Cultura: um conceito antropológico
Por: MarinaAguiar • 23/5/2017 • Resenha • 1.131 Palavras (5 Páginas) • 267 Visualizações
- Marina Lidiane Aguiar Lopes Cordeiro/ Direito Noturno – 1ºperíodo
PUC - Coração Eucarístico - Belo Horizonte, 2017.
RESUMO DO LIVRO: CULTURA, UM CONCEITO ANTROPOLÓGICO. PARTE II - COMO OPERA A CULTURA
- A CULTURA CONDICONA A VISÃO DE MUNDO DO HOMEM
Laraia, em sua discussão sobre como a cultura condiciona a visão de mundo do homem diz que o modo de ver o mundo, os diferentes comportamento e as apreciações de ordem moral e valorativa são fruto de uma herança cultural, a qual condiciona até mesmo fenômenos fisiológicos. Além disso, ele aponta os padrões e convenções sociais como elementos que caracterizam os indivíduos e que, portanto, possibilitam sua identificação como pertencentes a uma dada coletividade.
O autor utiliza, ainda, uma passagem do livro “O Crisântemo e a Espada”, de Ruth Benedict, que diz que a cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo. A partir desse pressuposto, ele afirma que nossa herança sempre nos condiciona a reagir com estranheza em relação aos comportamentos que divergem dos padrões aceitos e estabelecidos pela sociedade em que estamos inseridos. No entanto, ele ressalta que os padrões culturais podem ter variações, também, dentro da própria cultura e não somente divergir de uma cultura para outra.
Essa visão particular de mundo, decorrida da influência da cultura sobre o indivíduo, pode em alguns casos perpassar o estranhamento e causar um fenômeno chamado etnocentrismo que, segundo o autor, é um fato universal em que o indivíduo considera seu modo de vida o mais correto e natural, ou se manifestar em formas mais extremistas, como a xenofobia.
- A CULTURA INTERFERE NO PLANO BIOLÓGICO
Neste pequeno tópico o autor discorre sobre como a cultura é capaz de condicionar aspectos biológicos. Diante disso, a apatia é um fenômeno, oposto ao etnocentrismo, de abandono de crenças e valores que deve ser considerado, já que é altamente condicionante no comportamento do indivíduo e pode decidir, ainda, sobre a vida ou morte de membros do sistema. De acordo com o ele a crise que condiciona a morte é devido à perda de valores e motivação que possibilitam a unidade e identificação com um povo.
Para Laraia as crenças e até mesmo as descrenças são fatores fortemente influenciados pelos padrões e elementos culturais e podem assumir dois aspectos diferentes: provocar doenças psicossomáticas – doenças de causa emocional – e, portanto, levar o indivíduo a morte; e, segundo o ele, a cultura também pode ser capaz de promover a cura de doenças reais ou imaginárias, a partir da fé na eficácia dos remédios ou no poder dos agentes culturais.
- OS INDIVÍDUOS PARTICIPAM DIFERENTEMENTE DE SUA CULTURA
A participação do indivíduo em sua cultura é sempre limitada de acordo com Laraia. O autor afirma ainda que nenhuma pessoa é capaz de participar de todos os elementos culturais, sobretudo em sociedades mais complexas e com maior grau de especialização em que a participação de indivíduos do sexo masculino na vida cultural é mais efetiva na maioria delas. A partir disso, ele discute o determinismo biológico a as restrições segundo a faixa etária, os quais decorrem de uma ordem lógica ou simplesmente do aspecto cultural.
Ademais, o autor diz que todos os indivíduos devem ter um mínimo de participação e conhecimento da cultura, a fim de permitir a sua articulação com os outros membros da sociedade. Outra questão destacada por ele é em relação às condutas sociais, as quais obedecem a certos padrões para que haja como prever o comportamento dos outros e, assim, ter controle de determinadas ações. Em contrapartida, Laraia admite que nem todas as condições são passíveis de previsão e controle, pois pode haver situações em que o comportamento padrão é quebrado, geralmente em períodos de mudança cultural determinados por forças externas, e o indivíduo não consegue agir com base na tradição cultural.
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