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Por:   •  15/10/2014  •  495 Palavras (2 Páginas)  •  224 Visualizações

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Depois de quase um ano, as crianças estavam se adaptando bem à nossa vida nova na Europa.

Mas no meio do conto de fadas surgiu o câncer. Nossa garota de doze anos esbelta, forte, cheia

de energia e infatigável começou a se sentir cansada de andar mesmo curtas distâncias.

Precisava parar para recuperar as forças e também começou a tossir.

O medo de pneumonia ou tuberculose fez com que a levássemos ao hospital. E então recebemos

a pior das notícias: câncer da tireoide.

m 2006, quando tinha doze anos e morava na França com os pais e os irmãos, Esther

começou a sentir que não conseguia acompanhar o ritmo de viagens da família de sete

pessoas. Ao lembrar das semanas anteriores, percebeu que vinha sentindo dores no peito, que

estava tossindo muito e tinha dificuldade de respirar, sobretudo quando praticava atividades

físicas. Foi levada ao Hôpital de la Timone, em Marselha, onde se pensou, a princípio, tratar-se de

uma pneumonia. Então, surpreendentemente, raios X do tórax mostraram que havia fluido e

nódulos nos dois pulmões.

Esther foi internada de imediato e, após muitos exames, diagnosticada com câncer da tireoide

papilar metastático, o tipo mais comum da doença em crianças. Em novembro daquele ano,

Esther passou por uma cirurgia para a retirada dessa glândula e de numerosos nódulos linfáticos

do pescoço. Após a cirurgia, teve sérias complicações que a obrigaram a tomar hormônio da

tireoide, cálcio e suplementos de vitamina D constantemente. Como parte do tratamento contra o

câncer, Esther também foi submetida a duas sessões de radioterapia.

* * * * *

Conheci Esther e sua família em agosto de 2007, no Boston Children’s Hospital, quando eles

procuraram ajuda para encontrar remissão e cura. Em geral, no longo prazo, o prognóstico do

câncer da tireoide em crianças é bastante bom, havendo uma taxa de sobrevivência de até

noventa por cento aos vinte anos. Mas o caso de Esther era diferente: ela apresentava a doença na

forma mais avançada. O câncer dela se espalhara por todo o corpo e se instalara nos gânglios

linfáticos do pescoço e nos pulmões. Uma equipe, que incluía um tireoidologista (médico

especialista em câncer da tireoide), um pneumologista (médico especialista em pulmões), uma

enfermeira endócrina (enfermeira que auxilia em doenças relacionadas a hormônios) e um

assistente social (um especialista em lidar com as dificuldades

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