Crítica literária: Quem ama não adoece
Resenha: Crítica literária: Quem ama não adoece. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 21/9/2013 • Resenha • 4.810 Palavras (20 Páginas) • 415 Visualizações
Resenha de Livro
Curso de Formação em Terapia Relacional Sistêmica
Psicóloga Solange Maria Rosset
Nome do Livro: Quem ama não adoece
Autor do Livro: Dr. Marco Aurélio Dias da Silva
Editora, ano de publicação: Best Selller, 1994
RELAÇÃO DOS CAPÍTULOS
Cap. 01 Corpo e alma: soma e psique
Cap. 02 Ligações entre a psique e o soma
Cap. 03 Onde diferimos dos animais
Cap. 04 Mecanismo de defesa
Cap. 05 Emoção e repressão
Cap. 06 Por que afinal adoecemos?
Cap. 07 Doenças psicossomáticas
Cap. 08 Ansiedade
Cap. 09 Depressão
Cap. 10 A dor do corpo como expressão da dor do espírito
Cap. 11 Sofrimento da alma e doença do aparelho digestivo
Cap. 12 Componentes psicogênico das doenças cardiovasculares
Cap. 13 Doenças alérgicas e pulmonares
Cap. 14 Envelhecimento e morte
Cap. 15 O que aqui se chama de amor
Cap. 16 O amor nas relações homem e mulher
Cap. 17 Amor e casamento
Cap. 18 Relações de amor com os filhos
Cap. 19 Saúde, amor e trabalho
Cap. 20 O amor nas relações com as outras pessoas
Cap. 21 O amor como terapêutica. O papel do médico
Epílogo Quem ama não adoece
APANHADO RESUMIDO SOBRE CADA CAPÍTULO
INTRODUÇÃO
Por que ficamos doentes? Por que o nosso corpo falha? Quantas dores físicas estão relacionadas às dores da alma e do coração? O autor responde a essas perguntas mostrando os diversos caminhos pelos quais os males do espírito se refletem em doenças do corpo. Ele relaciona os diferentes grupos de distúrbios orgânicos aos estados de sofrimento interior do indivíduo e discute o alcance da medicina psicossomática. É um livro que privilegia o doente, e não a doença, e que reafirma a importância do afeto, da compreensão e da ternura na conquista da saúde
Cap. 01 Corpo e alma: soma e psique
Consciente: É a luz do dia. É a porção mais próxima da superfície, onde guardamos os conhecimentos utilizados no dia-a-dia. Onde se registra o que vimos, ouvimos, sentimos, fizemos.
Inconsciente: É a noite. É tudo que está fora da consciência. Seria o porão de algumas casas antigas. Muitas das lembranças, sentimentos, experiências, culpas não ficam esquecidas, mas são como animais ferozes aprisionados tentando escapar.
Id: Criança Instintos primitivos. Atuação inconseqüente. O processo da vida está ligado a batalha que estas fontes primitivas de energia e de impulso travam entre si e com a própria pessoa. Do domínio e controle dependerá o curso de nossa vida. O id é regido pelo princípio do prazer. A criança busca o que quer independente das proibições, convenções e não quer saber do prejuízo que possa causar a pessoa. Aos 3 anos ela dia que quer um doce, mesmo que faça mal, aos 18 anos quer uma loura mesmo que seja casada e aos 80 anos quer silêncio mesmo que na presença de seus 20 netos gritando ao seu redor.
Obter prazer e evitar o sofrimento. Impulso, instinto.
Ego: Adulto O id é chamado a realidade pelo Ego. Ego quer dizer EU. Um conhecemos, o outro não temos controle. Ex: sonhos. Fazer o desenho do iceberg. Ego: exige adequação da realidade: responsabilidade, preocupação dos seus atos.
Super Ego/ Pai: luta pela perfeição moral. Crítico, censor. incorporação dos valores, das normas, dos padrões, pais, professores, avós, tios etc..
Sentimentos de culpa, nos sentimos deprimidos sem saber porque. Ele é em grande parte responsável pelo sofrimento que passamos na viva, mas sem ele nossa vida seria impossível. É mais critico com filhos que tiveram pais amargos, duros, ressentidos, é possível amaciá-lo neste processo de reeducação.
