Curriculo Escolar

Podemos perceber que a cultura tem uma relação estreita com educação, pois através da educação a pessoa pode ampliar seu contato com diferentes culturas, ampliar seus conhecimentos aprender a respeitar diversas opiniões e formas de pensar.

Todos nós temos cultura, e ela pode ser definida como o modo de ser, de agir e de pensar de cada grupo, povo, nação ao organizar sua vida social. A cultura surge da interação da sociedade com o meio onde vivem, é a capacidade de transformar-se, organizar-se, adaptar-se, produzir novos conhecimentos e transmiti-los de geração em geração. A cultura não é algo acabado que pode ser definido como um produto pronto, e sim, como algo que se transforma conforme a vivência de cada pessoa e em contato com outras pessoas.

Para Macedo (2006), o cultural ao ser refuncionalizado enquanto mercadoria engendra sua dimensão política, o que tem alavancado os estudos sobre currículo e cultura no Brasil, marcadamente com influência dos estudos culturais e das discussões norte-americanas acerca do multiculturalismo.

Desta forma, entendemos que a escola não pode ser entendida dis¬sociada, separada, da sociedade em que ela está inserida, ainda, que a cultura pode ser definida como o modo de ser, de agir e de pensar de um grupo, povo, nação. A cultura é a maneira como se organiza a vida social, entendendo que esta varia de sociedade para sociedade e em diferentes épocas. Dessa forma, a visão multicultural tem permeado os discursos e a prática sobre o que se espera do professor e da escola. Já que estamos falando desse novo assunto, vamos nos reportar historicamente ao enten¬dimento do multiculturalismo e de sua mais nova vertente, o interculturalismo.

O multiculturalismo tem suas origens na luta dos negros norte-americanos que após o término da escravidão, obtido através de uma guerra civil (1861-1865), ainda permaneciam em uma sociedade que os segregava. Assim, no final dos anos 1950, vários grupos de contestação surgiram, mobilizando-se contra o racismo tanto pela defesa da luta arma¬da quanto pela defesa da não violência. Esses movimentos contribuíram para a aprovação da Lei dos Direitos Civis, em 1964, mecanismo que garantia a cidadania da população negra. Valente (1999, p.79) pontua que tais ações contribuíram para que houvesse uma “comunidade negra forte e unida, que encontra na cultura negra um elemento distintivo e uma base de união para sua formação.” É nesse contexto que, em 1970, surgiu a política da ação afirmativa. Cabe, entretanto, definirmos o que vem a ser multiculturalismo: de acordo com Valente (1999, p. 92), “define-se como multicultural o estado das entidades sociais em que coabitam grupos ou indivíduos de culturas diferentes.” Assim, com raízes na Antropologia, o debate avançou para o entendimento intercultural como superação da perspectiva norte-americana.

Dessa forma, o interculturalismo parte do pressuposto que há inter¬dependência entre as culturas e, por esta razão, há um processo de diálo¬go e partilha entre os grupos culturais. A educação intercultural diria respeito ao vivido concreto de todas as crianças.

Entende-se que a educação intercultural não seria uma disciplina escolar entre outras, mas, antes, o princípio fundamental que subentende toda a atividade escolar. Portanto ao se pensar o currículo escolar, deve-se levar em conta a realidade da sociedade em