Copa do Mundo: Brasil enfrenta crise de imagem com protestos
Por: Jbruck • 31/8/2015 • Projeto de pesquisa • 59.672 Palavras (239 Páginas) • 474 Visualizações
26 DE MAIO
Copa do Mundo: Brasil enfrenta crise de imagem com protestos, atrasos em obras e cobertura internacional negativa
Faltando menos de um mês para a realização do mundial, o período pré-Copa do Mundo será lembrado pelo clima de protestos, que vem se desenrolando desde junho de 2013, e de criticas à realização do mundial. A seguir, relembre em charges as principais polêmicas envolvendo o grande evento que será sediado pela segunda vez no Brasil
Saia justa - Em junho de 2013, ao ser apresentado como membro do COL (Conselho de Administração do Comitê Organizador Local) da Copa do Mundo, o ex-jogador Ronaldo disse em um vídeo que Copa do Mundo se faz com estádio, não com hospital. A frase foi criticada pela opinião pública. Depois, Ronaldo declarou que o Brasil tinha dinheiro para construir os dois, estádios e hospitais. O chargista faz uma paródia de uma cena em que Batman dá um tapa no rosto de Robin - Charge de Carlos Latuff, publicada no blog Latuff Cartoons
bras - O Brasil foi escolhido como sede para o Mundial em outubro de 2007, ou seja, teve sete anos para se preparar. Desde então, a lista de obras causa polêmicas por causa do estouro de verbas e dos atrasos. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, chegou a comentar que o Brasil foi o país mais atrasado na preparação para um mundial desde que ele está no órgão (1975). O prazo final para a inauguração dos estádios, por exemplo, era 31 de dezembro de 2013, data em que apenas seis haviam sido entregues
Investimentos - Muitos protestos tiveram como motivação o alto investimento do país para a realização do mundial, defendendo que o dinheiro público fosse investido em áreas como saúde, educação e transporte. Segundo o Portal Transparência Brasil, o investimento total do país foi de R$ 25,7 bilhões, sendo que mais de 80% saíram dos cofres públicos. A maior parte dos gastos foi feita para o transporte e aeroportos, seguidos dos gastos com os estádios (27,7%), obras chamadas de "legados da Copa" - Charge de João Montanaro, publicada em 10/5, na Folha de São Paulo
Impacto econômico - Em um artigo recente, o ministro do Esporte Aldo Rebelo sugeriu que a Copa poderia gerar 3,6 milhões de empregos e os investimentos agregariam R$ 183,2 bilhões ao PIB até 2019. Há quem espere menos do legado econômico da Copa do Mundo no Brasil. Outros estudos apostam em mais de 700 mil postos de trabalho e cerca de 330 mil empregos permanentes. Dados da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) apontam que em 2013 a Copa gerou a abertura de 125,8 mil vagas no setor - Charge de Jean Galvão, publicada em 9/5, na Folha de São
Imagem negativa no exterior - O estudo "Impactos Econômicos da Copa do Mundo de 2014", divulgado pelo Ministério do Esporte em 2010, apontava ainda que uma das metas do governo era mudar a imagem do país no exterior, reforçando o lado alegre e receptivo e agregando atributos como organização e desenvolvimento. No entanto, os protestos e o clima de insegurança deram tons negativos à cobertura internacional. Jornais como The Economist, New York Times, El País criticaram o atraso nas obras e questionaram a capacidade do país em realizar o evento com segurança, citando ainda problemas como a epidemia de crack, crise nas UPPs (Amarildo e Cláudia) e outros - Charge de Jean Galvão, publicada em 7/5, na Folha de São Paulo
30 DE MAIO
Energia: Entenda por que o petróleo está no centro de atuais disputas políticas no mundo
Gerar energia é uma das necessidades fundamentais do mundo industrializado. Nos séculos 18 e 19, o carvão foi importante fonte de energia para a Primeira Revolução Industrial. No século 20, a utilização do petróleo e seus derivados substituiu o carvão como base da matriz energética mundial, um recurso natural não renovável.
Os combustíveis fósseis envolvem questões econômicas, ambientais e também políticas – a manutenção da segurança energética e a disputa pelo controle do petróleo são frequentemente associadas a fatores de conflitos em diversos países.
Direto ao ponto: Ficha-resumo
A região do Oriente Médio, por exemplo, é detentora das maiores reservas de petróleo em terra do mundo. A abundante matéria-prima sustenta o PIB (Produto Interno Bruto) de países como Arábia Saudita, Iraque, Irã, Kuwait, Qatar e Emirados Árabes.
Anos atrás, essa riqueza foi um dos grandes motivos de conflitos que aconteceram na região, principalmente no Golfo Pérsico, como a Guerra do Iom Kipur (1973) entre árabes e israelenses, a Guerra Irã-Iraque (1980-1988) e a Guerra do Golfo(1991), quando o Iraque invadiu o Kuwait e sofreu intervenção dos EUA.
Na Ásia, a Rússia é a grande produtora de petróleo e gás e exerce influência sobre as rotas de exportação dos recursos energéticos produzidos na região do Cáucaso. Além de ser um dos maiores fornecedores de hidrocarbonetos para a União Europeia, parte de seu território funciona como corredor de gasodutos que também passam por ex-repúblicas soviéticas, como a Ucrânia.
A Europa importa 67% do gás que consome e praticamente a metade vem da Rússia. O atual conflito entre Ucrânia e Rússia, que anexou o território ucraniano da Crimeia, impacta diretamente o mercado de energia. O gigante soviético ameaçou fechar as torneiras de gasodutos caso sofra sanções econômicas da União Europeia, que considera que a Rússia está incentivando o separatismo na Ucrânia.
Na África, o Sudão do Sul, país criado em 2011 após a separação do Sudão, vive há cinco meses em uma guerra civil que já deixou milhares de mortos e uma legião de refugiados. O motivo é a disputa de poder entre tropas do governo e rebeldes, que acirra a tensão entre grupos étnicos no país. A ONU e organizações humanitárias alertam sobre o risco de uma epidemia de fome capaz de deixar o país ainda mais vulnerável.
Um dos panos de fundo do conflito é o controle dos dividendos do petróleo, base da economia do país, um dos mais empobrecidos do mundo. Em abril deste ano, as forças rebeldes tomaram o controle de poços petrolíferos. A matéria-prima representa 98% das receitas de exportação do Sudão do Sul e seria o principal potencial de desenvolvimento econômico do país.
Em 2012, o clima já era tenso na região. A maior parte das reservas se situa na fronteira com o vizinho Sudão, que com a perda de divisas, viu a economia piorar após a independência. O país do sul se recusou a pagar taxas pelo uso dos gasodutos no norte e, como retaliação, o Sudão impediu a passagem de navios petroleiros e o sul fechou poços de perfuração.
Na América Latina, a Venezuela é o único país sul-americano a integrar a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), e suas reservas petrolíferas são a maior fonte de renda do país. Os EUA são o principal comprador do petróleo venezuelano. Em abril deste ano, o presidente Nicolás Maduro declarou a um jornal britânico que os recentes protestos da oposição no país estão sendo apoiados pelos norte-americanos, que teriam interesse em derrubar o governo para ter mais liberdade no mercado de hidrocarbonetos.
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