Vamos ilustrar: O Ego é o diretor do teatro, os artistas amadores são o Id e a platéia difícil de agradar é o mundo exterior. O super Ego é o crítico teatral.
Cap. 02 Ligações entre a psique e o soma
O animal tem toda uma reação corporal para lutar ou fugir. Não é diferente com o ser humano, desde os tempos das cavernas. Ele provavelmente fugia dos tigres ferozes. É assim ainda hoje, com os pais que chamam a atenção, depois com professores e chefes.
Stress: estado interior de insatisfação consigo mesmo e com a vida. O que hoje nos ameaça a vida e a saúde não são os perigos de fora, e sim aqueles que trazemos dentro de nós mesmos. É a forma como reagimos aos acontecimentos da vida e a maneira como os interpretamos e sentimos que mais que o acontecimento em si, nos provoca stress. Ex: trânsito.
Cap. 03 Onde diferimos dos animais
Desenvolvimento infantil: O bebê pensa que ele e a mãe são únicos. A amamentação é um processo muito importante, ele descobre o segundo seio, o olhar da mãe e precisa da presença, do afeto e da segurança da mãe. Quando percebe que são duas pessoas ele e a mãe, vem a (angústia da separação). Sensação de perda e frustração. Todos passamos pôr isto. Quando esta fase não acaba adequadamente o que marca a personalidade é o narcisismo, que é a dificuldade de estabelecer vínculos, ele é voltado para si mesmo e inseguro quanto a si mesmo. A criança precisa tomar consciência que o mundo não se concentra nela mesma.
Comparando com os outros animais somos completamente dependente. O ideal é ter segurança, amor com liberdade para seu crescimento.
Medo da felicidade: buscamos a felicidade e temos medo de alcançá-la. Nos momentos mais felizes algumas pessoas temem as tragédias, como se não fossem merecedoras da felicidade. A própria ansiedade, angústia provoca prejuízos para a nossa saúde.
E o que é Felicidade? Não dever ser vista apenas como ausência de sofrimento.
Felicidade: situação de ser feliz, quem tem o espírito cheio de alegria e paz, predisposição as sensações de bem estar, mas não é transitório. O que caracteriza alguém feliz, traço da felicidade mantém aceso o otimismo e a esperança mesmo nas fases em que a vida não é agradável.
Cap. 04 Mecanismo de defesa
Compensação: esforço enorme para superar a fraqueza. A pessoa antipática que se esforça para ser inteligente, dúvida da sexualidade compensa sendo machista ou sendo um conquistador compulsivo: Don Juan.
Racionalização: desculpas que damos e acreditamos que sejam verdadeiras.
Idealização: podemos idealizar nos ver como mais inteligentes do que somos na realidade, idealizar a pessoa pela qual estamos apaixonada.
Formação de Reação: é o comportamento oposto daquilo que desejo.
Deslocamento: levo uma repreensão do meu chefe e como não posso responde-lo, desloco para minha família.
Sublimação: impulsos que são inaceitáveis, são substituídos pôr impulsos competitivos. Esporte para sublimar o impulso agressivos, padres e religiosas podem sublimar a sexualidade.
Projeção: atribuímos aos outros pensamentos que são nossos, ver nos outros defeitos que são nossos, colocar a culpa sempre para o outro.
Masoquismo: agressão interna, auto-punição, aliviar a culpa.
Regressão: volta a assumir comportamentos próprios da infância, adoecer, depender de outras pessoas.
Negação; a realidade é percebida por todos menos pela pessoa.
Cap. 05 Emoção e repressão
A repressão da emoção é maléfica e estimuladas nos dias de hoje. Ex: o homem de negócios, médico. Você chora? Qual foi a última vez? O choro é ótimo para descarregar a musculatura dando vazão a tensão do corpo. Pressão do homem para não chorar, dizem para as crianças para parar de chorar. A gargalhada também é terapêutica. Para conter o choro tenho que contrair os músculos do peito, ombro e garganta impedindo o soluço. Ódio não expresso vira ressentimento é destrutivo e traz a incapacidade de perdoar.
