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Equipe multidisciplinar

Por:   •  26/9/2016  •  Resenha  •  1.830 Palavras (8 Páginas)  •  563 Visualizações

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As Residências Multiprofissionais em saúde: a experiência da universidade federal de santa Catarina.

O artigo tem como objetivo discutir a questão das residências multiprofissionais em saúde, que são realidade no Brasil desde 2000 e possui  importante estratégia de formação de recursos humanos para o Sistema Único de Saúde (SUS).

As equipes multiprofissionais surgem como resposta às novas necessidades de pensar e agir em saúde.

O objeto de estudo para a compreensão desta questão são as experiências desenvolvidas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no Curso de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e no Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Saúde do Hospital Universitário (HU), que traz elementos para a discussão sobre os desafios da residência e do Serviço Social nesses espaços de formação na área da saúde, contando com o apoio do MEC.

No Brasil a residência era considerada apenas para formação do profissional médico através de decretos e comissões voltadas para essa proposta. Na década de 70, surge no Rio Grande do Sul a primeira residência multiprofissional promovida pela secretaria de saúde pública, sendo o primeiro programa a incluir mais de uma categoria profissional, como por exemplo: médicos, enfermeiros e assistentes sociais. Os autores relatam que a proposta era a valorização do trabalho em equipe e com a ideia de ampliação do cuidado prestado aos usuários.

A partir disso, a formação de um novo profissional tornou-se uma das questões chave para o projeto de reforma sanitária, constando diretrizes até mesmo na constituição de 88 quando relata sobre as competências do SUS (sistema único de saúde). Assim, nos anos 1990 inicia-se um longo processo de discussão da formação de recursos humanos para a saúde, visando a implantação e consolidação do SUS.

A partir disso, o texto nos fala sobre o Serviço Social e a experiência da residência no Hospital Pedro Emesto, no Rio de Janeiro em 1993 e a experiência do Hospital Universitário, em Juiz de fora no ano de 1999 que esta vinculada ao sistema municipal de saúde.

A expansão das residências multiprofissionais acontece em 2000 e a partir de 2002 cria-se 19 residências multiprofissionais em saúde da família no pais. As propostas de residência passam a ser marcadas pelas disputas politicas e interesses estratégicos, mesmo com a consolidação do SUS.

Mas o autor reforça que de modo geral, os programas existentes estavam engajados com a formação de qualidade e comprometidos com a mudança da forma de produzir saúde e nesse processo surge um movimento politico importante para luta e consolidação da residência como um tipo de formação.

Em 2005 acontece a regulamentação da residência multiprofissional destinadas as categorias profissionais que integram a área da saúde. Fato este que denota as injunções políticas do Ministério da Saúde e chegando a uma interferência cada vez maior dos gestores na condução da proposta de formação. Isso tudo traduzido muitas vezes em discriminações no âmbito dos serviços. Assim, tencionou ainda mais os rumos da formação: ao invés da proposta de formação gerar a mudança da lógica do serviço, a lógica do serviço contamina cada vez mais o processo de formação. Isso tem exigido o desenvolvimento de estratégias de resistência cada vez mais desgastantes no cotidiano dos serviços. E Nesse contexto, pautadas em novas regulamentações, as residências multiprofissionais vêm ganhando proporção e mostrando sua importância.

A partir desse entendimento, o artigo busca relatar as experiências e desafios dos programas de residência da universidade federal de santa Catarina, na perspectiva de expandir as possibilidades de formação de recursos humanos na área da saúde, o Ministério da Saúde lançou, em 2000, uma convocatória no âmbito nacional com o objetivo de “implementar a oferta de cursos de pós-graduação nas modalidades de especialização e Residência Multiprofissional em Saúde da Família, mediante incentivos financeiros repassados às universidades e escolas da saúde pública das Secretarias Estaduais de Saúde.

Os cursos de especialização foram pensados visando: dar suporte teórico-pratico aos profissionais já inseridos nas equipes, oferecer aos recém egressos uam formação voltada para atenção básica e inserir o tema de orientação do modelo de saúde nos cursos de pos gradução pelas universidades e escolas de saúde publica. E partir disso, surge o curso de residência multiprofissional em saúde da Família da UFSC, cujo objetivo é a formação de profissionais atuantes na área da saúde, buscando qualificá-los para o desempenho de suas atividades no SUS, visando o alcance das competências técnica, política e ética.

A partir disso, os autores apresentam os desafios para inserção dos assistentes sociais relacionado a residência multiprofissional. O trabalho do assistente social é, em princípio, interdisciplinar e intersetorial, isso acontece à medida que as suas ações incidem no âmbito da construção da proteção social e ele trabalha sempre na relação e em relação. Portanto entendemos que os desafios são os mesmos, embora possam ter particularidades dentro da profissão. o espaço da residência como um espaço de formação profissional privilegiado pelas características já apontadas anteriormente. Ou seja, propicia através de uma remuneração condizente, a dedicação integral que significa uma vivência intensiva dos múltiplos acontecimentos do dia a dia do serviço com orientação sistemática, aprofundamento técnico, teórico, além da possibilidade de discussão dos dilemas éticos colocados cotidianamente para o exercício profissional.

Entrando nas questões de desafios, um dos principais levantados no texto é manter a fidelidade ao projeto estruturante da proposta de residência multiprofissional, que é o projeto de reforma sanitária, construído assim uma dimensão critica do social na saúde, aproximando o pensamento sanitário brasileiro com a teoria marxista, através da analise das condições de saúde e dos componentes estruturais da sociedade capitalista. Isso proporcionou o campo de saúde coletiva.

Esse campo da saúde coletiva proporcionou sustentação para efetivar a inserção do assistente social como profissional da saúde e a real possibilidade de encaminhar suas ações na lógica do direito e materializar o projeto ético-político da profissão, proporcionando uma mudança radical no papel do assistente social dentro da saúde. Segundo os autores, não sendo apenas um executor de ações instituídas por outros, mas sim um profissional capaz de pensar e decidir sobre projetos sanitários e não só executar ações, trabalhando de acordo com a postura critica e a interdisciplinaridade na execução do trabalho.

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