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Por:   •  23/3/2015  •  1.901 Palavras (8 Páginas)  •  283 Visualizações

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A alfabetização é considerada como o ensino das habilidades de “codificação” e de “decodificação”, sendo então a ação de ensinar ou aprender a ler e a escrever. Em outras palavras então podemos dizer que seria uma reação ao analfabetismo, por ser a correspondência entre dois modos de representação da linguagem (a falada e a escrita). Sendo assim, o ato de ler significaria apenas o ato de decifrar e traduzir um código, fazendo com que fosse estabelecida correspondência entre sinais gráficos e sons.

É necessária a compreensão de que a linguagem escrita não é apenas utilizada pelo meio escolar porque esta é um objeto de social. Um dos maiores erros seria então pensar que as crianças só aprendem a escrever quando estas são submetidas a um método de alfabetização sistemático, esta visão nos impede de enxergar o potencial que as crianças têm de pensar, raciocinar e criar seus próprios conceitos, segundo Paulo Freire:

“...aprender a ler , a escrever, alfabetizar-se é, antes de mais nada, aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação mecânica de palavras, mas numarelação dinâmica que vincula linguagem e realidade.”

Entende-se então que as produções espontâneas no inicio da alfabetização são fundamentais para o desenvolvimento das habilidades da criança, pois a evolução da escrita se dá com base no meio em que a criança esta inserida.

Percebo um erro frequente nas praticas alfabetizadoras, pois o adulto que as aplica pode não perceber a importância de trabalhar com as próprias concepções das crianças sobre determinados assuntos e/ou objetos, na maioria das vezes esquece que se deve aceitar que qualquer informação deve ser assimilada, e que as crianças devem ser indivíduos ativos na produção do seu próprio conhecimento, pois seus conhecimentos são construídos a partir de suas vivencias e nem sempre necessitam somente de formas concretas e imutáveis para a sua alfabetização.

Se formos pensar nas habilidades de cada criança percebemos que a alfabetização vai muito além da simples habilidade de codificação e decodificação, pois ela comporta também a capacidade de compreender, interpretar e estabelecer relações entre suas aprendizagens e suas vivencias ou até mesmo com o cotidiano, tendo a capacidade de criticar e reproduzir seu conhecimento.

A alfabetização faz parte da formação da personalidade da criança, por esta razão é necessário que acriança encontre na leitura uma motivação, além de integrar o individuo de forma crítica e dinâmica tanto do ponto de vista social quanto do pessoal, lhe da base também para aquisição de conhecimento cultural, servindo assim de iniciação para aprendizagem escolar.

Já o letramento, surgiu como a “reinvenção da alfabetização”, então posso dizer que entendo que se trata da pessoa que utiliza da leitura e da escrita para questões sociais, e também pratica, cultiva e exerce as práticas sociais que fazem uso da leitura e da escrita. O termo “letramento” não substitui a palavra alfabetização, mas sempre aparece associada a ela. O papel da escola é tornar o aluno alfabetizado, o que inclui somente o domínio do código, tornando assim um desafio para a escola e para o professor tornar o aluno letrado, habilitando-o a usar a escrita em atividades comunicativas e culturais.

Para que isso possa ocorrer é preciso contextualizar as práticas e o uso da escrita a partir do cotidiano, e propor leitura e escrita de diferentes tipos de texto, pois o letramento implica em ir além das atividades escolares, abrangendo sempre o meio social em suas praticas diárias.

Considero então letrada, a pessoa que utiliza da leitura e da escrita para questões sociais, e também pratica, cultiva e exerce as práticas sociaisque fazem uso da leitura e da escrita.

Ao entrar em contrapartida com as concepções já existentes sobre a alfabetização, a Psicogênese da Língua Escrita acaba por apresentar um suporte teórico e também construtivista, no qual o conhecimento aparece como algo a ser produzido pelo próprio indivíduo, que só assim passa a ser visto como sujeito da aprendizagem e não como objeto do processo de estudo. O termo surgiu a partir de pesquisas feitas em 108 crianças entre quatro e seis anos, por Emilia Ferreiro e Ana Teberosky feitas na década de 1970 estes estudos tiveram por finalidade entender como cada aluno aprendia e qual eram suas dificuldades e suas hipóteses, por exemplo. Os níveis de escrita estudados por estas autoras foram divididos em cinco níveis, sendo estes divididos em cinco níveis, sendo o nível 1 o que engloba os “pré-silabicos” , e assim sucessivamente até o nível 5 que seria onde encontramos já as hipóteses de escritas alfabéticas, como conhecemos.

Sendo então a psicogênese uma teoria construtivista que sempre servirá de base para um método a ser aplicado, muitas vezes para analisar o conhecimento de crianças, por exemplo. Metodologias construtivistas que tiveram base na psicogênese da língua escrita foram tidas como os princípios da consciência fonológica sóciointeracionista, por exemplo.

Acredito que o Brasil deveria estar tentando superar o analfabetismo e melhorar a qualidade da sua educação ao invés de investir em coisas banais, pois nosso pais penso que pouco alfabetiza de fato as crianças na escola pública, e podemos observar que as que conseguem aprender a ler apresentam um resultado fraco, um exemplo é a Prova Brasil de Língua Portuguesa na qual entre 30% e 50% dos alunos chegam analfabetos ao 5º ano. Como país em pleno desenvolvimento, seu pleno desenvolvimento é exigido pelos investidores internacionais, mas os dados do analfabetismo no Brasil divulgados ainda são muito ruins pois em torno de 18 milhões não sabiam ler e escrever.

Referências:

MORAIS, Artur Gomes de.Sistema de Escrita Alfabética.São Paulo: Melhoramentos, 2012;

PICCOLI, Luciana e CAMINI, Patricia. Práticas Pedagógicas em Alfabetização: espaço, tempo e corporeidade. Erechim: Edelbra, 2012;

Site Guia da Alfabetização de Idade Certa: http://pacto.mec.gov.br/ (11/07/2014 – 23:01);

MORAIS, Artur Gomes de e ALBUQUERQUE, Eliana Borges Correia. As práticas cotidianas de alfabetização: oque fazem as professoras? In: Revista Brasileira de Educação V.13, N. 38, maio/ago 2008.;

SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento. São Paulo: Contexto, 2010;

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