Principais emoções derivam do:
MEDO: espanto, ansiedade, aflição, pesar, sobressalto, intranqüilidade
IRA: ódio, vingança, ciúme, inveja, desprezo
AMOR: piedade, tristeza, afeição, alegria, entusiasmo, excitação sexual.
A cada emoção há uma resposta corporal independente da nossa vontade (SNA) Não temos controle e se descarregará no estômago, intestino, coração, vasos sangüíneos. A repressão da emoção é maléfica e estimuladas nos dias de hoje.
Cap. 06 Por que afinal adoecemos?
Doença seria um evento tardio, alcançando o indivíduo na velhice avançada, já incapacitado, podendo nem vir a ocorrer.
Não há claramente uma delimitação clara, entre a doença e a não-doença: haveria, na verdade, uma espécie de zona cinzenta, que se tornaria mais clara ou mais escura.
O processo saúde/doença dependerá da conjunção da carga genética com que a pessoa nasce e dos fatores de risco a que se expõe ao longo da vida.
Cap. 07 Doenças psicossomáticas
Durante séculos afirmaram que a doença se originava de agentes externos, vinha de fora para dentro.
Com a psicologia revolucionou-se este conceito e introduziram um novo: de que algumas doenças, constituíam uma mera expressão dos males da alma, da incapacidade de expressar emoções de forma adequada. Descobriu-se que as doenças psicossomáticas vinham de dentro da pessoa.
Podemos nascer com a doença, com a predisposição, a miséria, com pontos fracos, vulneráveis.
DISTÚRBIOS PSICOSSOMÁTICOS MAIS COMUNS:
Respiratórios: tuberculose, asma, rinite, bronquite.
Aparelho Digestivo: úlcera, doença do cólon.
Pele: praticamente todas.
Endócrinos: hipertiroidismo, diabetes.
Cardiovasculares: pressão alta, infarto, derrame, enxaquecas.
Aparelho Reprodutor feminino: ausência de menstruação ou menstruação escassa, cólicas menstruais, TPM, menopausa antecipada, vaginismo.
Cap. 08 Ansiedade
ANSIEDADE
Ansiedade é um sentimento normal, é ruim quando vira uma característica. Angústia é um aperto no peito, o medo de perder, tem medo da própria terapia.
SÍNDROME DO PÂNICO:
Apreensão, medo, angústia, fobia, ... terror, pavor, pânico.
Principais fobias: elevador, andar na rua sózinho, avião, dirigir, insetos, lugares cheios, sangue, água.
SINTOMAS PSÍQUICOS E FÍSICOS:
Apreensão, sensação de alerta e tensão, impaciência, fadiga, desânimo, distração, dificuldade para concentração, insônia.
Agitação, tremores, sudorese, boca seca, palpitações, sensação de aperto no peito, tonturas, náuseas, dor de cabeça, dificuldades no funcionamento intestinal.
Cap. 09 Depressão
O sentimento de tristeza é o de uma melancolia real e grave. É uma dor moral pavorosa, de um vazio absoluto, de uma vivência dolorosa em relação a todo o acontecimento que sobrevém e de um desgosto pela vida. Nenhum outro sentimento atinge o deprimido, que se sente desinteressado por tudo. Não encara nem o futuro, nem o presente, mas apenas o remoer incessante, contínuo, dos momentos tristes ou penosos do passado. A morte faz parte dos seus pensamentos, como também idéias de culpa, se sente indigno de viver, desvalorizado em suas qualidades, a doença lhe parece incurável, insuportável tanto para si como para sua família.
Consiste no surgimento de um sentimento generalizado de tristeza, cujo grau pode variar desde um desalento moderado até ao mais intenso desespero.
SINTOMAS PSÍQUICOS E FÍSICOS:
Sentimento de infelicidade e tristeza, desesperança, impotência, pessimismo, falta de entusiasmo, idéias de culpa, difamação de si mesmo, perda de interesse e motivação, baixa da eficácia intelectual e capacidade de concentração.
Perda, decepção dos outros e de si mesmo.
