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Por:   •  6/11/2013  •  463 Palavras (2 Páginas)  •  519 Visualizações

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Autor: Prof. Dr. Charles Monteiro (FFCH – Departamento de História)

Tipo de questão: escolha combinada.

Conteúdos avaliados: Relação entre linguagens escrita e visual.

Alternativa correta: E

Percentual de acertos: 74%

Comentário:

Esta questão propõe a leitura de dois poemas, um de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) e outro de Mário Quintana (1906-1994), solicitando ao estudante que estabeleça a relação entre esses poemas e uma das cinco imagens que representam diferentes tempos e tipos de cidades brasileiras: Di Cavalcanti (1897-1976), Tarsila do Amaral (1886-1973), Nicolas Antoine Taunay (1755-1830), Manezinho Araújo (Manuel Araújo, 1910-1993) e Alberto da Veiga Guignard (1896-1962).

O tema central dos textos é facilmente identificado a partir do título do poema de Drummond (“Cidadezinha qualquer”) e da primeira linha do poema de Quintana (“Cidadezinha cheia de graça”), poetas que podem ser relacionados com a literatura modernista brasileira. Temas como tradição e modernidade, regional e nacional, passado e presente são revisitados de maneira crítica visando a propor uma nova interpretação da sociedade e da arte brasileira em um contexto de mudanças políticas, econômicas e sociais, bem como de experimentação de novas linguagens poéticas e visuais aliadas a temas cotidianos e populares.

Os dois poemas são um tanto tradicionais na estrutura e na sonoridade ao utilizarem versos rimados. Porém, inovam ao propor uma reflexão crítica sobre a questão da temporalidade, ora na crítica ao tempo arrastado do interior, em Drummond, ora como lembrança nostálgica do passado frente à nova temporalidade urbana e às transformações aceleradas das cidades no momento presente, em Quintana. Os dois autores viveram um intenso processo de urbanização da população a partir dos anos 1930, que modificou a face da sociedade brasileira, problema que está presente nos dois poemas em perspectivas distintas e até certo ponto complementares.

No tocante às imagens escolhidas, embora todas representem espaços urbanos brasileiros (observáveis a partir dos elementos figurativos representados:

ENADE Comentado: Formação Geral 35

porto, ruas, calçadas, casas, igrejas e edifícios), registram-se diferentes temporalidades e projetos artísticos nas obras desses pintores. Di Cavalcanti (1897-1976), Tarsila (1886-1973) e Guignard (1896-1962) podem ser considerados representantes do Modernismo da primeira metade do século XX, enquanto Nicolas-Antoine Taunay (1755-1830) foi paisagista e pintor histórico do início do século XIX (fez parte da chamada Missão Francesa e deu aulas na recém-criada Academia Imperial de Belas Artes). Já Manezinho Araújo (1910-1993) tornou-se pintor autodidata no último quartel do século XX, e poderia ser definido como “naïf”, “primitivo” ou “ingênuo”.

Os versos do poema “Cidadezinha qualquer”, de Drummond, falam de “Casa entre bananeiras / mulheres entre laranjeiras / pomar amor cantar” e também que “Um homem vai devagar / Um cachorro vai devagar”, remetendo à vida do interior, à casa com pomar e ao tempo que se escoa lentamente – o que permite, a partir

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