirma, na revista FINESTRA, que se inspirou no projeto de um posto de gasolina de Mies van der Rohe em Montreal, Canadá, constituído pelo binômio de estrutura metálica e vidro, buscando uma arquitetura quase que anônima em relação à cidade, já que o pavilhão é inserido em um polo comercial de edifícios envelopados de vidro, do mesmo modo que a obra

de Spadoni.

Fonte: Google imagens (Posto de gasolina do Mies van der Rohe)

Seguindo a linha de edifícios comerciais do bairro Morumbi, com suas fachadas envidraçadas e de cunho contemporâneo, Spadoni não quebra a leitura, mas ao mesmo tempo se opõe ao alto gabarito e propõe um elemento em ''L'', baixo e único.

Fonte: Revisa Arquitetura e Urbanismo (Pavilhão Hyndai – Francisco Spadoni)

Utiliza-se de artifícios e técnicas muito bem aplicadas causando grande impacto e sentimentos em quem a vivencia. A obra embora passe uma ideia de extrema atualidade é composta por materiais tradicionais, como vidro e aço, e formas ortogonais e limpas muito bem estudadas e modernizadas por elementos e artifícios que tornam a obra de extremo interesse e com um diferencial a maioria das obras do gênero. A arquitetura comercial. Um desafio maior que o programa em si. Uma concessionária não apresenta um programa complexo, seu grande ponto é o produto a ser vendido. Como uma arquitetura pode influenciar o consumidor? Isso é levado em consideração por Spadoni. Todo contexto em que a obra está inserida, o público alvo e a marca promovida estão dialogando perfeitamente. Instalado em uma região valorizada e ligada diretamente a uma nova elite consumidora que exige luxo e tecnologia em tudo que consome, os carros da marca Hyundai são produtos de designer arrojado e inovador a preços bons para os grupos de classe média alta.

Fonte: Foto da visita a obra (Pavilhão Hyndai – Francisco Spadoni)

Spadoni junta todos esses conhecimentos e entrega uma arquitetura leve, refinada, atual, acolhedora e sutil. Todos os aspectos da obra têm embasamento e finalidade. A obra é elevada 1,2m do solo por uma fase recuada preta, o que lhe caracteriza leveza e a impressão de flutuar sobre o terreno. Sua preocupação com o pedestre se reflete quando recua as fachadas para criar uma relação mais agradável com o mesmo. O arquiteto estende suas fachadas de vidro além do grande salão para marcar a horizontalidade e continuidade das elevações.

Fonte: Foto da visita a obra (Pavilhão Hyundai – Francisco Spadoni)

Cria sensações quando descola a estrutura da face, estende o revestimento de vidro a cobrir as vigas da base e disfarça a cobertura com a intenção de priorizar a leitura das fachadas. Internamente faz um jogo de materiais de revestimento, como a entrada em madeira e o salão em porcelanato e as paredes de vidro em contraste com a de pedra logo no interior da loja.

Spadoni resolve o programa posicionando salas de administração e sanitários no mezanino logo acima do atendimento. Na fachada da Rua Chucri Zaidan existem adesivos compondo o nome da marca, também descritos para proteção solar, mas internamente existem cortinas rolô.

A lumino-técnica também tem destaque nessa obra.Com iluminação