Drenagem De águas Pluviais
Pesquisas Acadêmicas: Drenagem De águas Pluviais. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Samir • 29/5/2012 • 2.188 Palavras (9 Páginas) • 1.244 Visualizações
Drenagem de águas Pluviais
Introdução
O crescimento da civilização e a conseqüente expansão urbana caracterizaram-se, sobretudo nas últimas décadas, por um agravamento relevante da ocupação dos centros urbanos, criando profundas alterações no ciclo hidrológico natural e motivando a ocorrência de situações ameaçadoras do desenvolvimento equilibrado e estável do habitat humano. Estas alterações verificam-se tanto ao nível quantitativo como ao nível qualitativo, sendo resultado do aumento da impermeabilização do solo, incremento do escoamento superficial, criação de obstáculos ao escoamento natural, artificializarão e canalização de cursos de água, bem como a poluição dos meios receptores.
A urbanização das cidades vem demonstrando ser um grande problema no que diz respeito à infiltração da água e conseqüentemente no seu desvio natural. A impermeabilização do solo e o desmatamento acabam por se juntar aos problemas de assoreamento de reservatórios e desvios de cursos d’água. Logo, a água que escoaria nas encostas ganha caminhos preferenciais, principalmente pelas vias de transporte, escoando mais rápido e ficando retida nas partes mais baixas, onde devida a impermeabilização a montante, a água chega à jusante em velocidades muitas vezes desproporcionais à capacidade de escoamento. A impermeabilização do solo origina uma diminuição da capacidade de infiltração, provocando o aumento do volume da água e da velocidade do escoamento superficial, conduzindo, por isso, a situações de inundação.
A correta gestão das águas urbanas está intrinsecamente ligada ao uso correto do solo, que deveria se pautar pelos planos diretores. Porém, o que se constata na maioria das cidades é a proliferação de assentamentos informais, desobedientes aos planos diretores; a alta densidade de ocupação no espaço; a ocupação de áreas de risco; e a urbanização sem infra-estrutura sustentável, resultando em impacto sobre a própria população. Essa prática continuada leva, entre outras conseqüências, ao desaparecimento dos rios urbanos, pois a pressão e exploração do espaço fazem com que os rios sejam cobertos ou desapareçam.
Uma das principais fontes de vulnerabilidade urbana, a questão da drenagem tem preocupado especialistas devido à sua gestão inadequada, o que traz como conseqüências o comprometimento das fontes de abastecimento pela contaminação dos mananciais superficiais e subterrâneos; erosão e produção de sólidos; inundações urbanas e um ciclo de contaminação.
Os problemas acabam sendo: a segurança em função de deslizamento, a forma social com que famílias ficam desamparadas ao se depararem com enchentes e também o agravante econômico dos problemas causados à toda uma região e até mesmo a toda uma cidade. Desta forma, é de fundamental importância, a projeção de um sistema de escoamento de águas de chuvas o mais eficiente possível.
A problemática de drenagem urbana vem apresentando impactos tão significativos que o Estado de Minas Gerais, por meio do Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM - emitiu a Deliberação Normativa 95 de 12/04/2006, que dispõe sobre critérios para o licenciamento ambiental de intervenções, em cursos d’água, de sistemas de drenagem urbana no Estado de Minas Gerais. Esta deliberação apresenta as seguintes considerações:
• A necessidade de estabelecer critérios para o licenciamento de intervenções em cursos d’água;
• Os sistemas de drenagem apontam para a preservação dos cursos d’água, sua despoluição e manutenção das várzeas de inundação;
• O revestimento das calhas dos rios provoca o aumento da velocidade de escoamento, com conseqüente transferência das inundações para jusante e eliminação de ecossistemas aquáticos.
Em decorrência de tais fatos, impõe severas restrições ao uso de canalizações em cursos de água urbanos. A drenagem urbana deve constar no Plano Diretor de Saneamento previsto no Art. 19 da Lei 11.445/2007 que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico.
A SEMAD – Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais promoveu recentemente, em Belo Horizonte, um seminário internacional sobre revitalização de cursos d’água, no qual foram apresentadas experiências na Alemanha (Rio Isar), Inglaterra (Rio Tamisa), Estados Unidos (Rio Anacostia), França (bacias dos rios Sena e Normandie), e Brasil (Projeto DRENURBS de Belo Horizonte e Tietê em São Paulo). Ficou evidenciada, pelas exposições, a importância do planejamento da drenagem urbana, particularmente a “descanalização” de cursos d’água em áreas urbanizadas. Uma das proposições mais importantes, e manifestada pelos especialistas do seminário, é o aumento das superfícies permeáveis em áreas urbanas. A recomendação é no sentido de buscar soluções alternativas que minimizem o escoamento superficial, criando soluções que permitam o máximo possível de pontos de infiltração, como pavimentos porosos, valas de infiltração, coberturas ajardinadas em edificações, etc.
Os sistemas de drenagem têm por objetivo garantir o adequado escoamento das águas pluviais. Muito mais do que obras visando a proporcionar o transporte das águas, a drenagem devem ser vistos dentro de um enfoque global, que considere o sistema hídrico de uma bacia ou sub-bacia como um todo.
Ciclo Hidrológico
Das fases básicas do ciclo hidrológico, talvez a mais importante para o engenheiro seja a do escoamento superficial, que é a fase que trata da ocorrência e transporte da água na superfície terrestre, pois a maioria dos estudos hidrológicos está ligada ao aproveitamento da água superficial e à proteção contra os fenômenos provocados pelo seu deslocamento. A existência da água nos continentes é devida à precipitação, assim, quando a precipitação atinge o solo, parte fica retida quer seja em depressões quer seja como película em torno de partículas sólidas. Do excedente da água retida, parte se infiltra e parte escoa superficialmente. Pode ocorrer que a água infiltrada venha, posteriormente, aflorar na superfície como fonte para novo escoamento superficial.
O escoamento superficial abrange desde o excesso de precipitação que ocorre logo após uma chuva intensa e se desloca livremente pela superfície do terreno, até o escoamento de um rio, que pode ser alimentado tanto pelo excesso de precipitação como pelas águas subterrâneas.
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