Lentidão nos gestos e movimentos, face exprimindo tristeza, irritabilidade, em alguns casos comportamento suicida.
Insônia, dor de cabeça, perda de apetite, constipação intestinal, sensação de opressão no peito, dores nas costas, perda do apetite sexual.
Amortecimento generalizado nas atitudes, na capacidade de raciocínio, nas reações emocionais, no andar no falar.
Sente-se incapacitado de se relacionar com as pessoas. Tem a impressão de não gostar de ninguém. Indiferente a si mesmo e com os outros. Vai perdendo a capacidade de sonhar, fazer projetos no futuro.
Fatores que desencadeiam quadros depressivos
Morte
Divórcio
Doenças
Casamento
Perda de Emprego
Reconciliação Conjugal
Aposentadoria
Gravidez
Readaptação profissional
Nascimento de um filho
Modificação de rendimentos
Dívidas
Início ou fim da vida escolar
Mudança de casa
Cap. 10 A dor do corpo como expressão da dor do espírito
O SIGNIFICADO SIMBÓLICO DA DOR.
Existem pessoas que sem dor não conseguiriam viver. É uma forma de expressar sofrimento, de pedir ajuda, diminuir a angustia interna. É uma forma inadequada de contornar um conflito interno que angustia a pessoa.
(1) DORES DE CABEÇA (Cefaléia Tensional )
Resulta da tensão a que a pessoa se vê submetida em face dos problemas do dia-a-dia e nas relações insatisfatórias que mantém consigo mesma e com os outros. É uma faceta das situações de estresse, que cria no organismo toda uma preparação para o enfrentamento de algo percebido como perigoso e ameaçador.
(2) ENXAQUECA (Cefaléia Vascular)
Existe uma relação de causa e efeito com o estado das artérias superficiais da cabeça. Estas estariam contraídas ou dilatadas. Este seria o componente físico. Pôr outro lado, em alguns casos, a enxaqueca pode ser uma forma mascarada da depressão.
Pessoas compulsivas, perfeccionistas, masoquistas, rígidas que impõem a si mesmo grande sofrimento para atender a exigências interiores inconscientes.
Mas quando questionadas, negam. Se relacionam mal com as pessoas próximas, dificuldades de adaptação a chamadas passagens da vida. Na maioria vem de família rígidas, e a expressão emocional de raiva ou afeto é reprimida.
Conflito é com a necessidade de expressar a emoção e o medo da reprovação. Com maior freqüência as filhas herdam de sua mãe. Existe a enxaqueca de fim de semana. Dificuldade com a família ou dependência do trabalho.
Cap. 11 Sofrimento da alma e doença do aparelho digestivo
É uma das mais antigas noções da psicossomática, sendo estas algumas das razões que explicam esta relação:
A boca e o ânus são importantes vias de comunicação do interior do organismo com o meio exterior. Ser nutrido e em seguida ser limpo constituem os primeiros cuidados do bebê com a figura materna. Este fato influenciará decisivamente sua futura maneira de ser e viver, a forma de relacionar-se com as pessoas, a maior ou menor capacidade de ser feliz.
A importância da alimentação e da excreção na formação da personalidade da criança nos primeiros anos de vida.
A estreita vinculação do tubo digestivo com o Sistema Nervoso Autônomo e mecanismos hormonais de estresse.
Úlcera e Gastrite
Houve uma frustração oral, e essa dependência de ser cuidado e "amamentado" não encontra espaço para ser preenchida. Essa carência impulsiona a uma luta constante para obter sucesso e independência.
Carência de carinho, cuidados, atenção e incapacidade de expressar. Fecham a boca e abrem o estômago para a ferida.
Fígado: uso de álcool, mau estar gerado pôr uma alimentação pesada ou exagerada e pôr todo tipo de desconforto ligado a digestão.
Na maioria das vezes a responsável pelo mal estar do fígado é a vesícula que também está relacionada a emoções. A raiva inibe a produção da bílis e a alegria aumenta.
DOENÇAS DO INTESTINO
Reticolite: aumenta o movimento do intestino Defeca varias vezes ao dia, tensão relacionada a angustia e agressividade,
Constipação: engolem sentimentos, raiva e tem medo de sentimentos de derrota, são mau humorados.
