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Por:   •  17/3/2015  •  664 Palavras (3 Páginas)  •  246 Visualizações

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Textos complementares (Aula 1, 2 e 3)

Tema: Cultural e Sociedade

Texto 1

Cultura, de forma bastante geral, pode ser definida como “a parte do ambiente feita pelo homem”. Essa definição, elaborada

pelo antropólogo Melville Herkovits, nos traz um elemento fundamental para pensarmos as questões ligadas à dimensão sóciohistórica

da humanidade: o fato de que o que entendemos por cultura ser, fundamentalmente, algo construído pelos seres

humanos. A dimensão cultural, portanto, não é algo dado, natural, mas uma intervenção ampla dos seres humanos naquilo

que conhecemos por natureza. Como somos seres vivos, partimos, obviamente, de nossa condição biológica, dependente do

meio natural; entretanto, essa mesma condição é constantemente modificada pela tecnologia (entendida aqui em seu sentido

amplo) e pelo trabalho humanos. É bom lembrar, também, que a noção de cultura envolve tanto uma dimensão material,

ligada a instrumentos e objetos (de brinquedos a chaves de fenda, passando pelo vestuário e também pelos alimentos que

consumimos), como uma dimensão não material (as visões de mundo, as formas e padrões de comportamento, as diversas

religiões). Também é importante colocar que essas dimensões não são isoladas e se relacionam a todo momento. Assim, há

um fator importantíssimo, quando falamos em cultura, que é pensá-la como um elemento das sociedades humanas que articula

o aspecto material e o aspecto simbólico.

Um exemplo bastante simples e facilmente observável é o uso do vestuário. Usamos as roupas por pelo menos três

motivos, em maior ou menor grau: a necessidade de proteção (em áreas do mundo ou situações em que isso seja necessário),

o desejo de enfeitar-nos e o pudor (a vergonha em relação à nudez pública).

No entanto, há regras para o uso das diversas formas de vestuário dependendo da situação ou contexto em que nos

encontremos: no Brasil, não podemos (ou não devemos) ir a um casamento ou formatura em trajes de banho (e provavelmente

mesmo que cerimônias estejam sendo realizadas em uma praia). O que determina essa atitude é o significado atribuído

socialmente a esta ou aquela forma de vestuário, para além do fato de ser esteticamente interessante ou cobrir nossa nudez.

Assim, tão importante — ou mais até — que a utilidade concreta de um objeto ou utensílio cultural, é o sentido simbólico

atribuído a ele. Dessa forma, ao vivermos em sociedade, partilharmos objetos, sentimentos e símbolos através dos quais

construímos uma ideia de identidade. A partir desse raciocínio, podemos problematizar a noção de identidade cultural, no

sentido de ampliá-la e verificar como essa visão ampliada pode ser útil no entendimento da diversidade constitutiva de todas

as sociedades. O antropólogo norte-americano Ralph Linton, escrevendo sobre a difusão cultural, no livro O homem: uma

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