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Definição Do Capitalismo

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Por:   •  25/3/2015  •  3.855 Palavras (16 Páginas)  •  241 Visualizações

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A definição do capitalismo é muito complexa, é necessário recorrer ao processo histórico para tentar compreender como ele surgiu. Os historiadores o definem de várias formas diferentes. Segundo Dobb, há três vertentes que definem o capitalismo de acordo com a historiografia. A primeira vertente é de Werner Sombart, o capitalismo é baseado de acordo com o momento econômico e as necessidades de cada época. Ele sustentava a tese de que o capitalismo foi resultado do protestantismo. No entanto, Max Weber e seus seguidores discordavam, pois eram sustentados pelas suas opiniões e pelos registros históricos de que o capitalismo surgiu antes da Reforma. A Escola Clássica Alemã defendia a segunda vertente na qual era indispensável a organização para tornar o mercado e o lucro dinâmicos. Essa tese dava ênfase apenas ao aspecto econômico do capitalismo, deixando o processo histórico em segundo plano. Por fim, Karl Marx formulou a terceira vertente. O foco do capitalismo não era apenas a troca de mercadorias e o lucro, passa a ser um modo de produção resultante das relações sociais baseadas na compra e venda da força de trabalho. Esse processo gerou uma nova classe social: a maioria possuía apenas a mão de obra a oferecer e a minoria detinha os meios de produção. Essa vertente é a mais aceita. Para entender o surgimento do Serviço Social é necessário entender o complexo processo de formação do capitalismo e conseqüentemente das classes sociais. A própria História não consegue dar uma definição, mas é evidente que existe um paralelo entre ambos. As classes sociais foram resultantes da divisão social do trabalho e da busca pelo acúmulo de lucros. Nos séculos XIV e XV, o feudalismo encontrava-se em crises intensas devido às contradições internas e à desestruturação do sistema feudal. Aos poucos, o capitalismo mercantil desenvolve-se, as trocas tornam-se mais intensas com o objetivo de acumulação de capital e lucro, causando a descaracterização do feudalismo. Uma divisão social do trabalho foi aumentando gradativamente, separando o proprietário do produtor, os camponeses e as terras. Os donos de terras tornam-se comerciantes, fazendo os burgos, centros de intensificação de comércio, surgirem. O comerciante passa a ser chamado de burguês e domina o mercado de forma crescente, aumentando cada vez mais o seu poder político e econômico e a acumulação primitiva do capital. Esse sistema comercial expandiu-se de forma próspera por toda a Europa. O monopólio da burguesia foi revolucionário para a época, buscava sempre ganhar vantagens, até mesmo o trabalho assalariado era uma forma de obter lucro. Os camponeses foram os que mais sofreram nesse período, perderam o acesso às terras de onde tiravam seu sustento e conseqüentemente foram forçados a buscar renda nas fábricas que começavam a surgir nas cidades. Não havia nenhuma lei que defendesse seus direitos, apenas os direitos dos burgueses, como a Lei do Assentamento e a Lei dos Pobres. Com a intensificação das indústrias, além de mais mão de obra, houve a necessidade do trabalhador residir próximo às fábricas, dedicando mais tempo ao trabalho, suprindo as exigências da produção. Sob total domínio dos donos da fábrica, a classe operária tornou-se mais homogênea, começando a rejeitar o fato de que poderia ser substituídas pelas máquinas, que se tornavam cada vez mais modernas. Dessa forma, os operários construíram a identidade da nova classe social e a realidade da sociedade de classes se tornava mais intensa. A conseqüência disso foi a polarização de classes: a burguesia e o proletariado que travaram uma grande rivalidade com ideologias diferentes. Ascensão do capitalismo e manifestações operárias durante a Revolução Industrial, a sociedade sofreu transformações que tornam mais compreensíveis como ocorreu a ascensão do capitalismo. A busca pelo desenvolvimento das indústrias caminhava paralelamente à busca do conhecimento, logo, milhares de invenções e novas técnicas de produção foram criadas e desenvolvidas. A indústria doméstica e a manufatura simples sucumbiram à esse período transitório, em que o capitalismo industrial vigorou, modificando a estrutura da sociedade. A introdução das máquinas a vapor no processo de produção das indústrias forçou a mudança da mão de obra para o trabalho assalariado. O trabalhador contribuía na geração de capital, mas este ficava concentrado apenas nas mãos dos capitalistas que visavam sempre a obtenção de mais lucros. O capital em posse da minoria agravou a divisão das classes sociais e ao trabalhador só restava vender sua força de trabalho, ajudando o capitalista a acumular mais capital. Injustas condições de vida e de trabalho causaram várias revoltas e protestos, a princípio, manifestaram-se contra a máquina porque para eles, ela havia intensificado o ritmo de trabalho. Dinheiro sempre foi símbolo de poder, e os trabalhadores como não detinham esse poder, também não conseguiam impor suas exigências junto ao Parlamento. Sem conseguir que o uso das máquinas fosse proibido, apelaram para protestos mais ostensivos, unindo-se e formando um movimento dos trabalhadores no início do século XX. A classe operária passou a lutar por seus próprios direitos, por sua dignidade como humano, era a busca pela sobrevivência e contra a exploração da sua força de trabalho. O primeiro movimento foi o Ludismo, uma manifestação anárquica que ocorreu na Inglaterra, no qual os trabalhadores se reuniram para quebrar as máquinas das fábricas como forma de contestar as condições de trabalho que eles enfrentavam. Isso causou uma grande revolta nos patrões e as autoridades da época interferiram de uma maneira repressiva, chegando a executar os líderes dos movimentos. A ideia de destruir as máquinas tentando conseguir alguns direitos se espalhou de forma rápida e intensa por toda a Europa e logo, operários de diversos países aderiram ao movimento. Aos poucos, os trabalhadores se conscientizaram que quebrar as máquinas das fábricas não seria a maneira mais sensata de lutar por melhores condições de trabalho e passaram a organizar mais as suas manifestações. Para isso, era necessário que eles lutassem contra um dispositivo aprovado pelo Governo que proibia o direito de associação dos trabalhadores. Em 1792 foi fundada a primeira das Sociedades Correspondentes que defendia que os trabalhadores tinham direito a associação. Tais Sociedades espalharam-se rapidamente pela Inglaterra e foram aceitas pela burguesia, pois estas ainda não tinham caráter político. A consciência da condição de classe, das condições de vida e trabalho que enfrentavam, levou os trabalhadores a se unirem e a acelerar o processo de construção de sua identidade de classe e a conquista da liberdade de associação se tornou uma luta fundamental travada pelos operários.

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