EDUCAÇÃO ARQUITECTÓNICA COM EMPENSÕES NA CONSTRUÇÃO DE AÇO CIVIL
Artigo: EDUCAÇÃO ARQUITECTÓNICA COM EMPENSÕES NA CONSTRUÇÃO DE AÇO CIVIL. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Danielledm • 28/8/2014 • Artigo • 3.570 Palavras (15 Páginas) • 270 Visualizações
O ENSINO DE ARQUITETURA COM ÊNFASE NA CONSTRUÇÃO CIVIL EM AÇO
Natacha Rena
Resumo
Este artigo pretende evidenciar a importância do ensino de arquitetura na formação de profissionais competentes para criar projetos em aço. São abordados aspectos relacionados ao ensino, pesquisa e extensão do Curso de Arquitetura e Urbanismo do UnilesteMG, que tem em seu currículo um diferencial com relação a outras escolas de arquitetura e urbanismo no Brasil, no que diz respeito à criação contemporânea tecnológica envolvendo o aço como material fundamental. Destaca-se a importância do aço na produção da arquitetura nacional e internacional, considerando-se a coerência estética, econômica e cultural na utilização deste. Ressalta-se, também, que para o desenvolvimento eficaz de pesquisas acadêmicas envolvendo tecnologia de construção em aço no campo da arquitetura, parceria sólida entre empresa - universidade torna-se fundamental.
Palavras-chaves: Arquitetura Contemporânea, Ensino de Arquitetura, Sinergia Universidade-Empresa.
58 CONGRESSO ANUAL da ABM, 21 A 24 de julho de 2003, Rio de Janeiro – RJ
Arquitetura Contemporânea Internacional em Aço
Em todo o mundo, e principalmente nos países desenvolvidos, existem tendências arquitetônicas que revelam alto grau de inventividade estética, diferenciando a arquitetura contemporânea, produzida nos dias atuais, da arquitetura do passado, antes da década de setenta. Nessa produção arquitetônica podemos destacar diversas correntes que se manifestam a partir da utilização de alta tecnologia construtiva com o emprego do aço. Mesmo sabendo que não é possível categorizar a produção da arquitetura realmente expressiva da atualidade, já que esta não segue padrões e não busca se fundamentar em teorias estáveis, pensa-se aqui em duas situações distintas importantes onde o aço está presente enquanto tecnologia fundamental na construção: numa delas, a tecnologia se insere enquanto possibilidade de afirmação do poder da ciência, do equilíbrio racional, da manipulação tecnológica, continuando um projeto modernista da primeira metade do século XX – Arquitetura High Tech; noutra, a tecnologia existe para dar suporte aos efeitos cênicos e sensoriais, para garantir o jogo misterioso do papel da arte enquanto manifestação cultural que revela o espírito de uma época de incerteza e instabilidade – Arquitetura Instalação.
A corrente arquitetônica considerada por diversos teóricos da arquitetura como High Tech, seria representada por edifícios onde o aço é utilizado com presença maciça na conformação estética. Os materiais construtivos, e principalmente, as estruturas, se tornam o forte traço característico da obra nesta corrente arquitetônica que surge com mais força nas décadas de setenta e oitenta. Para arquitetos como Richard Rogers, Norman Foster, Renzo Piano, que participam da continuidade da tradição teórica do movimento moderno, no que diz respeitos às questões tecno-construtivas, as novas tecnologias são o ponto de partida da nova arquitetura. Projetos que marcaram as décadas de setenta e oitenta, como o Centro Pompidou (1971-1977), em Paris, e o Loyds Bank (1977-1984), em Londres, colocavam em evidência um excesso de tecnologia como possibilidade de expressividade estética. Edifícios-máquina onde os mecanismos estruturais e funcionais (estruturas, circulação vertical, dutos hidráulicos, elétricos e de ar condicionado etc) passaram a compor a imagem do edifício numa performance que espetaculariza o uso do aço e celebra a arquitetura como evento high-tech. Nesta linha, estes e muitos outros arquitetos, como Frei Otto, Ove Arup e Santiago Calatrava, continuam, até os dias atuais, se fazendo valer de uma arquitetura calcada no uso do aço e de suas possibilidades de invenção tecnológica, reforçando a idéia de racionalidade moderna, reafirmando que o novo depende, intrínseca e quase exclusivamente, da utilização da alta tecnologia.
Outra corrente arquitetônica muito difundida na cena internacional é a que se aproxima do mundo da arte. “Existe uma posição arquitetônica que busca na obra de arte e seus componentes irracionais um modelo que legitime e que estruture seus processos de investigação formal.” Esta atitude arquitetônica pretende transformar o edifício numa mensagem que manifeste e expresse o tempo presente. Conceitos como tensão, instabilidade, leveza, justaposição, desaparição, transparência, fragilidade, distorção, vertigem, desconstrução e ambigüidade, estão presentes nos edifícios. E muito mais do que evidenciar a tecnologia tornando-a cena central, esta arquitetura se utiliza desta como possibilidade de tornar viável os efeitos espaciais e matéricos que incorporam os conceitos citados. Arquitetos como Jean Nouvel, Kazuyo Sejima, Toyo Ito, Herzog e de Meuron, criam edifícios como instalações artísticas, obras de arte em escala urbana, que pretendem atuar nos usuários a partir das sensações performáticas. Muito longe do preceito moderno de verdade estrutural, onde tudo deveria se mostrar, a arquitetura enquanto acontecimento, enquanto obra de arte, vem dizer do mistério na contemporaneidade. Para que todo este efeito místico e sensível possa acontecer, existe presente nos edifícios uma alta tecnologia, extremamente requintada em seus detalhes. O aço surge aqui como material que oferece a possibilidade tecnológica e construtiva para que os efeitos de leveza e transparência, por exemplo, se tornem viáveis. Em edifícios como a Fundação Cartier, de Jean Nouvel, a sobreposição de películas reticulares em vidro translúcido providencia imagens disformes do entorno, que se transmutam ao longo do dia e das estações, às vezes provocando uma reflexão total do circundante, às vezes agenciando uma transparência difusa que faz com que os corpos atuantes no interior do edifício (circulantes ou fixos) surjam borrados na superfície externa. Edifício de pura alteridade, imagem nômade onde o outro está presente como vertiginoso e ambíguo. Perverter a tradição, oferecer o estranho, inverter lógicas estabelecidas de percepção do espaço, estas são metas a cumprir: Declara-se, através do arquitetural, a morte dos fundamentos que garantem a estabilidade. Descarta-se da arquitetura o senso comum, onde o misterioso só é possível através do uso inteligente e consciente
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