ANOREXIA NERVOSA, BULIMIA E OBESIDADE
Depressão, auto agressão, agressividade reprimida. Dependência com mãe que é uma figura forte.
Anorexia: se recusa a comer, compulsão em perder peso. Não come, vomita, laxante
Bulimia: desejo de comer alimentos muito calóricos
Obesidade: gordo desde criança, ou engordou na adolescência e fase adulta. Come para compensar o desequilíbrio psicológico. Quadros ligados a ansiedade, depressão, insegurança, nervosismo.
Cap. 12 Componentes psicogênico das doenças cardiovasculares
Tipo A tem sete vez a mais de chance de desenvolver uma doença do coração.
Tipo A: competitivo, trabalha muito, falta de tempo, sacrificam seu descanso pelo trabalho e nas ferias não desligam, perfeccionistas, sensível a criticas, mau perdedor, controle sobre si e sobre os outros.
Tipo B: tranqüilos, raramente se comprometem com prazos rígidos, evitam assumir cargos extras, múltiplos tarefas ao mesmo tempo, não tem uma guerra contra o relógio.
Pressão alta: indivíduos que se sentem inseguros, e pôr se sentirem ameaçados ficam sempre prontos a se defender.
Cap. 13 Doenças alérgicas e pulmonares
DOENÇAS ALÉRGICAS
A pele: palidez crônica que significa sofrimento. O rubor que na tentativa de esconder seus sentimentos exprime-o de forma involuntária, e a sudorese crônica que é um estado de ansiedade. A herpes e grande tensão e a coceira é uma forma de descarregar grande nível de excitação sexual e agressividade contida.
DOENÇAS PULMONARES
Tuberculose
Asma: famílias são vitimas dos asmáticos e os asmáticos são vitimas de suas famílias. Mães superprotetoras, excessivo controle não significa amor. Submissão filial que não é aceita pelo filho se traduz na asma que é o grito de lamento gerada pelo desejo violento de emancipação da criança e adolescente.
Difícil convencer a mãe de seu papel nocivo causador da doença.
DORES REUMÁTICAS - ARTRITE REUMATÓIDE
Atinge as articulações com o aparecimento de "inchação", dor, rigidez.
A grande maioria são mulheres com o seguinte perfil: Perfeccionismo, submissão disfarçada, tendência à atividade física, são trabalhadoras incansáveis, dificuldade em estabelecer relações satisfatórias com pessoas que lhe são próximas, dificuldade em exprimir afetividade, dificuldade no toque, moralidade excessiva.
Esta doença está ligada a agressividade reprimida. Trata-se de uma dura luta entre os impulsos agressivos e a necessidade de controlá-los. Essas pessoas alimentam fortes sentimentos de culpa que diminuem servindo os outros.
AS DOENÇAS DA COLUNA VERTEBRAL
As dores na coluna interferem no caminhar, na atividade sexual, na capacidade de levantar pesos, de executar determinados trabalhos.
Desempenha papel importante nas atividades básicas da vida: opor-se, manter-se, curvar-se, ceder, sujeitar-se, depender.
A coluna é o eixo vertical do corpo, é sinônimo de atividade e trabalho, assim as situações que influem na segurança e estabilidade do indivíduo podem ser causa de dores nas costas. A impossibilidade de erguer a coluna agride o amor-próprio, fazendo com que a pessoa entre em contato com a sua limitação física e emocional.
Cap. 14 Envelhecimento e morte
Todo mundo quer viver, muito, mas ninguém quer ficar velho. Jonathan Swift, escritor inglês do século 18.
O conhecimento de que inexoravelmente iremos morrer e a angústia daí decorrente, bem como aquela gerada pela perspectiva do envelhecimento, que em condições normais antecede à morte, constituem, desde as priscas eras e durante toda a história da aventura humana, uma fonte permanente de desassossego e sofrimento. Que o digam a lenda e os esforços em busca da fonte da juventude e do elixir da longa vida.
