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Dislexia

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Por:   •  22/3/2014  •  Tese  •  2.158 Palavras (9 Páginas)  •  379 Visualizações

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DISLEXIA

A leitura é um processo complexo, que implica descodificar e interpretar, significativamente, o código escrito. Este processo ocorre, na maioria das crianças, de um modo agradável e sem esforço. No entanto, para as que apresentam dificuldades de aprendizagem específicas (Dislexia), o ato de ler transforma-se num problema, que é determinante no seu sucesso acadêmico.

CONCEITO

Definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a Dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula e está relacionado, diretamente, à reprovação escolar, sendo causa de 15 % das reprovações. Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre 05% e 17% da população mundial é disléxica.

Para a psicologia e a psiquiatria, a dislexia é uma discrepância entre o potencial de aprendizagem e o nível de rendimento de um sujeito, sem que existam problemas sensoriais, físicos, motores ou deficiências educativas.

BREVE HISTÓRICO DO ESTUDO DA DISLEXIA

Identificada pela primeira vez por BERKLAN em 1881, o termo “dislexia” foi criado em 1887, por Rudolf Berlin, um oftalmologista de Stuttgart, Alemanha. Ele usou o termo para se referir a um jovem que apresentava grande dificuldade no aprendizado da leitura e escrita ao mesmo tempo em que apresentava habilidades intelectuais normais em todos os outros aspectos.

Em 1896, W. Pringle Morgan, um físico britânico de Seaford, Inglaterra publicou uma descrição de uma desordem específica de aprendizado na leitura no British Medical Journal, intitulado "Congenital Word Blindness". O artigo descreve o caso de um menino de 14 anos de idade que não havia aprendido a ler, demonstrando, contudo, inteligência normal e que realizava todas as atividades comuns de uma criança dessa idade.

Durante as décadas de 1890 e início de 1900, James Hinshelwood, oftalmologista escocês, publicou uma série de artigos nos jornais médicos descrevendo casos similares.

Um dos primeiros pesquisadores principais a estudar a dislexia foi Samuel T. Orton, um neurologista que trabalhou inicialmente em vítimas de traumatismos. Em 1925 Orton conheceu o caso de um menino que não conseguia ler e que apresentava sintomas parecidos aos de algumas vítimas de traumatismo. Orton estudou as dificuldades de leitura e concluiu que havia uma síndrome não correlacionada a traumatismos neurológicos que provocava a dificuldade no aprendizado da leitura. Orton chamou essa condição por strephosymbolia (com o significado de 'símbolos trocados') para descrever sua teoria a respeito de indivíduos com dislexia.

Orton observou também que a dificuldade em leitura da dislexia aparentemente não estava correlacionada com dificuldades estritamente visuais. Ele acreditava que essa condição era causada por uma falha na laterização do cérebro. A hipótese referente à especialização dos hemisférios cerebrais de Orton foi alvo de novos estudos póstumos na década de 1980 e 1990, estabelecendo que o lado esquerdo do planum temporale, uma região cerebral associada ao processamento da linguagem é fisicamente maior que a região direita nos cérebros de pessoas não disléxicas; nas pessoas disléxicas, contudo, essas regiões são simétricas ou mesmo ligeiramente maior no lado direito do cérebro.

Pesquisadores estão atualmente buscando uma correlação neurológica e genética para a dificuldade em leitura.

No Brasil foi criada, no ano de 1983, a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), com o objetivo de esclarecer, divulgar, ampliar conhecimentos e ajudar os disléxicos em sua dificuldade específica de linguagem. Segundo um levantamento feito pela Associação Brasileira de Dislexia (ABD), em média 40% dos casos diagnosticados na faixa mais crítica, entre 10 a 12 anos, é de grau severo, 40% são de grau moderado e 20% de grau leve.

O Brasil também tem sua contribuição com a pesquisa sobre "A diferença dos volumes dos lobos temporais direito e esquerdo" e segundo pesquezadores se a dislexia for diagnosticada e tratada adequadamente, o paciente pode ter melhora de até 80%.

SINTOMAS

Sinais indicadores de dislexia:

A dificuldade de ler, escrever e soletrar mostra-se por dificuldades diferentes em cada faixa etária e acadêmica.

Em geral haverá:

• Dificuldades com a linguagem e escrita;

• Dificuldades em escrever;

• Dificuldades com a ortografia;

• Lentidão na aprendizagem da leitura;

• Disgrafia (letra feia);

• Discalculia, dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada;

• Dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização;

• Dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar sequências de tarefas complexas;

• Dificuldades para compreender textos escritos;

• Dificuldades em aprender uma segunda língua.

• Dificuldades com a linguagem falada;

• Dificuldade com a percepção espacial;

• Confusão entre direita e esquerda.

Pré-Escola, pré-alfabetização

Dificuldades mais identificadas:

• Aquisição tardia da fala

• Pronunciação constantemente errada de algumas sílabas

• Crescimento lento do vocabulário

• Problemas em seguir rotinas

• Dificuldade em aprender cores, números e copiar seu próprio nome.

• Falta de habilidade para tarefas motoras finas (abotoar, amarrar sapato,...).

• Não conseguir narrar uma história conhecida em seqüência correta

• Não memorizar nomes ou símbolos

• Dificuldade em pegar uma bola

Início do ensino fundamental

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