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Código de 1947

Resenha: Código de 1947. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  21/5/2014  •  Resenha  •  551 Palavras (3 Páginas)  •  245 Visualizações

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O Código de 1947 coloca, entre outras coisas, a lei de Deus como a que rege a vida humana, e o usuário do Serviço social como beneficiário, camuflando a noção de direito dos indivíduos, como já mencionado. Sendo assim, o Serviço social era, nitidamente, funcional ao capitalismo. Tratava-se portanto da profissão vinculada à "questão social", ou melhor, ao tratamento de suas múltiplas expressões, mas sem questionar os motivos da existência destas, ou seja, sem questionar o status quo.

O segundo Código da profissão, apesar de preservar o elemento religioso do anterior, somará a este a influência norte-americana - o funcionalismo. Essas duas tendências verificadas no Código de 1965 convergem do ponto de vista da posição a-crítica, por isso não se fala em ruptura nos fundamentos do Serviço social. Sendo assim, além de reafirmar o apelo moral, ligado a religião, do primeiro código, esse apresentará a idéia de "integração social" e "correção dos desníveis sociais", deixando claro a lógica seguida, vinculada a idéia sociedade dividida em partes que se somam e a formam, tendo as suas funções cada uma, sendo necessário integrar aquelas que estão fora do padrão. Nessa perspectiva a percepção das contradições da sociedade capitalista é inviabilizada, com uma individualização do problema.

Mas não se pode esquecer que a década de 60 é de grande efervescência política, não só no Brasil. E o Serviço social passa por importantes questionamentos, inclusive sobre a análise equivocada que ele próprio fazia da realidade, questionando também a influência norte-americana, tendo em vista a necessidade de pensar o capitalismo e seus efeitos no país, particularmente. Sendo assim, esse movimento crítico que vinha se desenvolvendo no panorama profissional latino-americano, tido como Movimento de Reconceituação, levantava questionamentos acerca da própria origem da profissão e do seu aspecto conservador. Mas apesar disso, o terceiro Código da profissão apresentará a manutenção desse posicionamento conservador.

O fato do Movimento crítico que surge no Serviço social não resistir seria, entre outros motivos, devido a realidade brasileira, já que o Golpe Militar de 64 afetou todas as Instituições, impondo limites, inclusive o Serviço social, principalmente com a instauração do Ato Institucional nº 5. E outros países também enfrentaram golpes. Porém, é importante colocar que essa não resistência deve-se em grande parte ao nível de conhecimento intelectual dos Assistentes sociais da época.

Sendo assim, o Código de 1975 não retratará o desdobramento daquilo que se iniciou no Movimento de Reconceituação. Isso só tomará novo impulso quase duas décadas depois. O que se verificará, então, será uma chamada "modernização do conservadorismo" que "informa respostas dadas por parcelas majoritárias da categoria profissional às novas demandas que lhe são apresentadas"[1], isto é, o novo discurso que a categoria apresenta não pode ser caracterizado ainda como uma ruptura com a herança conservadora da profissão. Segundo Iamamoto este se situa nos marcos do humanismo cristão e do desenvolvimentismo, não atingindo as bases da organização da sociedade.

Com isso, pode-se considerar que a ruptura com o conservadorismo na profissão, anunciada

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