Mas a morte, tanto quanto o envelhecimento, não precisam necessariamente ser fonte de angústia e sofrimento. É possível, acredito eu, aceitar esses fatos como parte integrante da vida e, nesse sentido com eles conviver. Tudo dependerá de como encaramos e convivemos com a própria vida, conseqüência, por sua vez, da maneira como convivemos conosco.
O que entendemos por velhice. Em nosso país, no começo do século, a expectativa de vida média mal chegava aos 40 anos. Alguém nesta idade era considerado como velho, o que hoje seria um absurdo.
Hoje os médicos consideram velhos pessoas com 65 anos ou mais. Haverá pessoa com 70 anos com mais vigor e saúde do que outras com 50, 55 anos.
A importância de manter-se ativos e o drama da aposentadoria. O trabalho costuma ser para a grande maioria das pessoas uma fonte de angústia, tensão e insatisfação e não de prazer. É compreensível, portanto, que muitos passem a vida sonhando com a aposentadoria. Quando ela chega a sensação de vazio costuma ser muito grande. É importante que a pessoa se engaje em algum tipo de atividade que lhe seja prazerosa e restitua a sensação de utilidade.
Outra importante fonte de angústia trazida pela velhice é o receio de perder a autonomia e a liberdade de ficar dependente das outras pessoas. Existe aqui o componente real imposto pela progressiva redução da capacidade física e dos órgãos do sentido, como visão e audição, que, ao limiitar a capacidade de locomoção, limitam também a liberdade.
Todo o processo de vida é feito de chegadas e partidas, de perdas e ganhos, de mortes e nascimentos. Assim, para nasça o bebê é necessário que morra o feto, o bebê dará lugar a criança que morrerá para que nasça o adolescente, no lugar deste adulto e assim por diante.
Cap. 15 O que aqui se chama de amor
Houve um autor que teria compilado mais de 4 mil descrições do que era, ou deveria ser, o amor. A experiência no estudo da medicina tem mostrado que quanto mais definições ou conceitos sobre determinado assunto, menos de fato se sabe sobre ele. Também ao amor parece aplicável esta noção.
Explico que o sentido de amor dado ao nome deste livro significa no sentido mais amplo, o amor pela vida e pelo mundo, incluído aí, natural o amor pelas pessoas próximas e distantes.
Devemos amar a si mesmo para amar as outras pessoas. Nos primeiros anos de vida, somos extremamente dependentes dos outros para sobreviver. A sensação de que nossa sobrevivência depende do meio externo nos confere uma insegurança que exigirá, para nosso equilíbrio e bem-estar, um constante reasseguramento de que os outros e o mundo estão a nossa disposição e sobre eles podemos ter controle. Ou seja, o comportamento egoísta que todos apresentamos enquanto crianças pequenas faz parte do processo normal de crescimento e amadurecimento do ser humano.
À medida que vamos crescendo, amadurecendo, nos fortalecendo e criando uma boa imagem de nós mesmos, menos importante será para nós o reforço exterior e, por conseguinte, maior será nossa independência da opinião e da influência das outras pessoas. Estaremos nos aproximando do "espírito livre" de que nos falava Nietzsche. É esse processo de libertação que constitui, de fato, nosso crescimento como ser humano e configura, a rigor, o sentido da trajetória de nossa existência. Um indício de que se alcançou a maturidade, a saúde e a felicidade é quando se passa a sentir mais prazer amando do que sendo amado.
Cap. 16 O amor nas relações homem e mulher
A necessidade vital que todos temos de nos ligar de uma forma forte e especial a alguém do sexo oposto,
advém da sensação de ser incompletos e frágeis diante do mundo. Seria a expressão da tentativa consciente de retornar à placidez e segurança do útero e à união forte e quase total com outro ser: a mãe.
É curioso especular em torno da razão pela qual as pessoas se apaixonam. Encontramos pela vida, milhões de corpos, desses milhões, podemos desejar, talvez, algumas centenas, mas dessas centenas, apaixonamos-nos apenas por um, ou pouco mais que isso. Existem razões biológicas, psicológicas e cultural para que assim seja. No amor-paixão, parece que não nos apaixonamos pela pessoa de fato, mas pela imagem que dentro de nós construímos dela. Tal imagem tem a ver com nossas experiências infantis, ligadas à pai e mãe.
