Educação E Tecnologia

A sociedade vem perdendo consideravelmente o equilíbrio entre dois campos básicos e indispensáveis no contexto atual de educação.

Nota-se, o desprestígio que a era da informação com seus modelos cada vez mais sofisticados de transmissão de informações, proporciona ao conhecimento. Contudo, vale apena ressaltar a necessidade de uma reflexão sobre o qual é o verdadeiro papel da informação e do conhecimento. Se de um lado, os sistemas de informações aproximam a humanidade de maneira excepcional do outro a problemática do não conhecer aqueles que estão em contato diário através dos meios de comunicação, seja por meios de redes sociais ou por qualquer tipo de instrumentos tecnológicos de informação.

Portanto, a informação garante acesso livre a todos os espaços até então ocupados pelo homem, mas, ao mesmo tempo, os condiciona a viver em função das tecnologias, tornando-o assim um ser que possui “inteligência artificial”, encontrado-se incapaz de refletir sobre o sistema que o oprime e domina. Sobre os debates acerca desta reflexão, DEMO (2010), diz que:

Manejar conhecimento com autoria e autonomia torna-se decisivo na sociedade intensiva de conhecimento (tratarei disso amplamente a seguir) (...), bastaria observar a trajetória importante das tecnologias para ter idéia do quanto conhecimento discutivo, questionado, foi responsável por mudanças profundas na saga humana (p. 73).

Partindo dessa premissa, nota-se que o processo de evolução da humanidade passou por profundas e significativas transformações tanto no aspecto cultural quanto no aspecto educacional.

As telecomunicações são de fato responsáveis por estender de uma ponta a outra do mundo as possibilidades de contato amigável, de transações contratuais, de transmissão de saber de trocas de conhecimento, de descobertas pacífica de diferenças. (LEVY, 1999, p. 14)

Neste sentido fica evidente que as novas tecnologias aproxima mundos diferentes, culturais distintas, possibilitando assim troca de conhecimento e construção do saber.

Nesta perspectiva, o processo educacional em sua existência ideológica passa por profundas transformações, pois com diz Levy:

Se as pessoas aprendem com suas atividades sociais e profissionais, se a escola e a universidade perdem progressivamente o monofólio da criação e transmissão de conhecimento, os sistemas públicos de educação podem ao menos tornar para si a nova missão de orientar os percursos individuais no saber e de contribuir para o reconhecimento dos conjuntos de saberes pertencentes às pessoas aí incluídas os saberes não acadêmicos (1999, p. 158).

Precisam-se rever os conceitos até então norteados dos processos educacionais, pois do contrário, ficaremos a deriva no dilúvio que não terá mais fim como disse LEVY, onde o mesmo acrescenta que não há nenhum fundo sólido sob o oceano das informações. Devemos aceitá-lo como nossa nova condição. Temos que ensinar nossos filhos a “nadar, flutuar, talvez a navegar”. Para tanto é necessário que antes mesmo de ensinar, possa-se aprender a navegar por este oceano de informações, delimitando espaços de forma coerente, provocando curiosidade, instigando as possibilidades possíveis e o mais importante, com o uso das novas tecnologias dá significado ao processo educacional.

Para tanto, torna-se imprescindível fazer uso dos instrumentos tecnológicos de maneira consciente e eficaz conforme SCHAUN:

Na sociedade do conhecimento e da comunicação das massas em que vivemos, a mídia tornou-se instrumento indispensável do processo educativo. O emprego dos órgãos de comunicação social pode contribuir nos processos pedagógicos, por meio da difusão dos conteúdos cívicos e éticos completando a educação formal e não-formal. (2002, p. 2)

Percebe-se que as novas tecnologias sevem como suporte ao trabalho pedagógico do educador e não como algo que venha a substituí-lo.

Neste sentido, CASTELLS