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Epidemiologia descritiva

Tese: Epidemiologia descritiva. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  2/12/2014  •  Tese  •  1.395 Palavras (6 Páginas)  •  607 Visualizações

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Epidemiologia Descritiva

A epidemiologia descritiva estuda a variabilidade da freqüência das doenças ao nível coletivo, em função de variáveis ligadas ao tempo, ao espaço _ ambientais e populacionais _ e à pessoa. Refere-se às circunstâncias em que as doenças e agravos à saúde ocorrem nas coletividades. A epidemiologia descritiva objetiva responder onde, quando e sobre quem ocorre determinado agravo à saúde.

• Variáveis Epidemiológicas

Os métodos e técnicas da epidemiologia são utilizados para detectar uma associação causal entre uma doença e características da pessoa ou um fator de seu ambiente. O primeiro passo para o entendimento de um problema de saúde ou de uma doença consiste em descrevê-lo pelas variáveis de Pessoa, Lugar e Tempo.

PESSOA: "Quem?"

As pessoas podem ser diferentes umas das outras em relação à idade, ao sexo, ao grupo étnico, às práticas religiosas, à cultura, ao lugar onde nasceu, à renda, à escolaridade, à ocupação, ao nível de instrução, à condição marital, aos costumes, à condição social, econômica e do meio ambiente, à morbidade familiar, ao estado nutricional e imunitário.

A distribuição por grupos de idade é um dos aspectos mais importantes. De acordo com a idade, a pessoa expõe-se mais ou menos às fontes de infecção. Por exemplo, geralmente os adultos expõem-se mais às doenças transmissíveis como cólera, dengue, hanseníase, tuberculose e AIDS. As condições patológicas relacionadas ao baixo nível de imunidade são mais freqüentes nas idades extremas, ou seja, crianças e idosos.

Assim, é comum relacionar incidência, prevalência e mortalidade por determinada doença por idade.

Conforme o tipo de estudo desejado faz-se um escalonamento adequado por idades. Em geral, utiliza-se a seguinte divisão por faixa etária:

a- menor de 1 ano;

b- 1 a 4 anos;

c- 5 a 9 anos;

d- 10 a 14 anos;

e- 15 a 19 anos;

f- 20 a 49 anos;

g- 50 anos e mais.

LUGAR (distribuição geográfica): "Onde?"

O conhecimento do lugar onde ocorre determinada doença é muito importante em epidemiologia para caracterização do evento. Vários elementos geográficos podem influenciar a distribuição das doenças, como fatores climáticos, fauna, relevo, hidrografia, solo, vegetação, poluentes ambientais, contaminação de alimentos, organização do espaço urbano, local de residência e trabalho, localização urbana ou rural, migração, etc.

Para a Vigilância Epidemiológica - VE é importante verificar se as doenças apresentam uma distribuição espacial particular que poderia estar indicando a presença, nessas áreas, de fatores que facilitam ou dificultam o aparecimento de casos. Assim, se os casos de sarampo concentram-se num determinado bairro, isto pode estar indicando bolsões de baixa cobertura vacinal, áreas em que a população está sujeita a grande aglomeração intradomiciliar, áreas de fixação recente de migrantes provenientes de zona rural e/ou áreas de invasões.

Devemos lembrar ainda que a aglomeração espacial dos casos pode estar ocorrendo não em relação ao local de residência, mas com respeito a locais de trabalho, escolas ou áreas de lazer.

Para que a distribuição espacial forneça elementos úteis ao controle é necessário que ela se faça segundo áreas com características as mais homogêneas possíveis.

Afim de melhorar o conhecimento quanto aos fatores relevantes na ocorrência de cada doença é importante conhecer sua distribuição por áreas menores, tais como os bairros ou até mesmo por setores censitários.

TEMPO: "Quando?"

As doenças podem apresentar variações regulares ou endêmicas e variações irregulares ou epidêmicas.

As variações regulares ou flutuações endêmicas são observadas na ocorrência habitual das doenças. Elas compreendem a tendência secular, as variações cíclicas e a variação sazonal.

Tendência secular corresponde a variações observadas na incidência ou prevalência, mortalidade e letalidade das doenças, ao longo de um período grande de tempo (10 anos ou mais). Estas variações refletem alterações da estrutura epidemiológica ocorridas no período considerado. Tendências ascendentes podem estar relacionadas à melhoria dos meios diagnósticos, à busca ativa de casos ou à piora das condições de vida. Tendências decrescentes podem significar a introdução de medidas profiláticas efetivas ou a melhoria das condições de vida em geral ou a reorganização dos serviços de saúde.

Variações cíclicas consistem em um aumento periódico da incidência de certas doenças. Na raiva animal é possível observar aumentos cíclicos de incidência que coincidem com o crescimento das populações animais.

Variação sazonal corresponde a aumentos periódicos da incidência em determinadas épocas do ano, geralmente relacionados ao modo de transmissão de cada doença. Na medida em que a freqüência de casos de uma doença se reduz, praticamente, vai desaparecendo seu comportamento sazonal.

As variações irregulares constituem as epidemias que podem ser definidas como uma elevação brusca, temporária e significante, na incidência da doença, provocada por alterações na estrutura epidemiológica.

Para que o aumento na incidência seja considerado EPIDEMIA é necessário que:

- haja um aumento brusco, pois um aumento gradual corresponde à alteração do nível endêmico;

- haja um aumento temporário, havendo posteriormente um retorno aos níveis endêmicos previamente observados;

- haja um aumento estatisticamente significante, isto é, exceda o número de casos esperados.

Para afirmar que existe uma epidemia e não apenas um aumento normal no número de casos podem ser utilizadas diferentes técnicas

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