A paixão é boa e gostosa e uma boa fonte de motivação e energia vital. Mas não é duradoura. Sendo assim pode até ser uma base do impulso maior para as pessoas casarem mas dificilmente será o tentáculo de um casamento.
Cap. 17 Amor e casamento
Tudo o queremos na vida é amor e aconchego.Ora se relaciono amor à saúde, fica óbvia a relação que há entre a saúde e a família.
O estabelecimento dessa relação não é fruto de minha cabeça, nem mera suposição. Todos que se ocupam de doentes graves sabem da importância de um meio familiar saudável como mola propulsora de sua recuperação.
A existência de um vínculo afetivo familiar sólido com cônjuge e filhos desempenha um relevante papel terapêutico. A consciência por parte do doente de que há alguém por quem sobreviver ou alguém vivendo para ele confere-lhe forças para lutar.
Cap. 18 Relações de amor com os filhos
"Não há árvores más, nem homens maus. Há maus cultivadores." Victor Hugo
É nas relações com os filhos que se embutem as mais intensas sensações de plenitude da existência humana e por conseguinte, a felicidade que se pode extrair do convívio com eles é das mais ricas que a vivência terrena nos proporciona. Para a grande maioria, os filhos são um dever e não um prazer. São um estorvo, fontes de aborrecimento e preocupação, em vez de alívio. Ouço muitas queixas e amargor dos pais em relação aos filhos. Esquecem=se e se lembrados, não aceitam que os filhos são, para o bem e para o mal, aquilo que deles os pais fizeram. Se deram errado é porque em algum ponto do caminho eles, os pais erraram. E, que portanto, se culpas há a expiar, é a eles que se cumpre fazê-los.
A construção de um mundo melhor passa necessariamente pelo aprimoramento das relações de amor entre pais e filhos.
Cap. 19 Saúde, amor e trabalho
A importância que o trabalho tem para o bem-estar e a saúde das pessoas é algo de há muito pressentido mas somente pouco comprovado. Refiro-me ao papel e ao significado que o trabalho, enquanto instituição e independentemente de qual seja, desempenha na vida das pessoas, particularmente do sexo masculino. O potencial nocivo, que observaremos em primeiro lugar encerra vários aspectos: a inatividade física e as posturas físicas inadequadas, os erros elementares, o fumo no ambiente de trabalho e, ao meu ver o mais importante, o chamado estresse ocupacional, ou as tensões oriundas ou associadas ao trabalho.
A mais importante fonte de tensão, no entanto, não tenho dúvida de que seja nossa condição interior. A incapacidade de estar em paz conosco mesmos não somente confere ressonância e amplifica os malefícios das duas outras condições citadas, como dá origem aos dois mais importantes aspectos do estresse ocupacional: a insatisfação profissional e as perturbações neuróticas no relacionamento com as outras pessoas, sejam elas clientes ou companheiros de trabalho. Inclui-se aqui, e de forma relevante, a competição e seus correlatos, como a ambição neurótica, a vaidade e a inveja.
A insatisfação profissional comporta dois aspectos: o não gostar, pura e simplesmente do que se faz e também a não obtenção das recompensas de que o indivíduo se julga merecedor, seja em termos financeiros, seja em prestígio e poder, ou nos três em conjunto. Lamentavelmente, a grande maioria das pessoas não gosta do que faz. O trabalho é para elas uma tortura na acepção etimológica do termo. Mas o reverso da medalha: os que, movidos pela mesma angústia e insatisfação interior, e ou incapazes de resistir à exigências externas e/ou internas de glória , poder e dinheiro, fazem do trabalho a grande, ou única, razão de ser de sua vida.
Os workaholics trabalham de forma compulsiva e, na maioria das vezes, desnecessária. Negligenciam a família e dificilmente conseguem extrair prazer de qualquer outra atividade que não seja ligada ao trabalho.
