DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM
Exames: DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: vallprazeres • 31/3/2014 • 5.382 Palavras (22 Páginas) • 392 Visualizações
O DIAGNÓSTICO E A INTERVENÇÃO
Segundo Weiss:
Todo diagnóstico psicopedagógico é, em si, uma investigação, é uma
pesquisa do que não vai bem com o sujeito em relação a uma conduta
esperada. Será, portanto, o esclarecimento de uma queixa, do próprio
sujeito, da família e, na maioria das vezes, da escola. (2008, p. 29)
O diagnóstico é o caminho que possibilita ao psicopedagogo levantar hipóteses, que poderão
ou não ser confirmadas ao longo do processo de investigação ou pesquisa, de como o aprendiz
está em relação ao esperado num processo ensino-aprendizagem.
O primeiro passo é ouvir as queixas da família, dos educadores envolvidos e da própria
criança; em se tratando do surdo se faz necessário que o especialista tenha meios de como
com ela se comunicar, mesmo que com a presença de um intérprete de Libras para, a partir
daí, intervir e mediar possibilitando-lhe a inclusão. A exploração do cotidiano escolar da REVISTA EPISTEME TRANSVERSALIS – V. 2, N. 1, 2011
CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE
criança conduz o psicopedagogo às questões ligadas à escola e à família. A análise das
dificuldades implica também na observação do que é relevante na aprendizagem.
De acordo com Weiss (2008) com o diagnóstico precoce, respaldado no conhecimento teórico
e prático vinculado na relação aprendiz-família-escola, poderá o psicopedagogo atuar para
que seja feita uma inclusão adequada do aprendiz no meio escolar assim como social.
A intervenção preventiva prioriza o ser humano e não o sistema educacional, portanto é
necessário que o profissional seja preparado para exercer o papel de educador para que tenha
condições de lidar com todas as crianças, respeitando-lhes sobretudo as diferenças individuais
peculiares do ser humano.
O psicopedagogo e a inclusão escolar
"... onde houver o desafio do rapaz ou da moça em crescimento,que haja um adulto para aceitar o desafio" (Winnicott).Nos dias atuais de um mundo globalizado, com a facilidade de se obter todas e quaisquer informações, a escola deixou de ser o principal agente da educação. A escola tradicional se depara com a necessidade de questionar seus métodos e propostas curriculares, diante do novo perfil de seus alunos. O que ensinar, como ensinar, como avaliar e quais os objetivos a serem atingidos? Pontos, antes assegurados pelo sistema começaram, agora, a ser discutidos. O sistema tradicional de ensino possui uma grade rígida de conteúdo programático quanto a desenvolvimento cognitivo e faixa etária. Se o aluno não estiver preparado para o sistema escolar formal, ele não irá se sentir à vontade, seguro ou protegido, e muitas vezes pode sofrer algum tipo de discriminação. Como se processa a inclusão escolar? A integração na escola só acontece quando pensamos em um projeto educacional para cada candidato à inclusão, desde a avaliação das competências, até uma reestruturação do projeto da escola. É de fundamental importância a adequação psicopedagógica às necessidades de seu público alvo. Consideramos que seja difícil possibilidade de uma adequada inclusão escolar sem o trabalho do psicopedagogo, que deve apoiar a criança nas suas angústias (1). Se o sujeito tem dificuldades para articular o "eu" e o "outro" está sem autonomia para a aprendizagem, apresenta uma discrepância entre o corpo (que pode estar desenvolvido), o pensamento e a emoção. O sujeito tem dificuldade de interação, sente-se ameaçado quando está no meio do grupo. Precisa da intervenção do psicopedagogo. O estudante que se sente excluído necessita ser visto com suas possibilidades, necessita de uma equipe estruturada para ajudá-lo no desenvolvimento das questões cognitivas e também sócio-afetivas. É o sujeito que precisa que o professor o aceite e não o rotule por suas dificuldades, que o faça, portanto, sentir-se seguro e com garantia de compromisso de que suas necessidades serão consideradas. Para que a inclusão seja efetuada, precisamos de um fio condutor integrativo para articular o sujeito e o grupo. Não só trabalhar a diversidade em sala de aula, mas em toda a escola. É necessário também, maturidade profissional de todo o grupo na busca de um trabalho efetivo, com capacidade de desenvolver recursos próprios para lidar com a frustração das possibilidades de insucessos. Todos os funcionários da escola devem conhecer como o aluno aprende, suficientemente bem, para atendê-los nas diversas situações do cotidiano escolar. Devemos promover uma formação permanente de uma escuta adequada de todos os setores envolvidos, o clínico, o institucional, o familiar, o diálogo com toda a comunidade. Os pais serão orientados sistematicamente, pois a família precisa estar ao lado do estudante, compartilhar seus mitos, anseios, e expectativas objetivas. É necessário que haja uma atitude ética que proporcione o compromisso técnico-científico com a aprendizagem, com a formação, com a qualidade na aprendizagem. Porque acreditamos na singularidade do indivíduo, podemos propor a parceria com os profissionais que atendem os alunos, para respeitarmos o desenvolvimento pessoal de cada um. A aprendizagem é individual e a formação acontece no trânsito grupal das inter-relações.Nosso referencial: - Projeto Singular - Tutoria - Agrupamentos sistemáticos alternados - Oficinas Nosso movimento é o que busca o aluno, vamos até ele. Não trabalhamos com diagnósticos. Trabalhamos enfocando cada caso, cada história, apostando em suas possibilidades e perspectivas. Trabalhamos a descoberta do EU POSSO, para garantir uma significativa descoberta do EU APRENDO.O processo de inclusão pode ser uma verdadeira relação ensino-aprendizagem, uma relação circular e não linear, na qual cada indivíduo ora é o chamado aprendente, ora é o chamado ensinante.Acreditamos que o trabalho do psicopedagogo pode garantir o acolhimento e o desenvolvimento dos alunos que necessitam de uma educação
...