Educação e Transformação
Tese: Educação e Transformação. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: deisesiriani • 10/8/2014 • Tese • 1.190 Palavras (5 Páginas) • 195 Visualizações
Aula-tema 01: Educação e Transformação
Nesta aula-tema, vamos refletir sobre o contexto educacional, suas possibilidades e limitações; sobre as condições de trabalho dos professores e sobre como ensinar para que o aluno continue aprendendo ao longo da vida. Nosso estudo será fundamentado na leitura da introdução, no Capítulo I (p. 9-39) do livro Transgressão e mudança na educação[1], de Fernando Hernández, e nas Web aulas e atividades propostas para esta aula-tema.
No primeiro Capítulo de seu livro, Hernández enfatiza que a formação acadêmica em um mundo marcado por constantes transformações, como o atual, exige que a educação passe por uma transformação cultural, isto é, que a escola reveja conceitos e práticas, de forma que responda às demandas sociais e culturais contemporâneas. Em uma palavra, a escola precisa transformar-se, ou, mais especificamente: transgredir (aprenda mais sobre o tema "transgressão na educação" nas Web Aulas e nas atividades propostas para esta aula-tema).
Hernández apresenta um conjunto de questões que são tratadas ao longo de seu livro e observadas em situações reais de ensino-aprendizagem vividas pelo próprio autor. Essas questões nascem da constatação de que o modelo tradicional de ensino apresenta uma série de limitações diante da necessidade de formar um aluno habilitado para enfrentar a realidade multiforme com a qual se depara nos dias de hoje.
Parte das limitações da escola nesse sentido deve-se, segundo Hernández, ao fato de as disciplinas escolares serem planejadas e ensinadas como se fossem entidades isoladas, sem relação com conhecimentos já adquiridos pelo aluno; pela falta de conexão entre essas disciplinas e, ainda, pela falta de relação clara entre o saber escolar e a realidade do aluno.
Opondo-se a essa noção, Hernández propõe um sistema educacional dinâmico, com base na proposta de projetos multidisciplinares de pesquisa, que envolvem disciplinas interligadas, organizadas com o objetivo de resolver determinado problema de pesquisa que tenha reconhecida relevância social.
De forma análoga a esses projetos de pesquisa e considerando que o conhecimento não pode ser separado da realidade, a escola transgressora proposta pelo autor organiza o currículo por projetos de trabalho. Esses projetos são planejados, executados e revistos ao longo de todo o processo de aprendizagem. Cada atividade de ensino é rigorosamente planejada para que o aluno aprenda a estabelecer relações entre diferentes saberes, saiba interpretar e reinterpretar a realidade com visão crítica, aprenda a formular questões sobre a realidade, bem como desenvolver estratégias para responder a essas questões.
Educar para transgredir consiste, portanto, em estabelecer relação entre: a) os conhecimentos das disciplinas escolares; b) os conhecimentos prévios dos alunos; c) a realidade dos alunos dentro e fora da escola. Estabelecer essas relações é fundamental para que a aprendizagem tenha significado para o aluno. Para isso Hernández propõe que os professores façam a si mesmo o seguinte questionamento: "Estamos ajudando nossos alunos a globalizar, a estabelecer relações entre as diferentes matérias, a partir do que fazemos em sala de aula?" (p. 18).
Uma resposta afirmativa a essa questão implica que o aluno seja ensinado a pesquisar para a ação, aprenda a buscar conhecimentos em fontes diversas para enfrentar desafios que se impõem em seu dia a dia. O aluno deve aprender como facilitar a própria aprendizagem, porque desse aspecto depende seu sucesso ao atuar em ambientes em constantes transformações.
Hernández propõe transformações nas práticas educacionais. Transformação, como o nome mostra, só opera sobre algo que já existe. Dessa forma, o autor se apropria de aspectos de outras abordagens, como: modelos psicopedagógicos que valorizam os saberes construídos por meio das experiências prévias do aluno; propostas baseadas na relação entre currículo e problemas reais; formulações que enfatizam o papel do diálogo pedagógico e a tentativa de educar para a compreensão; abordagens que assumem compromisso com a construção da subjetividade de docentes e alunos e que destacam a importância de cada um desses sujeitos na construção social do conhecimento.
Hernández alerta que compreender a importância e as implicações da escola transgressora exige que sua proposta não seja tomada como imutável, sob o risco de engessar um processo que é dinâmico por natureza. Feita essa ressalva, veremos que a compreensão da proposta do autor pressupõe o conhecimento e a compreensão de alguns conceitos que serão aprofundados ao longo deste curso, como transgressão, globalização, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, entre outros.
Conceitos Fundamentais
Globalização
A ideia de globalização proposta Hernández (1998)[2], consiste em o aluno aprender a fazer e a interpretar as relações entre os diversos saberes para além dos limites
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