Cap. 20 O amor nas relações com as outras pessoas
O nosso bem-estar, saúde, felicidade e, como, somatória disso tudo, nossa qualidade de vida dependerão e muito da qualidade de relação que mantivermos com as outras pessoas. O inverso, logicamente, não é menos verdadeiro: da má qualidade dessas relações se derivarão, sem dúvida, os maiores agravos a nossa felicidade e saúde. As relações com os outros são muito mais fonte de sofrimento e aborrecimento que de satisfação, explica-se que tantos, pensem e ajam como se o inferno, de fato fossem os outros.
Na verdade, o inferno está dentro de nós mesmos. Ou em outras palavras, o que dificulta nosso relacionamento com os outros são nossos próprios conflitos interiores e principalmente, nossa insegurança interior, mais, muito mais, que as dificuldades que os outros possam interpor ao êxito do relacionamento, embora esse componente externo tenha também seu papel.
É necessário que não tenhamos medo de nos mostrar às outras pessoas, tal como de fato somos. Com nossos momentos de angústia e aflição, com nossos rompantes de irritação, com nossa insegurança e fragilidade. Com os impulsos de mesquinharia, de inveja, de ciúme e até de mentira e hipocrisia, que a todos nos assaltam, variando apenas a intensidade e a freqüência. O maior inferno é a incapacidade de amar, e somente poderemos amar às pessoas quando pararmos de nos defender delas.
Cap. 21 O amor como terapêutica. O papel do médico
"Todas as doenças, de uma maneira ou de outra, correspondem a uma perda, ou distorção, do amor ou da fé." Mateus, 9:5,22
Tentamos mostrar ao longo do livro que as pessoas adoecem por não amar o suficiente e, por conseguinte, não ser capazes de amar os outros.
A doença surge então como um meio do indivíduo de fazer frente a seu conflito interior, que poderia receber outras tentativas de solução. A doença viria para preencher algum vazio na vida do indivíduo. Seria a forma que teria escolhido para dizer ao mundo seu sofrimento.
A crença de que o amor, significando basicamente generosidade, é a melhor forma de que dispomos para preencher esse vazio, seu papel como "vacina" isto é, como um preventivo contra as doenças, fica automaticamente demonstrado.
Qualquer médico que haja exercido a profissão com um mínimo de sensibilidade terá percebido que, muitas vezes, importa menos o remédio que receita ou a técnica que utiliza e mais o amor, a estima e o interesse que transmite a seu paciente e que revestem a terapêutica que prescreve, seja ela qual for.
Epílogo Quem ama não adoece
Aceitação de si mesmo: Existe dentro de nós dois "eus": o real, o que de fato somos, e o ideal, aquele que gostaríamos de ser e fingimos ser. Para as outras pessoas, estamos todo o tempo tentando passar a imagem de ser alguém diferente da pessoa que na verdade somos. Estamos pois, permanentemente representando.
A incoerência se dá entre nosso discurso e nossa prática, e também entre nossas convicções e emoções. A aceitação de nós mesmos implica necessariamente o reconhecimento e a aceitação de nossas limitações e fragilidades. Tendemos, todos nós, mas principalmente os do sexo masculino, a esconder dos outros as fraquezas e a posar de fortes. Mas essa não é nossa realidade. Cada um de nós cria uma aparência de segurança e fortaleza, mostrando-se aos outros tanto mais arrogantes e superiores quanto mais fracos somos. O curioso é que cada um sabe que sua própria segurança é falsa mas crê que a do outro seja verdadeira, sentindo o outro mais forte, sente-se mais fraco e aguça com redobrado vigor suas defesas.
Na vida o que importa é o amor e o bem-querer das pessoas, o viver as emoções e, atrelado a elas e entre si, a saúde e a felicidade. O resto é o resto, creiam nisso. Não vale a pena sofrer por nada mais além disso. É preciso tentar viver com humor e somente se deixar atingir pelo que de fato importa.
APRECIAÇÃO PESSOAL SOBRE O LIVRO
Fazer a leitura dos aspectos emocionais que existe por trás das doenças, abre possibilidades para buscarmos não só a cura da doença, mas a cura do "coração". A aceitação das idéias colocadas neste livro, estará de alguma forma contribuindo para formar homens mais felizes e melhores,
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