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ENDIVIDAMENTO FAMILIAR

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Por:   •  20/3/2015  •  1.653 Palavras (7 Páginas)  •  295 Visualizações

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 3

2 DESENVOLVIMENTO 4

3 ELEMENTOS DE APOIO AO TEXTO 5

3.1 GRÁFICO DE ENDIVIDAMENTO 5

4 COMCLUSÃO...........................................................................................................6

REFERÊNCIAS............................................................................................................7

ANEXOS....................................................................................................................................8

ANEXO A – PESQUISA EM CAMPO 9 A 12

ENDIVIDAMENTO FAMILIAR

Havia debate histórico entre desenvolvimentistas brasileiros a respeito de se o subconsumo das famílias pobres brasileiras interromperia ciclos de crescimento, tornando-os de curta duração. Alguns analistas supunham o esgotamento do modelo capitalista caboclo por ele atingir logo os limites do mercado interno. A terra girou, o mundo mudou. A revolução do socialismo de mercado chinês propiciou o barateamento dos antigos bens de luxo e a acessibilidade das pobres famílias aos bens de consumo duráveis. A hipótese do subconsumo foi, simplesmente, substituída pela hipótese do super. Endividamento com o temor do “esgotamento e estagnação” permanecendo no ar.

Arícia Martins (Valor, 23/03/12) mostra que o comprometimento do orçamento das famílias com dívidas aumentou gradualmente ao longo de 2011, junto com um aumento da inadimplência. A combinação de dívidas maiores e número crescente de devedores, segundo esses economistas subconsumistas, pode atenuar o crescimento do consumo este ano.

Ainda que em ritmo moderado, a parcela da renda mensal dos brasileiros destinada ao pagamento de débitos vem subindo desde abril e atingiu em dezembro 22,3%, último dado divulgado pelo Banco Central e maior percentual para o mês desde 2005, início da série histórica. As dívidas já assumidas pelas famílias cresceram em 2011 e representam 42,3% da sua renda anual, nível mais alto para qualquer mês da pesquisa do BC.

O aumento da inadimplência das famílias no ano passado pode ser considerado forte, pois passou de 5,7% para 7,4% nos atrasos com prazo superior a 90 dias em cenário de pleno emprego. Caso seja necessário algum movimento de aperto na política monetária, com reflexo recessivo na economia e perda de emprego, é possível que o sistema financeiro enfrente alta bastante acentuada dos atrasos, partindo de patamar bastante elevado, avalia um executivo do mercado financeiro.

A alta da inadimplência no ano passado decorreu diretamente do ciclo de aperto monetário do primeiro semestre de 2011, com elevação dos juros e restrição à elevação dos prazos, via medidas macro prudenciais. Com mais dívidas para pagar, o nível de inadimplência das famílias piorou no fim de 2011. Em dezembro, o percentual de atrasos superiores há 90 dias aumentou em operações de crédito pessoal, cheque especial, aquisição de veículos e outros bens, de acordo com os dados do BC.

A maior parte dos analistas acredita que o endividamento maior deve afetar em alguma medida o poder de compra dos consumidores, mas, com inflação menor, queda dos juros e aumento real de 7,5% do salário mínimo, há quem aposte em varejo mais forte em 2012 do que em 2011. Como a renda real é fator determinante da inadimplência, o atual ciclo de redução da Selic deve permitir uma melhora desse indicador, à medida que os ganhos dos trabalhadores se elevem e os juros bancários acompanhem a trajetória declinante da taxa básica.

A renda mensal das famílias ficou mais comprometida no fim de 2011, não devido aos gastos com juros, mas com o principal da dívida. Esse tipo de despesa subiu quase dois pontos percentuais desde maio e alcançou 14,3%, enquanto o dispêndio com juros teve ligeira alta no período, de apenas 0,43 pontos percentuais, para 8%. O movimento reflete o avanço do crédito imobiliário, que é mais caro. Essa trajetória não preocupa, já que, num cenário de desemprego baixo, esse financiamento não é predatório.

O crédito habitacional, entre recursos direcionados e livres, alcançou 4,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em dezembro de 2011, alta de um ponto percentual sobre igual mês de 2010. Na mesma comparação, a relação entre crédito para bens de consumo e o PIB ficou quase estagnada, passando de 4,1% para 4,4%.

O financiamento habitacional ainda tem muito espaço para crescer no país, mas não deve aumentar o nível de endividamento das famílias em 2012, que já está elevado, comparativamente ao dos Estados Unidos em crise, onde o comprometimento da renda com dívidas está em 17%. “Não há muito espaço para novas aquisições de financiamentos”, dizem os estagnacionistas. Argumentam que o crédito imobiliário deve tomar espaço de outros tipos de financiamento.

Contribui para essa avaliação o fato de que, segundo dados do Banco Central do Brasil, as dívidas de mais longo prazo – crédito imobiliário e aquisição de veículos – representavam, cada uma, 21,3% da carteira de crédito para pessoas físicas em dezembro de 2011. Em outras palavras, pelo menos 42% da dívida das famílias vão demorar em ser liquidada, limitando a capacidade de ampliar o consumo com novos financiamentos.

No curto prazo, se o varejo se desacelerar, será mais como efeito do emprego industrial, que está em queda e deve seguir em situação ruim, do que de esgotamento do ciclo de endividamento familiar. Assumir dívida, para alguns consumidores cautelosos, depende da avaliação de sua capacidade futura de pagá-la. Para outros, sem educação financeira, depende da emergência e/ou do impulso para o gasto de consumo – e em avaliação precária de que “a prestação caberá no bolso”.

Nível de Endividamento

Categoria Mar/10 Fev./11 Mar/11

Muito Endividado 14,5% 13,7% 15,3%

Mais ou Menos Endividado 21,1% 23,7% 23,2%

Pouco Endividado 27,3% 27,9% 26,4%

Não

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